SEIS

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Eu achei o defeito do poderoso Serkan Bolat... ele ronca.

Depois da nossa aventura durante toda a madrugada, Serkan insistiu para que eu ficasse com ele, que ele acordaria antes de Kiraz e nós não precisaríamos nos preocupar em sermos flagrados. Mas seu ronco me despertou antes do esperado, são quase nove da manhã quando eu me levanto da cama, ainda o deixando adormecido, e visto apenas o suéter que eu estava noite passada.

A casa não está tão fria, mesmo que lá fora a neve ainda esteja forte. Eu quero fazer chocolate quente para quando Kiraz e ele acordarem. Sempre é bom tomar uma xícara acompanhada de biscoitos natalinos.

Quando eu desço as escadas e estou quase prestes a chegar na cozinha, eu vejo um objeto no chão. Lembrando da noite anterior e de como provavelmente foi o que nós derrubamos quando Serkan me teve aqui sobre essa parede. Me abaixo para pegar e noto que é um pequeno porta retrato, mas a foto me faz perder o brilho... Ali tem uma mulher grávida e Serkan com a mão em sua barriga. Os dois sorridentes.

O quão irônica a situação poderia ser? Derrubar o porta retrato justo da foto que contém a esposa do cara com quem você transou durante toda a noite? Mas antes que eu possa colocá-la no lugar e fingir que não fui o pivô desse pequeno caos, uma senhora sai da cozinha. Eu tento pensar no que fazer, mas meu cérebro falha por um momento, sem saber o que falar eu fico apenas congelada no lugar, sem saber quem ela é.

— Ah, bom dia! — ela diz surpresa — Não sabia que tínhamos visita.

E eu não sei quem é você... Mas eu mordo minha língua.

— Eu... uh... Sim, é. — eu me sinto uma idiota monossilábica. — Eu iria preparar chocolate quente.

— Ah, não precisa! — ela diz simpática — Eu já fiz! Estava indo chamar Kiraz, ela acorda em alguns minutos...

E como um passe de mágica Kiraz desce as escadas.

— Feliz natal! Feliz natal! Feliz natal! — ela grita pulando pela casa com seu pijama do Olaf.

Ela abraça a senhora e então me abraça, só então eu noto que ainda estou segurando o porta retrato quebrado.

— Ah, caiu? — Kiraz pergunta.

A mulher então nota o que eu estou nas mãos.

— Uh... sim... Eu estava passando e... err... vi ele no chão, desculpa.

— Não tem problema! — Kiraz pega o porta retrato da minha mão e coloca numa mesa de canto ali próximo. — Sempre tem espaço para outro novo.

Ela sorri.

— Kiraz, sua xícara de café quente já está na mesa esperando. — A senhora avisa e Kiraz corre para longe de nós, como se apenas o chocolate importasse no mundo.

— Eu sou Samiha — ela se apresenta a mim. — Sou a governanta da casa, mas conheço Serkan desde quando ele era apenas do tamanho da Kiraz.

Eu me sinto ainda mais intimidada por ela, mesmo que ela tenha sido simpática comigo.

— Sou Eda Yıldız — eu toco sua mão, a cumprimentando — A professora da Kiraz. Desculpa por aparecer do nada aqui, Serkan me convidou de última hora.

— Imagina, querida, está tudo bem! Se Serkan te convidou a passar o natal aqui, uma data que ele gosta tanto, com certeza você é alguém importante. — ela pisca pra mim, e então eu tenho certeza que ela desconfia do que eu e Serkan tivemos.

Eu queria poder me enfiar em um buraco... Minhas bochechas agora devem estar mais vermelhas que a roupa do papai Noel.

— Então... uh... chocolate quente? — pergunto, tentando não soar tão envergonhada como estou.

LONELIEST TIME OF YEAROnde histórias criam vida. Descubra agora