A chegada

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Eu dormi a maior parte das férias. A manhã daquele sábado estava perfeita para eu não fazer nada, mas mamãe insistiu para eu ler os livros antigos dela da época que estudou em Hogwarts. Nem a surpresa que papai estava planejando iria me animar.

Depois do esforço que fizemos para ganhar pontos para Sonserina e perdermos na última hora, por motivos estranhos e pessoais de Dumbledore, todos poderiam estar sentindo o mesmo sentimento de derrota naquelas férias.

Luky, a coruja da família estava mais agitada essa semana por causa do início do ano letivo, parecia que haviam muitas corujas voando pela cidade.

- Café! - Gritou papai.

Me levantei de péssimo humor. Papai sempre faz o café da manhã. Desci as escadas, passei pela sala e cheguei na cozinha, mamãe apareceu também mas com cartas nas mãos.

- Cartas de Hogwarts! Junior agora receberá também! - Disse mamãe toda feliz abraçando Júnior com empolgação.

- Parabéns, filhão! - E papai bateu nas costas do Júnior com carinho.

- Jenna, Lammont escreveu de novo pra você. Acho que está na hora de ter sua própria coruja. - Disse mamãe me entregando a carta.

- Uhul! - Gritei. - Mas não dá pra ser um corvo?

- Ah não, são muito indisciplináveis. - Disse papai nos servindo torradas, bolinhos e frutas.

Lammont estava sendo muito prestativo como sempre comigo, ainda falava que poderia me dar uma vassoura, mas naquele dia eu preferia escolher uma coruja. Ri sozinha e mamãe me encarou.

- O que está acontecendo? - Perguntou ela com sarcasmo.

- Ah, eu só pensei: quando será que vou ganhar minha vassoura...? Essas coisas...

Mamãe me ignorou, olhou para o seu prato e começou a comer pensativa ainda olhando suas correspondências. Talvez ela esperasse outra resposta.

- Snape também mandou uma carta. - Disse ela se debruçando vendo uma das cartas em sua mão. - Algo que eu deva saber com antecedência, Jenna?

- Não, eu acho que não. - Disse eu com receio. Eu não me lembrava da visão com papai fazia uns dias, estava tentando ignorar o máximo possível qualquer coisa que me fizesse lembrar daquilo.

- Bom. Depois leio. - Disse ela colocando a carta no bolso do roupão. - Deixa eu ler suas listas com os livros desse ano. - E começou a fazer uma careta olhando para ela. - Gustav, ouça o autor da maioria dos livros desse ano: Gilderoy Lockhart.

Papai e mamãe riram tanto que Junior quase engasgou. Levou pelo menos três minutos até pararem.

- É sério que Dumbledore não tinha uma opção melhor?- Disse papai , voltando a falar mas agora com uma certa raiva.- Até ele tem livros melhores. Deve estar gagá mesmo, depois de um ano perdido com aquele Quirrell patético, coloca esse maluco no lugar.

- É muito estranho, na verdade. - Disse mamãe se servindo de ovos. - Lockhart é um cara que falava muito, escrevia muito mas nunca mostrava algo concreto, entende? Não sei como sobreviveu quando Voldemort estava no poder, tanto sangue-ruim se foi.

- Melhor não falarmos disso na frente deles. - Disse o papai olhando para nós.

- Não subestime a inteligência dos seus filhos. Não digam Voldemort na escola, está bem? Nenhum jovem deve dizer, é estupidez.

- Mãe, o que é sangue-ruim? - Perguntou Júnior.

Papai se adiantou a dizer.

- Quem não é puro sangue bruxo, Junior, ou nascidos trouxa , mas não vai sair falando disso para todo mundo, ok? Esse tipo de palavra pode te tirar pontos ou te levar à detenção, e eu sei bem disso, porque eu praticamente sou um meio bruxo. - E disse sorrindo. - O sangue trouxa da sua avó não me causou tanto prejuízo , mas poderia. Quando descobriram na escola eu tive que ser muito inteligente para limpar minha imagem, é muito difícil um meio-bruxo entrar na Sonserina.

 ⭒๋࣭ 𓆗 O Lado C da Sonserina [2] 𓆗⭒๋࣭ Onde histórias criam vida. Descubra agora