𝐌𝐎𝐓𝐎𝐑𝐁𝐈𝐊𝐄 ; seungchan

Castelo

── Gostei muito das bolas azuis. ─ ele disse neutro, assim que caiu nos braços do moreno.

── Mas o que está acontecendo? Você está doente? ─ respondeu o mais velho, preocupando-se falsamente, sem esconder o desdém.

── Hahaha... ─ Seungmin murmurou, suas mãos agora enterradas nos bolsos de sua calça jeans, um beicinho distorcendo seus lábios, o capuz de seu suéter azul escuro em sua cabeça ── Você estava com preguiça de se vestir esta noite? ─ o moreno riu, observando o jogging e o moletom preto que seu vis-à-vis usava.

── Eu poderia dizer o mesmo para você. ─ ele disse, avaliando-o de cima a baixo ── Senhor "Não-gosto-de-confessar-quando-gosto-de-alguma-coisa". ─ Chris arqueou uma sobrancelha, um sorriso divertido no rosto quando o mais alto estreitou os olhos para ele, fazendo o motoqueiro rir ainda mais.

De volta às escapadas noturnas. O que poderia ser melhor do que pequenas alfinetadas para começar bem a noite? Kim, não querendo concordar com o mais velho, colocou o capacete e subiu na traseira do veículo, os braços cruzados contra o peito e a cabeça virada para longe de onde o menor estava, amuado para ele. Este riu muito ao ver o mais novo também, reagindo como uma criança, balançou a cabeça da direita para a esquerda com um sorriso estampado nos lábios e deu a volta na motocicleta.

Nesta noite o tempo está bastante calmo, embalado. Havia vento como sempre, claro, mas cada vez acrescentava uma parte de fantasia à grande floresta, pois as folhas giravam e se misturavam com seus pavios coloridos, e o barulho que fazia ao passar entre as árvores altas, Seungmin jamais ficar sem.

O mais velho foi embora e acelerou no escuro, o ar batendo neles com força, fazendo-os rir sem motivo aparente, meio que apanhados na adrenalina que tinha pela força, se tornado como seu melhor amigo, grudado neles.

Caminhando na terra fresca, o mais novo segurou a barra do moletom do moreno para tentar não cair, apertando timidamente com os dedos longos e finos, a cabeça ligeiramente abaixada e para não encarar o olhar penetrante do motociclista, e para ver onde ele estava andando no escuro.

No caminho, ziguezagueando entre dois enormes abetos verdes, quando ia colocar o pé esquerdo no chão, fez uma careta ao puxar com mais força o top de Chris. Havia um pássaro total e literalmente morto. Este estava banhado em seu próprio sangue, seus membros provavelmente estavam quebrados, comidos ou não sabia o quê, Kim amava e valorizava os animais mais do que tudo, então ver isso na frente dele, noite ou não, deu-lhe uma alta dor no coração.

O mais velho veio puxá-lo pela mão, instando-o a seguir em frente e a não ficar mais tempo aqui se não aguentasse ou corresse o risco de devolver a refeição na hora.

── Estes são os lobos... ─ ele explicou calmamente, continuando a andar sem tirar a mão da dela ── Você sabe, cada lugar nesta enorme floresta onde você coloca seus pés, é um território para um bando.

Ele continuou seu caminho, e o mais novo ficou surpreso por saber todo esse monte de informações, Chris realmente tinha que vir aqui com frequência, não era à toa que ele conhecia a floresta como ninguém.

A palma da mão menor era realmente quente e agradável, que inconscientemente, o moreno se aproximou dele bem devagar, querendo pegar um pouco mais de calor corporal. O mais velho não disse nada seguindo esse gesto mais que fofo, limpando um galho que estava no caminho, então cinco minutos depois, transcorridos no habitual silêncio calmante, ele parou de andar.

Seungmin levantou a cabeça e suas pupilas brilharam intensamente. Ali, em total escuridão, envolto pela natureza, coberto de raízes, folhas e rodeado de grandes abetos e arbustos, estava ali um castelo. Nem minúsculo, nem enorme, nem imensamente alto, nem muito imponente, era apenas um castelo de tamanho médio, integrados na decoração, quase invisíveis tanto durante a noite como durante o dia. De uma cor bege, pelo que ele conseguiu ver, mesmo que esse "edifício" fosse de fato uma das únicas coisas não naturais que havia nesta floresta, alguém pensaria que sempre houve, parecia tão feito para se encaixar. A paisagem que lhes foi oferecida era, mais uma vez, demasiado mágica e fantasiosa para se poder acreditar que estavam mesmo aqui, em frente a este castelo adoptado pela vegetação da natureza.