Lua de Sangue

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bons presságios.  

Bons presságios, dissera o Grão-Mestre Gerardys ao receber seu cachorrinho nos braços, um grande sorriso nos lábios e um olhar orgulhoso em sua direção. Quase como se realmente acreditasse em sua palavra, como se a dúvida não fosse uma opção sob o olhar da lua.

Lucerys teria se juntado a eles se pudesse, mas a exaustão do parto a deixara com pouca escolha. O leite de papoula pode ajudá-lo apenas parcialmente em sua dor, o resto é apenas uma questão de tempo. Tempo que ele não tem, não com Aegon ainda no Trono de Ferro e com os olhos fixos nele e em seus filhos. 

Ele está encurralado, ele sabe disso, mas o que mais ele pode fazer? Seu avô ainda possui o Driftmark, não há título em seu nome para protegê-lo. Se Lucerys der um passo em falso...

Um passo em falso e eles...  

De repente, uma figura escura se materializa sobre o berço de seu filhote recém-nascido. Ela paira com as mãos apoiadas nas grades, o corpo inclinado para dentro.

O coração do jovem príncipe dispara e sua mente se confunde, apesar da dor ele consegue enfiar a mão embaixo do travesseiro e pegar uma adaga. É pequeno, mas afiado, o intruso parece não saber que está acordado, muito menos armado. Se ao menos ele pudesse chegar um pouco mais perto...

Mas uma brisa fina consegue fechar as cortinas, fazendo-as dançar ao seu som. O luar é filtrado pela abertura da janela e ilumina a sala com ele.

Aemond é quem se vira para vê-lo, o capuz de seu terno escondendo parte de seu rosto.

Lucerys respira fundo e larga a adaga. Ele se recosta nos travesseiros enquanto observa Aemond voltar sua atenção para o filhote. 

Em seu filho , que nasce com cabelos prateados rebeldes e olhos violetas sérios. 

Ao contrário de seu irmão, o nascimento de seu segundo filhote foi rápido. Esta criança quase não chorou, apenas franziu a testa e parecia feliz por ser deixada para descansar sozinha em sua própria cama. 

- Você está em boa saúde? 

A voz de Aemond é apenas um sussurro, mas Lucerys pode ouvi-lo claramente.

– Ele tem… –responde o Ômega, fechando brevemente os olhos– Ele é apenas um pouco menor que Aemon.

O Alfa se vira para vê-lo.

- Onde está o?

– Com Jace. Zangado, claramente –diz Luke com um sorriso adornando os lábios– Ele não consegue entender que seu irmão ainda é muito jovem para brincar com ele com espadas e cavalos.

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