Correr.
Era isso, ou não conseguir chegar na escola é meu último ano preciso me esforçar.
Sei que é quase impossível chegar no ponto de ônibus em 5 minutos, mas iria tentar,nunca fui a pessoa mais pontual. Trabalhei até tarde, na noite passada.
trabalho como balconista, em um café de aeroporto. O seu turno começa de 18:00 e acaba de 02:00.algumas vezes. fazia hora extra, para conseguir pagar o aluguel da minha kit-net, ou comprar comida, pagar algumas contas, e a mensalidade. Quando posso, cuido das crianças do bairro, para ter um dinheiro extra.
_… consegui _ relaxo quando sento no banco mais próximo da porta do ônibus _não, não, não, não por favor_ repito em sussurros, para mim mesma, ao ver uma senhora vindo em direção ao assento, em que estava sentada.
_ filha, pode me dar o lugar ?_a senhora pede para se sentar
_claro_ respondo e suspiro cansada, levantando em seguida.
pelo que sei, fui filha única. Nasci fruto de uma traição, um empresário, que se encantou por sua secretária. Por um descuido a mulher engravidou, o empresário pediu que a mesma abortasse, com medo, a mulher esperou o nascimento do bebê, me deixou no orfanato, com um bracelete, dado pelo meu pai, para a mulher, nos meus cobertores, também havia a carta explicando tudo. A diretora do orfanato encantou-se por mim e me adotou afetivamente, a chamo de tia. Agora tenho os meus 18 anos, e graças a uma bolsa de estudos consegui entrar em uma escola de referência
Ao chegar na escola. Após correr muito até lá, com todo o corpo cansado e dolorido. Me senti julgada, os olhares de deboche e indiferença são percetíveis.
só queria chorar. Todos olhavam para me,talvez por conta do jeans surrado da sua calças ou da minha blusa rosinha de mangas, um pouco velha e infantil.
_ isso é assustador _ avalio para mim mesma, o local.
_ olá, é nova aqui certo?_viro em direção, a voz feminina
_ si… sim, eu sou _ respondo receosa,"por que ela falaria comigo?", penso
_ chamo-me Cecília, e você?_ pergunta empolgada e curiosa.
_ Aurora _ respondo baixo
_ há, então você é a bolsista? _ pergunta, a olhando estranho.
_ sim, _ a olho com dúvida _ sabe onde é a sala A5?
_ sim, é a última sala no corredor a direita… bom, prazer em conhecer, tchau._ acena indo embora.
_ tchau..._ respondo tentando entender oque havia acontecido.
sigo o meu caminho até a sala, onde tinha poucas pessoas, no máximo 7 pessoas na sala enorme, procuro uma cadeira, no fundo, bem no canto, colocou a bolsa no chão e pego um livro, era meu primeiro dia ,estava tão focada, que já havia lido todos os livros que podia. Não é fácil encontrar livros escolares na biblioteca pública, a maioria está riscado, rasgados ou repletos de xingamentos, feitos por crianças imaturas.
A aula logo começaria, só precisava ter paciência, o que era difícil, já que todos que estavam na sala olhavam e cochichavam
_ "ela é tão estranha" _ falou uma garota, para o grupo de amigos a sua frente
_ "já era esperado, uma bolsista" _ outro comentário
_ "será que passa fome,ela é tão magra " _diz outra rindo
já não prestava atenção no livro,minha boca estava seca,as mãos tremendo,meu peito estava tão agitado que doía,minhas pernas involuntariamente
Mexiam,a falta de ar era assustadora.não penso duas vezes ,fecho o livro,
coloco na bolsa e em passos descretos e rápidos, fui em direção ao banheiro.Entro na cabine mais distante da porta ,sem nem conferir, se tinha alguém lá ou não, pouco importava, não entendia o que estava sentindo, só sabia que era ruim ,muito ruim. Sentada no chão, tento me acalmar. Ou pelo menos voltar a respirar
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intensely loving
Romance"Onde duas mulheres de vidas completamente diferentes ,se encontram Amando intensamente. " _ intensely loving Lactofilia Infatilismo Relacionamento lésbico Palavras de baixo calão Problema familiares