Quando Serkan volta cerca de trinta minutos depois, ele tem um novo suéter de natal em seu corpo, seu cabelo perfeitamente alinhado e o perfume amadeirado preenchendo o lugar. É revoltante que alguém seja tão atraente mesmo que agora tenha um boneco de neve gigante estampado na própria roupa.
Ele vem até a mesa de jantar que Kiraz me ajudou a organizar, parecendo satisfeito pelo trabalho que tivemos.
— Você gostou, papai? — Kiraz pergunta — Eu ajudei a tia Eda a montar tudo — ela explica.
— Ficou linda, você é a melhor ajudante! — ele toca o cabelo dela e então olha para mim — Já estão com fome?
Admito que estou ansiosa para provar a comida dele desde que coloquei os pés nesta casa. Então sua pergunta me faz sentir vontade de implorar por isso.
— Sim! — é Kiraz que grita no meu lugar, mas eu me sinto representada.
Ela levanta e vai em direção a uma das cadeiras da mesa e eu sorrio, acompanhando Serkan até a cozinha, pegando as panelas e utensílios para complementar a mesa.
Não é uma grande ceia, afinal estamos em poucos números de pessoas, mas Serkan fez o suficiente para mais. Temos arroz com passas, peru, torta, carne, fricassê... de tudo um pouco.
— Você realmente fez tudo sozinho? — pergunto quando ele, gentilmente, começa a servir o meu prato, depois de já ter servido o da própria filha.
— Sim — ele parece envergonhado — Quando não estou na empresa gosto de ficar em casa, normalmente sempre dispenso os empregados, então passo um tempo treinando na cozinha para alimentar Kiraz.
Isso é... uau.
Surpreendente.— Isso é... uh... atencioso da sua parte, a comida parece deliciosa.
Ele sorri e então eu percebo que Kiraz ainda não tocou na comida, apenas observa minha pequena troca com o seu pai.
— Posso falar dessa vez, pai?
Ela pergunta ao Serkan, só então eu me dou conta que eles também devem ter a tradição de antes da ceia agradecerem pelo ano que tiveram e fazer novos pedidos e desejos para o ano que está por vir.
— Claro, meu amor — ele sorri para ela. E eu toco sua mão a incentivando também.
— Eu não sei como começar... — ela diz, tímida pela primeira vez, e eu sou dominada por memórias antigas, onde eu estava no lugar de Kiraz, onde eu repeti essas mesmas palavras antes de fazer meu primeiro agradecimento de natal, sinto minha garganta travar. — Mas eu estou muito feliz! Eu quero agradecer pela vida do meu pai, por ele ter cuidado tão bem de mim, também quero agradecer a tia Eda por sempre ter sido legal comigo na escola e também agradecer por ela ter aceitado vir passar o natal com a gente.
Eu sinto meus olhos encherem de lágrimas, mas pela primeira vez no dia são lágrimas de paz, de uma felicidade que eu não sabia ser possível sentir no dia de hoje.
— Eu amo natal, eu gosto de ver a cidade bonita, mesmo que eu sempre fique resfriada por causa da neve — ela sorri, o que deixa em evidência o enrugar fofo do seu nariz — Então meu desejo para o próximo ano é que todo mundo tenha um ano muuuuuito bom, para que também possam ter um natal muito legal como o que eu estou tendo.
Não percebo que estou chorando até ver Serkan se levantar e me entregar um pequeno lenço de papel.
— Você está chorando, tia Eda? Eu falei algo errado?
— Não, querida — eu a tranquilizo, enxugando minhas lágrimas — Eu só estou muito feliz de estar aqui. Eu falei que fico emocional durante o natal, não falei?
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LONELIEST TIME OF YEAR
FanfictionFANFIC EDSER | Eda desde criança sempre amou o natal, mas as consequências da vida fez ela se afastar da magia da época mais luminosa do ano. Até que a falta do açúcar especial para os seus biscoitos natalinos acaba resultando em um convite inespera...