Adentrando a Vila

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A porta se abriu fazendo um som enferrujado um pouco alto que ecoou pela floresta.
Tiler- É aqui?
Tauros- Ainda não...
Tauros passa pela porta fazendo muito silêncio, não se conseguia escutar nem os seus passos, Tiler sem muito questionamento segue Tauros sem fazer barulho.
Tauros- Temos que ficar quietos...
Tiler- Porque?
Na mesma hora que Tiler pergunta isso para Tauros, uma estranha nuvem preta cheia de olhos passa por eles olhando para todos os lados.
Tauros- Por isso...
Que criatura era essa, espírito, demônio, um anjo talvez, isso é completamente diferente de qualquer coisa que eu já tenha visto.
Os dois continuam andando em silêncio pela trilha olhando para ver se a criatura não iria passa de novo, porque nenhum dos dois queria saber o que aconteceria se aquela coisa os pegasse. Chegando em uma parte onde tinham vários caminhos haviam placas em Traponit.
Tauros- Deixa comigo!
Tauros foi olhando cada uma das placas mas uma delas tinha alguma coisa cobrindo ela.
Tiler- Ta demorando porque?
Tauros- Isso aqui....TILER CORRE!
Tauros empurra Tiler para longe das placas, ele observa um líquido preto saindo de todas as placas para segurar Tauros.
Tiler- Tauros o que é isso?!
Tauros- Só segue pa-
O líquido cobre a boca de Tauros impedindo que ele fale, o líquido forma uma cápsula em volta dele e o leva para longe muito rápido.
Tiler- TAUROS!!!
Tiler não conseguiu correr rápido o suficiente para alcançar aquilo que levava Tauros para longe.
Droga! Sem o Tauros eu não sei Traponit, não sei o caminho, não tem mágica, não tem nada.
Tiler se senta no chão tentando segurar o choro.
5 minutos depois...
Tiler se recompôs ainda mesmo que abalado pela perde de Tauros, ele continuou seguindo o caminho para onde a criatura o tinha levado.
Tauros eu prometo que vou te achar, não importa o que eu tenha que fazer...eu vou te salvar como você me salvou.
Tiler fica motivado a encontrar Tauros e começa a correr pela trilha percebendo uma luz no fim do caminho. Chegando lá, Tiler tinha a visão para uma cidade totalmente destruída e cheia daquele líquido preto espalhado por todo o chão.
Tiler- Mas que merda aconteceu aqui?
Tiler andava por aquele terreno deserto sem nenhum sinal de vida, até que viu duas pessoas saindo de trás de uma casa. Ele acena para as pessoas que o analisam com um olhar estranho mas decidem se aproximar.
???- Aquele lado...
Tiler- Você fala português?
???- Nansas tendi?
???- Telca manco!
As duas pessoas saem de perto de Tiler sem entender uma palavra do que ele tinha dito.
Por um momento eu escutei...aquele lado...é para aquele lado que levaram o Tauros, essas pessoas falaram Traponit mas eu escutei em Português, o que será que está acontecendo...comigo...
Tiler segue o caminho que escutou a mulher "dizer", Tiler fica pensativo o resto do caminho.
Será que foi alguma coisa que eu fiz...será que é que nem aquelas dimensões que quanto mais você fica mais estragado você fica...essa não pode ser...então o que será que aconteceu comigo, eu não lembro de fazer nada de especial. Realmente é mágico.
Tiler anda pelo caminho por algumas horas até que percebe que está ficando um pouco escuro e decide parar para fazer um "acampamento" na floresta.
Fazer fogueiras sempre são a parte mais difícil de acampar, eu não conheço nenhum dos perigos que pode ter no meio do mato, preciso ficar esperto com isso. Tauros me mostrou que nada é o que parece nessa dimensão.
Tiler pegava dois gravetos e ficava esfregando um no outro na esperanças de fazer fogo, sem sucesso ele se deita cansado na terra.
Tiler- Se o Tauros estivesse aqui hmm...será que ele usaria magia de fogo para acender isso?
Tiler ficava encarando as estrelas quase dormindo até que escuta um barulho ao seu lado e vê que os gravetos estavam pagando fogo. Ele rapidamente começa a olhar para os lado para ver se tinha alguém mas ele estava sozinho.
A fogueira se acendeu sozinha, será que o calor dos gravetos que eu girei deram certo ou foi alguma outra coisa, agora não é hora de reclamar porque agora eu tenho aquecimento.
Tiler observava as chamas da fogueira tentando encontrar o que tinha feito ela aparecer, as cinzas da madeira começam a subir e caem no chão na frente dele. Logo ele nota que as cinzas tem um formato diferente, mais como um desenho do que apenas um padrão sem sentido como normalmente são.
Isso é meio estranho, todas são iguais, não tem uma cinza diferente...interessante esse mundo até, tem muitas coisas que nunca vi antes.
Tiler por curiosidade desenha a cinza no chão com um graveto por curiosidade e diversão, até que o desenho começa a brilhar em um vermelho fraco levantando uma pequena chama.
Tiler- UHN? Como é!?
Tiler desenha uma cinza um pouco maior e do desenho sai um fogo quase do mesmo tamanho da fogueira.
Tiler- Eu fiz...eu fiz magia caralho!
Tiler comemorava apagando os fogos que tinha criado deixando apenas o da fogueira como aquecimento.
Se desenhar o símbolo da cinza sai fogo, então as outras coisas tem símbolos também, será? Mas agora preciso descansar para procurar o Tauros amanhã.
??:?? da manha...
Acordei com o sol na minha cara, o meu celular fala que são 8 da noite mas obviamente o horário aqui é diferente.
Tiler olha para o chão e resolve desenhar só mais um símbolo para verficar se o que tinha acontecido não eram apenas delírios. Ele desenha com o graveto dando todos os detalhes no desenho e...nada...nada aconteceu...
Tiler- O que?!
Ontem a noite saiam até mesmo mini fogos dos meus desenhos horríveis, porque justo agora não sai nada...será que só funciona de noite...não faz sentido ser só de noite...eu desenhei algo errado...também não...então eu realmente não sei o que eu fiz ou o que aconteceu.
Tiler cruza os braços encarando o chão como se ele fosse o culpado e continua andando pela floresta tentando encontrar Tauros.
Lugar mágico, equipamento futurista, não faz sentido eles morarem numa floresta eles tinham que ter é uma cidade futurista. Mas tem o monstro...esqueci dele. Será que ele é tão ruim assim?
Tiler se questiona sobre tudo que estava acontecendo enquanto caminhava, até que encontra uma cidade com algumas pessoas caminhando pelas ruas, então decide se aproximar para ver melhor.
???- Está perdido?
Tiler- Estou procurando por alguém...
Mais uma vez escutando as coisas em Português, o que será que ta acontecendo aqui einh. Ela com certeza vai embora daqui a pouco porque não entende o que eu falo.
???- Tem uma pessoa que pode te ajudar!
A mulher aponta para uma casa que parecia ser uma delegacia dos tempos antigos.
Tiler- Espera você ta me entendendo?
???- Nansas tendi? nantende.
Parece que aconteceu denovo, porque eles falam em Português mas depois começam a falar em Traponit do nada. Tem alguma coisa muito errada por aqui.
Tiler meio desconfiado segue em direção a "delegacia" para ver do que se tratava. Chegando lá, possuía apenas uma mesa no centro da sala, e o "xerife" estava sentado preenchendo alguns papéis.
Tiler- Oi?
Tiler sem esperança para ver se vai ser entendido ou não, tenta conversar com o xerife para pedir informações se possível.
Xerife- Booommm..diii
O xerife procurava alguma coisa em sua mesa até olhar para um relógio e corrigir a sua saudação.
Xerife- Boa tarde! O que posso ajudar?
Tiler- Estou procurando uma pessoa desaparecida...
Xerife- Você tem alguma característica específica?
Tiler- Lobisomem, grande, forte, e que provavelmente passou por aqui dentro de uma cápsula preta de um líquido estranho.
Xerife- Como você sabe sobre isso?
Xerife disse preocupado pelo tanto de informações que Tiler não deveria saber.
Tiler- Você sabe para que direção levaram ele?
Xerife- Sim mas...você não vai poder entrar por onde ele foi levado.
Tiler- Só mostra o caminho...já vi coisas piores nesse mundo.
O xerife encarava Tiler agora que tinha um pouco de tempo para analisa-lo e o olha de cima a baixo.
Xerife- Você não é daqui né?
Tiler- Nem um pouco...
Xerife- Se você for se arriscar o caminho é por alí, mas você pode dar a volta, só que demoraria 3 horas a mais.
Tiler- Quero o caminho mais rápido, obrigado!
Xerife- Nansatawo? Ji sull nante.
Eu fiquei conversando com ele até agora, e justo agora isso vem acontecer denovo.
Tiler tenta se comunicar com sinais, fazendo um sinal de tchau para o xerife que parece ter entendido o que ele quis dizer.
Eles falam Português em alguns minutos e depois falam Traponit, eu devo estar maluco mesmo, eu já deveria ter aceitado isso quando entrei aqui.
Tiler segue até o caminho escuro da floresta, vendo que esse caminho é até que bem aberto para uma trilha que leva para o monstro. Tiler consegue ver lá no fundo a vila, e tudo que estava acontecendo, pessoas sendo espancadas, alguns fazendo mão de obra, e um casulo preto...o Tauros!
Estou quase lá, vou te salvar e salvar o vilarejo não tem com o que se preocupar, eu consigo salvar todos.
Tiler corria eufóricamente na direção da vila até que se deu de cara com uma parede.
Tiler- Mas o que?!
Ele olha novamente e não tem nada lá, ele bateu de cara com o nada. Mas ele deduziu que havia uma parede invisível, então ficou andando de um lado para o outro tentando pensar em algo para passar até que ele pisa no chão e escuta um barulho como se algo estivesse quebrando. O chão se colapsou e o fez cair em um buraco bem fundo.
Droga, como que eu saio daqui agora? Queria que o Tauros estivesse aqui para me ajudar a sair desse buraco.
Tiler preso no buraco vê ao seu lado uma luz amarela na terra, que rapidamente se abre revelando uma passagem subterrânea. Tiler escorrega pelo buraco e cai de cara no chão.
Tiler- Alguém?
A voz de Tiler ecoava pelos corredores daquele corredor debaixo da terra. Ele escuta um som de resposta, do fim do corredor, um som do que parecia ser um sino chamava sua atenção.
Tiler- Tem alguém ai?
O som do sino se repetia várias vezes esperando que Tiler se aproximasse. Sem muita escolha Tiler começa a andar pelo corredor, nas pareded tinham algumas pinturas rupestres de uma profecia onde mostrava o mundo real e o mundo mágico. Tiler foi caminhando até ver seu rosto desenhado em uma das paredes, com todos os detalhes e características até agora.
Esse tipo de coisa me da um arrepio na espinha, como eles desenharam tudo isso, e ainda eu...eu estou nun dos desenhos, o Tauros realmente sentiu algo diferente em mim para ter me trazido tão longe...essas pinturas não explicam muita coisa, são desenhos aleatórios sem sentido e que por alguma razão eu estou num deles.
Tiler chegava ao fim do corredor onde o sino estava em um pedestal e uma última pintura na parede atrás dele, onde mostrava ele e Tauros tocando as mãos com um flash de luz no meio deles. Tiler pega o sino e nada acontece, nenhuma armadilha, nenhum barulho, apenas o completo silêncio e a única coisa que se conseguia escutar era a respiração tensa de Tiler.
Tiler- Cheguei ao final! TEM MAIS ALGUMA COISA MUNDO?
Tiler depois de esperar por alguns minutos consegue escutar a sua própria voz vindo do começo do corredor, ela parecia estar cantando alguma coisa...

Vamos no jardim lá

Tem algo esperando, de ponta cabeça

Onde colocou, e quando encontrá-lo

Meio desbotado, virando vê que ao lado, debaixo não apagou

Tudo permanece, onde você deixou

Tudo permanece, mas ainda muda

Bem levemente, de dia e de noite, o sutil acontece

Quando tudo permanece~...

Tiler- Essa música...eu já ouvi antes, não sei quando...não sei onde...eu só escutei, alguma vez na vida...
Tiler ficava paralisado em choque, alí pensando sobre aquela música, a voz no fim do corredor começava a se dissipar enquanto a música terminava.
Tiler- Essa foi a música que eu compûs para o Tauros...mas eu nem tive chance de cantar para ele...
Esse mundo está fazendo brincadeiras com a minha cabeça, preciso ficar acima disso e não me deixar levar, porque senão talvez eu enlouqueça tentando.
Tiler voltava para o começo do corredor onde agora possuía uma porta de saída. Tiler com esperanças de sair daquele lugar abre a porta. Parando em uma outra sala misteriosa, ele se vira para ir embora e a porta havia desaparecido, Tiler estava preso denovo.

Meu namorado LobisomemOnde histórias criam vida. Descubra agora