II CAPÍTULO: - O DESTINO TRABALHA OS DADOS, E NÓS OS JOGAMOS

5 3 0
                                    

O DESTINO TRABALHA OS DADOS, E NÓS OS JOGAMOS

As coisas já haviam chegado ao fim, porém, nem tudo chega ao fim sem antes ter iniciado. E quando eu disse nem tudo, eu me referia a tudo mesmo, nada chega ao fim ser ter começado.

Por vezes só temos a noção das coisas quando as perdemos.

Por vezes só notamos que já as perdemos, quando o silêncio nos domina e o vázio abstrato nos consome.

Nada pior que ser consumida por nada. Nada pior que ver as forças se acabando e não ter aonde recorrer, pois eu não podia confessar que estava grávida e que ele não queria assumir gravidez.

Nada pior que um dia estar no topo de todas as montanhas e por um discuido ou pelo um vento incalculável perder o equilíbrio e como uma peça deslocada de um veículo em alta velocidade rolar até ao chão.

Nada pior que perder o brilho. O brilho da sua conquista. O brilho da sua vitória. O brilho da sua batalha.

O Amirson me abandou e sumiu do mapa, sem muitas escolhas me vi na obrigação de ter que retirar a gravides pois temia contar aos meus pais.

Sem muitas opções tirei a gravidez, mas quase me custou a vida.

O tempo foi passando e eu cheguei a morar sozinha, cansada do emprego antigo, decidi buscar por novas oportunidades.

Tudo começou num belo dia. Era uma tarde de muito calor, o Sol brilhava com muita intensidade de modo que chegou a atingir os 38°C.

Eu mal conseguia me segurar no chapa, estava muito cheio e bem aberto. Tipico dos nossos transportes públicos.

As janelas estavam todas abertas, mas mesmo assim em nada ajudava. A disputa pelo ar era enorme, todos precisávamos respirar e por mais que ninguém o quisesse inalar o CO2 era quase que impossível.

Estávamos rodeados de muita gente e quando digo muita, é porque era muita mesmo.

Com transporte cheio todos clamavamos para que o motorista aumentasse o rítimo da velocidade, mas para o meu azar lá se aproximava o congestionamento.

- É hoje que eu desmaio! (Afirmei)

Parecia uma profecia que logo se cumprira, pois enquanto falara os meus olhos se fechavam e uma tontura tomou conta de mim.

Até hoje não sei dizer o que houve dentro daqueles "segundos" apenas me recordo de ter dispertada em braços alheios.

Tiago: - Oi, está tudo bem contigo? (Me questionava preocupado)

Inconsciente o ouvia, mas nada entendia. Foram momentos perturbadores pois não o conhecia.

A mente recupera e a consciência retoma.

Delma: - O que tá acontecendo aqui? (O questionava aterrorizada)

Quis me levantar, mas o passageiros me impediam.

Passageiros: - Ehh, senta moça...

Delma: - O que tá acontecendo? (Questionei novamente)

Tiago: - Não foi nada, foi uma pequena recaida devido a falta do ar...

Delma: - O quê? Uma recaída?

Tiago: - Sim sim! É por isso que veio parar em cima de mim... "Meio que te salvei"...

Delma: - Conta outra, eu teria caído em outro lado...

Tiago: - Mas foi cair justamente em meus braços... Quer dizer, não é a força do destino isso aqui?

Delma: - Acredita no destino?

Tiago: - Como não acreditar desse modo?

Delma: - Sim ou não!

Tiago: - Sim!

"O destino baralha os dados, e nós os jogamos."

Delma: - Quais as chances?

Tiago: - Quais as chances? (Me questionou novamente)

Delma: - Sim, quais as chances? (O respondi)

Tiago: - No meio de todos esses que estão sentados e tu vieste cair justamente em meus braços... Ainda perguntas quais as chances?

Delma: - Sim, pergunto!

Tiago: - Quer saber, não há nenhuma chance, foi apenas o destino!

Delma: - Inteligente!

Tiago: - Foi o destino mana, porquê nega o aceitar?

Delma: - E porquê o aceitaria?

Tiago: - Porque por mais que o negues, o jogo está lá!

Delma: - Eu não sou obrigada a jogar!

Tiago: - Então porquê começou?

Delma: - Não fiz porque quis...

Tiago: - Mas ainda assim o fez!

Delma: - Eu apenas subi um transporte público!

Tiago: - Que por sua vez, o mesmo estava cheio...

Delma: - Sim!

Tiago: - Mas podia esperar pelo outro menos cheio e nada disso aconteceria...

Delma: - Eu queria subir nesse!

Tiago: - E porquê queria justamente esse?

Delma: - Eu não sei!

Tiago: - Viu? "O destino trabalha os dados, e nós os jogamos"!

ENTRE IDAS E VOLTASOnde histórias criam vida. Descubra agora