Capítulo 1

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Áspen

Não imaginava que chegaria na faculdade desabrigada, aconteceu um alagamento em meu apartamento, aparentemente nada muito grave, mas a reforma pode demorar, então aqui estou eu indo passar um tempo com meu irmão, ele mora fora do campus com seus três amigos do time, passar um tempo com quatro caras, oque pode dar errado né? Mas no momento é minha única solução, não posso ir pra um alojamento, já que gastei tudo oque tinha naquele apartamento, e o emprego que arrumei mal da pra me manter, se não tivesse ganhado uma bolsa nem na faculdade estaria, acho que a tão sonhada liberdade de morar sozinha vai ter que ser adiada por um tempo.

Estou no Uber a caminho da casa de Theo, liguei enumeras vezes pra ele avisando que já estava a caminho, mas sem respostas, eu não poderia ficar plantada do lado de fora do meu apartamento alagado cheia de malas e caixas de papelão esperando a sua boa vontade. Chego na rua e vejo que é um bairro totalmente universitário, afinal quem em sã consciência se arriscaria ser vizinho de alunos de faculdade com cede de festa, zoação e hormônios a flor da pele?

Pago a corrida e desço do carro em frente à uma casa vitoriana de tijolos, o telhado branco, e janelas grandes, o gramado na frente está alto, e a casa parece antiga, porém bonita, pego minhas malas e as caixas de papelão no porta malas e subo as escadas da varanda e toco a campainha, algum tempo se passa e alguém abre a porta, então me deparo com um cara moreno de cabelos lisos e compridos que caem sobre seu ombro de um jeito bagunçado, mas sexy, os fios cobrem seus olhos, ele me analisa de cima abaixo, com as sobrancelhas arqueadas. Está usando apenas uma bermuda moletom cinza, exibindo seu peito perfeitamente malhado e levemente suado, meus olhos percorrem o caminho direto ao corte V perfeito, reparo em seu abdômen sequinho e com alguns gominhos, engulo em seco. Meu Deus esse cara foi feito a mão.

— Gostou do que viu? — pergunta o moreno com um sorriso sínico de canto, ao ver minha demora em analisar seu corpo.

— Nem tanto, já vi melhores — digo sorrindo com deboche.

— Que atrevida, tem a resposta na ponta da língua, gostei — ele sorrir.

Seus dentes são brancos e perfeitos, duas covinhas se formam quando ele sorrir, o típico sorriso cafajeste, daqueles que arruina sua vida e assombra seus sonhos, acho que qualquer garota nesse campus inteiro rasga a calcinha por esse cara.

— Aqui é a casa do Theodoro Sanclair? — pergunto mudando o rumo da conversa.

O carinha continua me olhando, seus olhos cor de mel, percorrem meu corpo de cima a baixo, me causando um certo calor. Quando pousam em minhas malas, ele volta a olhar para meu rosto e vê a impaciência que já está me deixando com raiva, e talvez um pouco excitada, não é todo dia que um cara gostoso desses aparece na minha frente.

— Ah merda, você é irmã do Theo? — ele arregala os olhos parecendo surpreso — Achei que você fosse mais... juvenil?

— Isso foi uma pergunta? — digo — Você esperava que eu fosse uma adolescente cheia de espinhas ou algo do tipo? — ironizo e ele rir pelo nariz.

— Não, é que o Theo descreveu você de um jeito totalmente... diferente — ele passa a língua pelo lábio inferior — Me chamo Kenai, a propósito.

— Aspen, então, você vai me deixar entrar ou vou ter que ficar com essas malas aqui fora?

O tal Kenai, então abre a porta para que eu entre, puxo minhas malas de rodinha sob o piso, a casa é  reformada e moderna por dentro, uma sala de estar com um sofá bege grande, uma tv maior ainda, uma mesinha de centro, vejo que tem boings e garrafas vazias de cerveja, do outro lado deve ser a cozinha, e a frente à uma escada que da ao andar de cima.

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