I CAPÍTULO: - ÉRAMOS ÚNICOS

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ÉRAMOS ÚNICOS

Não sei no que você tem pensando quendo fica no silêncio.

Não sei no que você tem sonhado quando fecha os seus olhos e se desliga do mundo externo.

Não sei o que se tem passado pela sua cabeça quando ninguém mais liga para o que você faz ou deixa de fazer.

Eu não sei se isso é bom ou mau. Não sei se é aconselhável ou não. Não sei se isso é o melhor que podes fazer ou não.

Eu nada sei sobre o que acontece no seu interior, mas queria que você entendesse que eu também sinto a mesma dor.

Dói para mim também, não é fácil para mim também. Eu também fico pensando nos dias em que passávamos juntos.

Me dói não saber como foi o seu dia, não saber como foi sua tarde e nem como foi a sua noite.

Me dói não ter notícias suas, não saber mais nada da sua vida sendo que eu fazia parte dela.

Me dói não compeender como tudo pode mudar do nada não deixando rastos de que um dia algo tivera acontecido.

Foi dolorido ter o perdido. Foi dolorido ter desistido. Foi dolorido e ainda é doloroso sentir o que sinto.

Teuana: - Mana estou com fome!

Delma: - Espera Teuana, vou-lhe servir...

Teuana: - Mãe, mana está a negar de me servir...

Que chato ter uma irmã mais nova. Quer dizer, tudo ela deve queixar e exagerar na dosagem.

Mãe: - Delma!

Delma: - Mãe...

Mãe: - Sirva já a sua irmã...

Delma: - Eu disse que já ía já lhe servir...

Mãe: - Sirva então!

Minha mãe sempre implicando comigo, mas fazer o quê? Uma mãe é sempre uma mãe.

Enquanto servia a minha querida estraga prazeres Teuana, a minha mente continuava pensando nele.

Não parava de pensar nos momentos que tivemos juntos. O mais engraçado é que no momento em que se termina com alguém, não imaginamos que um dia estaremos entre quatro paredes se arrependendo do que tivera acontecido.

No momento da tomada de decisão, ninguém imagina que certamente uma parte de você esteja sendo jogada fora e sabe-se-lá quais serão as suas consequências.

O pior de tudo, era que eu fui a legítima autora e causadora do que se sucedera entre eu e o Amirson.

Fui em quem começou com as desconfianças, fui eu quem começou com as brigas, fui eu quem começou com as ameaças e no final de tudo isso, eu também decidi dizer adeus para alguém que sempre o amei verdadeiramente. Mas eu tive os meus motivos, pois ele não queria assumir a paternidade do bebê que eu carregava.

"A briga nos faz tolos e insensatos por alguns poucos instantes e nos consome por horas e horas de arrependimento."

Arrependida estava por ter proclamada o fim de um namoro tanto admirado e invejado por muita gente.

Alguns nos olhavam como suas inspirações. Éramos os espelhos para os seus reflexos. A luz para sua escuridão. A alegria para suas tristezas. A solução para os seus problemas. O sorriso para os seus rostos. O original para as suas cópias a a esperança para os seus namoros.

Éramos o brilho que os iluminava e a flor que que nunca murchava.

Porém, tudo isso éramos somente para alguns, pois para outros a história era a outra.

Éramos a pedra em seus sapatos. A tristeza para sua felicidade. O desânimo para suas esperanças. Éramos inabaláveis e imbatíveis.

Ninguém de fora podia nos separar, por isso que os pretendentes se enfureciam pois não tinham nem a mínima chance de ter um de nós em seus braços.

Éramos inabaláveis. Imbatíveis e inseparáveis.

Éramos únicos.

ENTRE IDAS E VOLTASOnde histórias criam vida. Descubra agora