Oblivion - O Feiticeiro da Tempestade

Prólogo

Em algum lugar, no desconhecido, um garoto se encontra encolhido no chão com as mãos na cabeça, tremendo, em posição fetal. Paralisado pelo medo, ele lutava contra a sensação ruim que percorria todo o seu corpo e fazia-o formigar, a cabeça girando, a falta de ar em seus pulmões, era como se estivesse se afogando, com uma enorme pressão exercida sobre ele.

Apertava os olhos com força, na esperança de tudo aquilo desaparecer e ser apenas um sonho ruim. O vento gelado que trazia calafrios a sua pele e bagunçada seus cachos curtos parecia sussurrar palavras estranhas, coisas incompreensíveis, estava assustado demais para pensar com clareza e concluir se era só efeito do medo ou se estava enlouquecendo de vez.

- Não tenha medo, criança- A voz de um homem, não muito longe, ecoou por todo o lugar - Respire fundo. Você esta seguro aqui.

Obedecendo, quase inconscientemente, o menor encheu os pulmões de ar, e soltou lentamente. Repetiu esse processo até os calafrios irem embora, e abriu os olhos, sentindo as pálpebras pesadas. A visão turva aos poucos se adequava ao lugar escuro, e olhando ao redor notou que estava sozinho. Sentiu a grama fazer cocegas em seus pés descalços.

Notou que ao seu lado residia uma bolhinha branca flutuando, do tamanho de uma bola de tênis. Um objeto criado com magia, que emitia uma agradável quantidade de luz, o suficiente para se enxergar em meio ao breu. Olhando ao redor, fitou o céu iluminado com estrelas, mais brilhantes do que o comum, rodeado de cores em tons de roxo e azul. Apesar de belo, não parecia normal. Não havia lua no céu, nem árvores ou qualquer construção em volta. Um pensamento tomou conta de sua mente, "algo estava errado".

Receoso, passou a mão por debaixo do objeto brilhante, sentindo a palma da mão esquentar, e por fim se levantou, limpando com a mão livre as graminhas de sua calça.
Caminhou um pouco ao redor para tentar se situar, mas parecia que não saía do lugar, como se estivesse andando em círculos.

Quebrando o silêncio, o vento mudou de direção e soprou de traz dele, denunciando os passos pesados de alguém vindo em sua direção.

- Quem está aí?- Se virou rapidamente, tentando disfarçar o nervosismo em sua voz.

A figura ignorou a pergunta e continuou se aproximando. O menor encolheu os ombros e ficou alerta, flexionando os joelhos ao voltar alguns passos para traz, sentindo a tensão percorrer a espinha.

- Não precisa se preocupar, estou aqui para ajudar - Disse gentilmente o homem ao longe, com uma voz grave, límpida. - Pobre garoto, tão jovem e já foi necessário o intervém de alguém como eu. Em seu coração não há malicia, não há soberba, muito pelo contrário. Então, o que faz aqui?

Terminando a frase, o homem parou, a cerca de 2 metros de distância do lugar iluminado esperando por uma resposta. Reunindo coragem, forçou os membros a se moverem, pigarreou forçando a voz a sair.

- Eu... eu preciso de ajuda - disse em voz baixa - umas pessoas estavam me perseguindo, eu não sabia mais o que fazer.

Sem resposta. Pode ouvir o outro respirando fundo, avaliando a situação.
- Apesar de ser muito jovem, vejo que ja está preparado. Você veio ao lugar certo.

- O que quer dizer com isso?

- É algo que deve se orgulhar. Muitas pessoas tentam por anos e não conseguem de primeira como você fez. Você é muito forte.

"Forte... eu? Não pode ser verdade"
Relaxou os músculos, e virou a luz na direção do homem, e seus olhos foram em direção á mascara branca que cobria seu rosto por completo, atravessando os dois olhos estavam marcas em formato de raio espelhadas que chegavam até o queixo.

Ele colocou uma das mãos atras das costas, e acenou gentilmente, o que era incomum para sua aparência estranha. Ele era mais alto do que uma pessoa comum, facilmente passava dos 2 metros de altura. Vestia um elegante terno preto com detalhes em dourado, acompanhado de um manto com forro vermelho com penugens brancas ao redor do pescoço. Em seu rosto, por trás da máscara destacavam-se olhos brancos, que ao olhar com mais atenção, era repleto de círculos, como um alvo.