𝐌𝐎𝐓𝐎𝐑𝐁𝐈𝐊𝐄 ; seungchan

Floresta

Sua respiração era lenta, ele se deu ao trabalho de observar tudo ao seu redor, até os detalhes mais triviais.

Com as mãos firmemente presas na cintura do motociclista, com o passar dos segundos, ele começou a afrouxar o aperto, deixando-se levar pelo vento na direção oposta, batendo na roupa e também na viseira do capacete. Sentia-se incrivelmente bem, ali, ao lado de um estranho, ainda por cima na sua moto, a conduzir para um destino que absolutamente desconhecia.

Ele até conseguia ver no escuro, o cabelo castanho de seu rosto projetando-se de seu capacete na altura do pescoço. Sentados neste veículo de duas rodas, os dois, era como se estivessem falando um com o outro silenciosamente, apenas com a ajuda de seus corpos, através de seus pensamentos, eles não trocavam nenhuma palavra, mas era como.

Era calmo, reconfortante, Seungmin levantou a cabeça para o céu, foi embelezado com milhares de estrelas brilhando e brilhando como mil fogos. Alguns pássaros abriram as asas passando por cima deles, comunicando-se através dos enormes abetos da floresta, várias folhas mortas caindo em queda livre até se chocarem contra a superfície do solo, e o cheiro desse estranho parecia tão fresco quanto o tempo, e tão doce quanto o cheiro da mata, o moreno gostou.

Como eles ainda estavam rolando no concreto, deixando para trás alguns rastros de pneus que marcavam sua chegada, quando o motociclista gentilmente desligou o motor de sua moto abrindo o suporte para mantê-la em pé, os olhos de Seungmin se arregalaram quando ele os viu.

Era uma das muitas entradas para a gigantesca e vasta floresta que tanto cobiçava da sua janela, e agora aqui está ele diante dela, os braços pendurados e o olhar cravado na altura dos abetos que pareciam atingir a lua. Ele teve que esperar que um cara totalmente anônimo aparecesse no fundo de sua casa e o chamasse para sair, para que ele pudesse finalmente colocar suas impressões digitais nessa maldita extensão de verde que sonhara descobrir. Ele ficou surpreso, mas não havia feito nenhum ruído de exclamação que pudesse quebrar esse silêncio agradável, e a morena aparentemente também queria manter esse clima.

Este tirou delicadamente seu grande capacete preto antes de colocá-lo no assento de seu veículo, revelando seu cabelo curto e seu queixo bem desenhado. Kim não podia dizer mais porque estava tão escuro que eles não podiam nem mesmo se ver durante a noite, mas ele podia dizer que ele era bonito e talvez um pouco mais velho que ele, embora Seungmin fosse mais alto em termos de altura.

Chega de "palavras", hesitando, o estranho colocou a palma da mão nas costas, encorajando-o a seguir em frente na natureza, depois de dois curtos minutos de caminhada, pegou seu pulso para puxá-lo atrás de si, tomando cuidado para não para machucá-lo. Parecia que o pequenino conhecia esta floresta como a palma da mão, sabia para onde ia mesmo na escuridão total, enquanto o moreno tinha tendência a tropeçar nas raízes, a cair estreitamente em buracos, se o motociclista não fizesse, ele evitava, roçando nos troncos em seu caminho, e isso divertia muito o homem de cabelos castanhos.

Mais alguns minutos a pintar as solas dos sapatos na terra húmida, chegaram finalmente a uma esquina onde se encontravam várias pedras grandes umas sobre as outras, sobre uma superfície aberta, no meio de vários abetos que tinham poucos metros à parte, como se isso fizesse você se sentir como o rei do mundo quando você está na rocha mais alta. E sinceramente, o motociclista parecia nesse exato momento. De pé sobre as duas pernas, ele escalou a rocha com tanta velocidade e facilidade que era desconcertante para o mais alto, ele parecia ainda mais imponente do alto de sua rocha, sua aura havia se tornado mais poderosa, e essa imagem certamente permanecerá gravado na mente de Seungmin, que estava completamente sem palavras.

Ele queria tirar uma centena de fotos do jovem desconhecido, mas não o fez, porque simplesmente não conseguia tirar os olhos da majestosa pessoa à sua frente.

A esta hora da noite, na noite estrelada, no meio dos pinheiros e completamente à mercê da natureza, tinham reunidos apenas com este gesto, inconscientemente. Eles não trocaram uma única palavra desde que andaram naquela motocicleta, mas se não estavam se comunicando verbalmente, seus corpos e mentes já haviam começado a se unir desde o início.

O moreno juntou-se a ele depois de sair de seu torpor, os olhos brilhando com um novo sentimento, talvez fosse uma espécie de admiração e fascínio pelo homem com quem ele compartilhou essa escapada noturna?

Um pouco mais devagar, agarrou a pedra com as mãos, dando vários impulsos para conseguir se puxar sempre um pouco mais alto e assim, chegar ao topo, juntar-se ao moreno que havia se sentado. Então ele se colocou ao lado dele, um pouco apertado por causa do tamanho da pedra e para não cair, então ergueu as pupilas dilatadas na noite, a ponto de observar o estranho.

Eles eram altos o suficiente para que ele pudesse pelo menos ver um pouco por cima dos abetos e, francamente, ele só podia suspirar de admiração.

Ao mesmo tempo, uma onda de vento passou, soprando seus tufos de cabelo para trás, dando uma sensação de liberdade nessa cena digna de um filme. De repente, ao mesmo tempo, cada um deles decidiu colocar uma das mãos atrás de si para se apoiar no peso, e seus dedos se roçaram em uma carícia suave, os dois compartilhando um longo arrepio cheio de um calor que atravessava suas espinhas.

Estava frio, mas eles estavam particularmente quentes por um momento.

── Qual o seu nome? ─ o moreno perguntou baixinho, quebrando esse longo silêncio, uma perna dobrada, enquanto a outra pendia no vazio e balançava ao ritmo do vento, ainda olhando a paisagem à sua frente. Houve um momento em que o moreno se dignou a responder.

── Chris. Meu nome é Chris, e você? ─ ele detalhou a pedrinha que acabara de encontrar entre os dedos, antes de jogá-la fora, acima da natureza, em seguida, virando o rosto para a maior, detalhando seu perfil o espanto dos "mais completamente desconhecidos", continuando a observar a presença dos altos abetos, como se lá estivesse, sem ser demasiado.

── Diga-me Seungmin. ─ ele voltou a olhar na mesma direção que o último ── Você já se sentiu mais próximo da natureza ou dos animais do que dos seres humanos? ─ perguntou, acabando por ficar completamente sobre a superfície da rocha, os pés para o ar e as mãos atrás da cabeça, as pupilas cravadas no céu ornado de estrelas.

── Quer dizer a sensação de ser mais compreendido por uma planta do que por sua própria mãe? Sim, todos os dias. ─ ele riu secamente e, depois de um momento de silêncio, eles riram juntos por um tempo ── A prova é tal que aceitei sua proposta sem nem pensar duas vezes para ir e fugir para fora, na natureza, com um estranho, como um louco.

Chris sorriu levemente, e seus olhos se encontraram, permanecendo fixos por vários segundos. Um novo silêncio tomou conta deles, a calma estava de volta, embora não tivessem falado alto, e quando o moreno ia falar novamente, foi interrompido por um uivo, um uivo de lobo. Esse som ecoou por toda a floresta, depois outros se seguiram, como uma melodia, enquanto o céu escurecia ainda mais do que já estava.

O pequeno não se moveu, talvez ele estivesse acostumado se viesse aqui com frequência? E inesperadamente, Seungmin não teve medo disso, talvez apenas um suspiro de surpresa, mas quando o motoqueiro olhou para ele, viu apenas um jovem completamente absorto nos gritos que emitiam os lobos, fascinados e curiosos.

O moreno adorava animais, e os lobos estavam entre seus favoritos, então ouvi-los tão perto era como um devaneio, ele não estava sem medo da ideia de que estes pudessem pousar de repente, no meio desta floresta, no meio da noite, quando eram apenas dois humanos fracos. Pelo contrário, uma explosão de euforia tomou conta de todo o seu ser: esta noite foi perfeita.

Estava escuro, era tarde, ele se viu no meio da floresta, com um estranho que havia virado sua rotina de cabeça para baixo durante a noite, os lobos uivavam e ele francamente não queria voltar para sua torre, sozinho.

Como Chris parecia começar a cochilar ao seu lado, o mais velho cruzou as duas pernas, apoiando os braços sobre elas, contemplando o céu até esperar a hora de ter que entrar nessa casa grande...

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