— Dorme na minha casa hoje? — Pede a Megan guardando o seu material
— Ah, não sei não, Megan, eu tenho trabalho e tem meus avós — Digo pensativa
— Aah Maya, você trabalha demais, você tem apenas 20 anos e eu nunca vi você tirando um tempo pra si mesma, trabalhando, parecendo uma condenada. — A olho e no fim, concordo com ela, eu mal tenho tempo para dormir
— Megan... eu concordo contigo, mas quero ajudar meus avós e mudar de vida, sair da pobreza que estamos — Digo pegando minha mochila e ela, seus livros.
— Eu já te falei que se é de dinheiro que você precisa pra mudar de vida, eu te ajudaria, mas você é teimosa demais pra aceitar — Diz cabisbaixa — Sério Maya, eu não gosto de te vê nessa situação, deixa eu te ajudar, a gente pode fazer a floricultura que você tanto sonha em ter, e vender flores para os apaixonados — Diz ela parando na minha frente, me fazendo parar de caminhar
— Megan, eu não quero o seu dinheiro, eu quero conquistar o meu com esforço, você entende isso? Você já me ajuda em muita coisa que para mim já é suficiente — Digo fazendo carinho em suas bochechas
— Ok, ok, então eu vou trabalhar junto com você, não vou deixar você fazer tudo sozinha naquele lugar — Diz cruzando o seu braço no meu
— Megan, de 26 anos, a menina rica e patricinha, quer mesmo botar a mão no pesado? — Questiono
— Não me julgue, senhorita Maya — Diz sorridente
Ficamos conversando sobre assuntos aleatórios até o seu carro chegar, ela se levanta puxando a minha mão junto, quase derramando o meu capuccino
— Calma louca, estou indo — Digo tentando acompanhá-la — Não tenho escolha né? — Pergunto assim que ela me faz entrar no carro
— Não, você irá dormir comigo, vamos fazer a noite das garotas e cuidar de você, já que você não faz isso consigo mesma, é displicente com você mesma Maya — Diz ela entrando e colocando o cinto
Fico calada, pois sei do quanto ela tem razão, mas eu tenho motivos para estudar e trabalhar tanto, mesmo a Megan dizendo que "e se você morrer amanhã? Ou depois? De que valeu tanto esforço sem aproveitar um minuto da vida?"
Sinceramente, eu morreria feliz, porque deixei meus avós com uma boa quantia em dinheiro para eles se resolverem na vida e não lhes faltar nada, a Megan é uma pessoa maravilhosa, mas ela é uma menina rica, que talvez, uma parte da minha vida ela não compreenda
Resolvo ligar para o meu avô, João Martine, na terceira chamada, ele atende:
LIGAÇÃO:
— Alô? Residência Martine Clover
— Vô João, sou eu, a Maya.
— Oi minha adorada netinha, o que houve?
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Improváveis
AcciónMaya Clover é uma mulher doce, meiga, carinhosa e atenciosa, perdeu os seus pais misteriosamente, cujo o qual a polícia deu por encerrado as investigações e as arquivou. Foi criada pelos avós materno e paterno, vendo as dificuldades de vida de ambas...