Capítulo 3 - Sam

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Uma das coisas  que eu me imaginei um dia desfrutando, era um massacre em uma das escolas que estaria estudando. Mas ... agora que isso possivelmente estava prestes de acontecer, não parecia tão divertido, ou prazeroso.

Não quando se tratava de por a vida dela em risco...

Eu nunca se quer me deu o luxo de me imaginar tendo uma gota de preocupação com qualquer pessoa no mundo. Nem mesmo se fosse membros da minha “ Família ”. Esses mesmos que menos tinham o meu interesse.

Mas algo nela era diferente, eu não sei explicar. Faz tão pouco tempo e mesmo assim...tudo está muito confuso...

Às vezes, eu a observo de longe, colhendo as flores do jardim, ela gosta de orquídeas e rosas vermelhas.
Isso deveria ser repugnante para mim, mas estranhamente, eu a admiro. Muito.

Muito.

Seu mundo de cores é vivo, acho que ela também me faz sentir desse jeito, mesmo que não perceba... talvez eu a tenha como uma... irmã? Eu não sei, são tantos questionamentos, dúvidas...

Todos esses pensamentos estão me cercando agora...

Está uma bela madrugada. Minha colega dorme como um anjo, sua expressão está tão suave, e serena que me enche de graça e ternura.

Ok, isso foi estranho.

Mas, dando continuidade, eu sinto que me prendi de mim mesma e não sei como me liberar.

Sento na cama do quarto onde estou, levando cuidadosamente e tiro meu violino da capa.

Eu amo minha arte.

Caminho até a janela, a madrugada estava realmente maravilhosa, esplêndida.

O céu estava limpo, as estrelas brilharam e a lua mantinha seu brilho que desfocava-me de todos os outros astros.

A lua me lembrava ela.

Talvez por conter o brilho único e resplandecente, ou por estar tão distante de mim quando eu a quero por perto...ou pelo simples fato de eu me sentir livre ao contemplá-la.

Respirei fundo com todos esses pensamentos. Não sei o que estava acontecendo comigo. Mas era algo muito sério, disso eu tenho certeza...

Posicionei o meu instrumento erguendo-me para frente, ajeitando minha postura.

Com toda certeza eu levaria uma advertência no dia seguinte, mas aquilo não importava pra mim, não naquele momento. Eu só queria colocar pra fora todas as coisas que não poderiam ser ditas, ou escritas. Nem mesmo pintadas.

Comecei a deixar as notas pelo instrumento. Inicialmente eram calmas e relaxantes, eu fechei meus olhos entregando-me por completo para o clima.

Com o passar de alguns segundos, as notas ficaram mais intensas e rápidas, meu corpo agia de acordo com o que eu estava sentindo, e tocando. Eu estava suando frio.

Meu corpo, minhas mãos...

Minha respiração estava intensa e pesada.

Desregulada.

Aquela noite, eu senti como se todo o peso dos meus ombros, caíssem sobre o chão. Partindo-o ao meio.

Eu precisava disso, minha mente necessitava de libertação.

E por fim, quando dei a última nota no instrumento, parando meus movimentos bruscos e ríspidos, senti uma mão deslizar sob meu ombro e abi lentamente os olhos.

Eu sabia, era ela.

Mas aquilo não me incomodou, pelo menos não de uma forma ruim.
Eu continuei olhando a belíssima paisagem que me cercava.

Eu, Você E Alguns Serial Killers Onde histórias criam vida. Descubra agora