PERDIDA

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SAKURA:

O dia que começou tão bem, agora se tornou em um verdadeiro caos. Nesse exato momento me encontro abraçada com minha mãe, as lágrimas de meus olhos não param de descer, me sinto sem chão.

Aos poucos vou me acalmando, sinto as mãos de minha mãe acariciando meus cabelos e isso me tranquiliza, meu choro silencioso começa a cessar.

- Se sente melhor filha? – Minha mãe pergunta preocupada.

- Hunrum... – Respondo.

- Venha, sente-se aqui. – Ela fala me conduzindo até o sofá. – Quero saber o que aconteceu entre você e o Neji. – Ela pergunta séria e senta-se ao meu lado no sofá.

- Mãe, antes de entrar nesse assunto, preciso saber de uma coisa... – Falo um pouco hesitante.

- O que quer saber Sakura? – Ela parece confusa.

- É verdade que Neji Hyuga é meu noivo? – Pergunto nervosa, e vejo os olhos de minha se arregalarem com minha pergunta.

- Ele te disse isso? – Ela parece desnorteada.

- Sim mãe, ele disse, é verdade ou não? – Insisto.

- É verdade sim Sakura ... – Ela desiste.

- E quando vocês iriam me contar hein mãe? POR QUE DIABOS NINGUÉM ME PERGUNTOU SE EU QUERIA ESSE NOIVADO? – Esbravejo me pondo em pé.

- ISSO QUEM DECIDE É O SEU PAI MENINA, VOCÊ NÃO SE MANDA! ABAIXA ESSE SEU TOM QUANDO FOR FALAR COMIGO, TÁ PENSANDO O QUÊ? – Ela grita levantando-se.

- Eu não vou me casar com o Neji mãe, olha o que ele fez comigo... – Falo mostrando meus machucados. – É isso que você e o pai querem pra mim? – Pergunto chorosa.

- Seu pai já prometeu sua mão para o Neji e ele não voltará atrás com sua palavra. – Ela fala se aproximando. – Me fale o que aconteceu entre você e ele lá no jardim? – Ela pergunta me induzindo a sentar novamente no sofá.

- Eu nem sei bem que aconteceu mãe... ele estava estranho, nós caminhamos até o jardim em silêncio total, aí do nada ele começou a perguntar sobre o Senhor Uchiha, o nosso visitante dessa manhã... e eu disse a ele o mesmo que a senhora, mas ele continuou insistindo nessa pergunta... – Faço uma pequena pausa ao lembrar do episódio doloroso.- Então ele pegou meu pulso e começou a apertá-lo – Falo mostrando meu pulso machucado. – E continuou perguntando a mesma coisa... eu nunca poderia imaginar que ele era tão agressivo, mãe. – Concluo.

- Realmente Sakura, o Neji sempre se mostrou um cavaleiro, mas agora consigo entender por que ele se comportou assim...me ouça, você e o senhor uchiha dançaram na festa, e assim como eu, Neji também viu o jeito que vocês se olharam enquanto dançavam, aí descobre que esse rapaz veio trazer um pacote cedinho, com certeza como desculpa pra te ver.... É claro que ele iria ficar louco de ciúmes Sakura! – Ela conclui.

- Espera aí mãe, eu estou ouvindo bem? A senhora está DEFENDENDO O NEJI? É ISSO MESMO QUE EU TÔ OUVINDO.- Grito e torno a levantar.

- OLHA ESSE TOM MOCINHA! – Ela grita levantando-se.

- Me diz mãe, a senhora está justificando o que ele me fez? ESTÁ OU NÃO? – Insisto.

- ESTOU SIM SAKURA! VOCÊ É UMA MOÇA COMPROMETIDA E NÃO TEM NADA QUE FICAR ARRASTANDO ASA PRA OUTRO RAPAZ! TODOS VIRAM COMO VOCÊ FICOU TODA DERRETIDA NOS BRAÇOS DAQUELE MOÇO, O NEJI TEM TODO DIREITO SIM EM FICAR IRRITADO COM VOCÊ! E TEM MAIS, VOCÊ VAI SIM CASAR-SE COM ELE! – Ela despeja.

- EU NÃO CASO! – Grito.

- CASA SIM! – Ela grita.

- NÃO CASOO!!! – Grito e saio correndo em disparada para fora. Ouço minha mãe gritar meu nome mais não dou atenção, continuo correndo indo para o estabulo. Ao chegar pego o primeiro cavalo que vejo, monto e saio galopando.

Estou me distanciando cada vez mais de casa, me sinto muito cansada, tanto fisicamente como mentalmente. Meu intuito é chegar ao bosque que tanto aprecio, e para isso aperto meu cavalo para que ele corra o mais rápido que puder. Porém devido a agitação interna que sinto, nem percebo que o sol já está se pondo.

Finalmente chego ao meu destino, respiro profundamente mas não me sinto melhor. Pois as palavras ditas por minha mãe ainda ecoam em minha mente. Deixo meu cavalo pastando perto, e caminho em direção as flores silvestres, sem pensar muito me deito sobre elas, são incontáveis as flores que me cercam, estou deitada sobre uma pequena porcentagem delas. Lentamente fecho meus olhos e vou sentindo meu corpo relaxar, é uma sensação tão gostosa, algo nunca antes experimentado, que acabo cochilando, e ao acordar me deparo com a escuridão.

Tomada pelo desespero, levanto-me e tento me encontrar, saio do lugar em que estava e caminho em passos lentos indo em direção ao local que eu havia deixado o cavalo, mas não o encontro. Paro por um momento com a intenção de me acalmar e pensar em um jeito de resolver aquela situação.

Ao analisar minhas opções, opto por procurar meu cavalo enquanto ainda consigo enxergar. A cada passo dado começo a adentrar ainda mais o bosque, este que em minha atual percepção se torna assustador. Continuo caminhando, e me assusto toda vez que piso em algumas folhas secas.

A noite para minha surpresa continua clara, pois é lua cheia, mas isso não torna o bosque menos sombrio. Já passaram-se alguns minutos e nada do cavalo, e então começo a ter a sensação que estou perdida, quando de repente me assusto com gritos de pássaros, chego a sentir um frio na espinha, minhas pernas não se movem. Começo a respirar profundamente para me recompor do susto e é quando relaciono o barulho com o animal que procuro. Com este pensamento, vou na direção de onde veio o barulho dos pássaros que para meu alívio ficava a poucos metros de distância.

Caminho cautelosamente, com meus olhos atentos, e então finalmente vejo meu cavalo, nem percebo quando solto um suspiro de alívio. Começo a caminhar agora despreocupadamente para alcançar o animal, e num descuido esbarro em um galho de árvore, e isso faz com que os pássaros tornem a se assustar, e o barulho dos gritos das aves acaba assustando meu cavalo, que começa a correr em direção contrária a minha.

Impulsionada pelo calor do momento corro atrás do cavalo, este que por sua vez corre em disparada, ficando cada vez mais distante de mim, mas eu não desisto, continuo correndo com todas as minhas forças. Volto minha atenção total somente ao cavalo, pois não quero perde-lo de vista, e em consequência a este meu ato acabo tropeçando em um buraco.

- Aii Aiii – Gemo. Faço menção em me levantar mais sou impedida pela dor em meu tornozelo.

- Aiii, QUE DROGAA! – Praguejo.

Sento-me de forma que alivia a dor em meu tornozelo, dou uma olhada minuciosa em minha volta e infelizmente devido à pouca claridade não consigo discernir em qual parte do bosque estou. A certeza de que estou perdida me invade e lágrimas amargas começam a molhar meu rosto.

- Bom trabalho Sakura, você está só no meio da floresta a noite, e como se não bastasse fez o favor de machucar o tornozelo! Meus parabéns! – Desabafo comigo mesma.

Fico ali pensando na minha atual situação, e observo que ainda é cedo, pela claridade, deve ser por volta das 18:50, consigo perceber também que estou perto da lagoa do bosque, pois sinto a temperatura ficando mais fria, e isso acaba me deixado mais aflita, pois significa que eu realmente adentrei demais.

Com frio e com medo, começo a entrar em pânico, escuto vários barulhos diferentes, ouço o cantar das cigarras e grilos, como também o coaxar dos sapos, mas o que me assusta é o estalar dos galhos e folhas, pois me faz lembrar das feras que habitam o bosque, neste meu estado sou uma preza fácil para qualquer predador famintos.

Passados mais alguns minutos, escuto a poucos metros de distância, um barulho semelhante a passos. Nesse momento meu coração dispara, e novamente o medo se poderá do meu corpo, aponto de mau conseguir respirar. O barulho vai ficando cada vez mais próximo, e então dominada pelo pavor fecho meus olhos com força, esperando pelo pior, mas então ouço uma voz familiar chamar meu nome. Nesse momento abro lentamente meus olhos e vejo um "anjo loiro", parado em minha frente.


Olá meus amores, obrigada a todos que tem acompanhado essa história, quero pedir que curtam e deixem seus comentários, pois assim vocês me ajudam a continuar. Aproveitem esse novo capitulo e até a próxima! Bjss!! 

LAÇOS DE AMOR (NARUSAKU)Onde histórias criam vida. Descubra agora