Morango doce

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  Depois da minha conversa com o Yeonjun não demorou muito para partirmos, mas o tempo de espera foi legal já que eu fiquei observando as infinidades de barcos na baia pela tela do meu celular, tirando foto para postar no insta, claro. Quando a embarcação acelerou eu senti as mãos da Hyo apertarem meus ombros, a olhei observando seu corpo descer e subir acompanhando o movimento da embarcação.

   — Meu sexto sentido me diz que eu vou sentir o balanço do mar por alguns dias mesmo em terra firme. — Os olhos dela demonstravam uma real preocupação.

   — Você também sente isso? — A voz da Mia soa fina e alta. — O Yeonjun sempre me julga falando que tô maluca. Aí, é uma sensação tão estranha!

   Mia, Hyo e Eu estávamos sentadas no solário e para ser sincera, eu não achava uma boa ideia, visto que devia ser quase duas da tarde e o sol brilhava no céu; e mesmo tendo passado protetor solar eu sentia os raios queimando a minha pele. Contudo, eu tinha que admitir que o ar com um cheirinho de brisa marinha era uma delícia e tornava tudo mais refrescante. No momento em que voltei a prestar atenção no assunto das meninas percebi o quão rápido elas eram de mudar de assunto.

   — Sim Mia! O mercado de moda europeu é simplesmente surreal! Acho que o sonho de toda pessoa que faz moda é trabalhar lá em pelo menos algum momento da vida. — Ela ajeita a postura. — Inclusive, eu amei seus óculos confere uma certa personalidade a você.

  — Verdade! Eles são lindos. — Falei me intrometendo na conversa em busca de interação, por mais que eu gostasse de ficar observando o azul das águas.

  Quando ela estava prestes a responder um barulho ensurdecedor preencheu nossos ouvidos, uma buzina e em seguida rostos risonhos e conhecidos apareceram em meu campo de visão: Beomgyu e Yeonjun.

  — Homens, sempre tão infantis. — Mia nega com a cabeça. — Ainda bem que eu não tive esse azar.

  —Que azar? — Pergunto e ela abre um sorriso como se eu tivesse feito a pergunta certa.

  — De gostar de homem. — Sorri e depois fiz a melhor cara de frustação que consegui, eu tinha esse azar.

  — Mau cheguei e já me sinto humilhado, obrigada irmã. — Yeonjun foi irônico e sorriu, provavelmente ele já estava acostumado com esse tipo de "humilhação" vindo dela. — Vira aí. — Ele pede e eu faço.

  Ele encostou suas costas na minha e estávamos apoiados um no outro, como dois preguiçosos que necessitavam de apoio nas costas. Beomgyu sentou ao lado do outro lado, perto da Hyo pude ver seus lábios levantar um pouco quando o olhou.

  — Como vocês quatros se conheceram?

  — A Young é prima do Soobin. — Beomgyu responde rápido.

  — Meu deus. — Ela me fitou intensamente por uns cincos segundos. — Vocês não se parecem em nada. 

  A olhei confusa.

   — Eu vou encarar isso como um elogio. — Ri apreensiva

  — Não, é! Ele é legal, mas ele se torna mais legal depois que você vira amigo dele. Me ajuda! — Desvia o olhar para o Yeonjun e sinto ele balançar a cabeça. — Yeonjun! É tipo... tipo o Beomgyu no início ele era todo fechado, como se tivesse uma capa protetora sobre ele...

  — Mia!

  — Shiu! Depois ele vira essa coisa que junto com o Yeonjun é catástrofe. Eles aprontavam cada coisa no colégio, por isso que agora eu mantenho distancia para ver se recupero parte da minha sanidade que foi perdida naquela época.

  Enquanto navegávamos a conversa seguiu animada e quando eu menos percebi o calor já não me incomodava tanto assim, talvez pelo fato que respigava água do mar em meu corpo pelas ondas que batiam contra o casco do navio. Ao chegávamos perto de uma área com embarcações ancoradas e músicas o barco parou fazendo com que nós fossemos para frente e a conversa sofresse um corte brusco.

Consequências de uma festa - Choi BeomgyuOnde histórias criam vida. Descubra agora