Capítulo 2

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Áspen

Atrasada, estou muito atrasada, se não fosse o barulho do carro saído da garagem eu não acordaria, como não ouvi meu despertador? Deve ser porque não coloquei a droga do celular pra despertar, foram muitos acontecimentos ontem que acabei por esquecer, tomo um banho às pressas e me arrumo correndo, não faço maquiagem, não arrumo direito o cabelo, apenas prendo em um rabo de cavalo alto, desço as escadas correndo, Theo ficou de me dar uma carona, mas já saiu, porque esse merdinha não me acordou, não tive tempo nem de tomar café e agora estou do lado de fora de casa implorando pra um Uber aceitar minha corrida até a faculdade mas parece que todos os carros estão ocupados, a faculdade não fica tão longe daqui mas também não tem como ir andando, ótimo primeiro dia hein Áspen.

De repente a porta atrás de mim se abre, Miles está saindo de casa, ele usa uma calça jeans desbotada e uma camisa preta agora posso ver seu rosto e meu Deus, ele é incrivelmente lindo, os cabelos ondulados molhados estão penteados pra trás, apenas uma mexa cai sobre seu rosto, seu maxilar é esculpido e sua boca rosada e carnuda, nem preciso falar do seu físico atlético, ele é alto e forte, nos braços as tatuagens chegam até o pescoço, ele me lança um olhar e minha nossa os seus olhos são tão preciosos, chego a ficar hipnotizada, um de seus olhos são castanhos claro e o outro azul, já ouvi falar disso se chama heterocromia mas nunca conheci alguém que tivesse essa condição genética, vendo agora a olho nu meu santo como é incrível.

— Oque foi? — Miles pergunta sério, acho que encarei demais.

— Nada — me viro para olhar a rua novamente — Eu sou irmã do Theo a propósito, Áspen — olho para ele novamente.

— Eu sei — ele diz seco enquanto olha o relógio em seu pulso.

Ok, ontem a noite notei que ele faz a linha rabugento mas não tem motivos pra ser grosso ele nem me conhece, não trocou uma palavra comigo.

Foster passa a porta e me olha sorrindo, ele pega a chave e a vira na fechadura trancando a mesma.

— Bom dia Áspen, oque faz por aqui ainda? — ele desce os degraus da varanda e caminha até onde estou.

— Tentando pegar um Uber, acordei tarde — olho meu celular novamente e nada.

Miles passa por mim e vai até a caminhonete Silverado preta estacionada em frente a casa, destrava a porta e entra, abaixa o vidro do carona e em nenhum momento ele me olha novamente.

— Vamos logo Foster, estamos atrasados pra caralho, o treinador vai comer nosso fígado — ele resmunga.

— Entra ai, a gente te dá uma carona — Foster abre a porta de trás pra mim.

Por um momento penso em recusar, Miles não parece afim de me dar uma carona, está com a cara fechada, mas não posso me dar ao luxo faz de não aceitar, faz quase vinte minutos que estou esperando um Uber e já estou mais do que atrasada, Miles e seu mau humor que se fodam. Aceito a carona e entro no carro, me sento atrás do banco do carona onde Foster já se acomodou.

— Áspenzinha ou Little Áspen, qual apelido você prefere que eu te chame? — Foster diz mexendo no celular.

— Eu prefiro que não me dê nenhum apelido — digo a ele.

— Resposta errada, todo mundo tem um apelido aqui, e você é parte da galera agora, então precisa de um apelido — Foster se vira pra mim. — Esse cara aqui por exemplo, o apelido dele é Mimiles — Foster faz um biquinho fofo e segura o ombro de Miles e eu riu.

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