02- O menino

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- eu acho ele fofo.- pronunciou Anastásia depois de longos minutos analisando a criança que dormia tranquilamente na sua cama.

- e você gosta de crianças? - perguntou desconfiada Maura, que agora se levantava pra alongar as pernas.

- não tenho nada contra. - suspirou vendo que maura discretamente se aproximava daquela pirâmide que o garoto levava na mão.

- o que acha que é isso? - a pergunta foi direcionada para Anastásia mesmo que achasse que fosse pra si mesma.

- não faço ideia, mas não devia ficar bisbilhotando os brinquedos de uma criança. - ela batia de leve sua cabeça na cômoda tentado associar o que vinha acontecendo ultimamente.

Seus dedos rodavam incansavelmente o anel que possui no dedo, era um tipo de costume, sempre fazia isso quando pensava demais, resolveu não pensa muito sobre como conseguiu esse anel ou quem lhe deu.

- Eyk virá aqui logo querendo sabe dele. - Maura estava pensativa enquanto olhava o casaco do menino.

- quem é Eyk? - perguntou Anastásia.

- o capitão. 

- ah ele, não gosto dele. - desdenhou Anastásia relembrando das más interações.

seus olhos caminharam por Maura analisando ela.

- mas aparentemente você gosta. - Maura a encarou um pouco cética, Ana com frequência analisava as pessoas como se pudesse decifrar cada detalhe de sua personalidade apenas pelo jeito que segura uma xicara, isso sempre a deixou perplexa quanto a irmã.

- não, está errada. - contestou a irmã.

- o julgamento é a habilidade dos sábios e o defeito dos ignorantes, lhe garanto que não sou burra. - sorriu Anastásia.

- sei, é você que anda se escondendo pelos cantos com homens, a proposito quem era aquele com você ontem. - tentou tirar os olhos julgadores da irmã virando a pergunta pra ela.

- Olek? Nada demais, ele estava lá, era conveniente no momento. - respondeu desinteressada. 

Anastásia se levantou limpando a parte traseira da roupa, estava sentada no chão esse tempo todos.

- eu vou dar uma caminhada, fica de olho nele. - mandou Anastásia para a irmã antes de abrir a porta e sair por ela.

**********

Anastásia quase voltou o caminho quando viu Eyk vindo em sua direção.

- Anastásia. - ele quase gritou seu nome impendido ela de fugir.

- sim é o meu nome. - respondeu cínica quando virou-se pra ele.

- eu estava te procurando. - respondeu um pouco cansado.

- eu vejo. - percebeu seu constante ato de repudio e mudou o tom ficando mais séria. - o que aconteceu?

- o menino falou? - perguntou.

- ele estava dormindo quando eu sair, Maura estava com ele, recomendo perguntar a ela. - ela ia passando por ele para voltar ao quarto quando o mesmo segurou seu braço.

- por que trancaram ele? nós vasculhamos o navio e não tinha ninguém, então  quem enviou a mensagem e trancou ele? - o homem compartilhava suas duvidas com Anastásia isso a fez apreciar sua interação.

- são perguntas que eu também gostaria de saber, avisarei se ele disser alguma coisa. -  ele ainda não tinha soltado seu braço quando voltou a questionar.

- no Prometheus, você passou. - ele pareceu refletir por breves segundos antes continuar. - por alguma situação estranha?

- como assim estranha? - essa pergunta era familiar já tinha feito essa mesma pergunta para Maura, mas não diria isso a ele, mesmo que estivesse curiosa sobre que situação seria essa.

1899: Kerberos ( Daniel Solace )Onde histórias criam vida. Descubra agora