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Ali estava, bem na sua frente, o provável motivo dos assuntos inacabados do seu vizinho misterioso, e o que tinha acabado de ler não lhe agradava nada.

Entre os vários resultados você só conseguia reler tudo na esperança de ter entendido errado. Johzenji, uma gangue perigosa de arruaceiros sem piedade, envolvidos em 15 crimes envolvendo drogas ilícitas, 27 envolvendo violência e 4 envolvendo corridas ilegais, você tinha se preparado para o pior, mas aquilo ultrapassava todos os limites. Suna estava mesmo envolvido em tudo isso? Afinal, o moreno não era só um homem qualquer pagando de misterioso, e sim um provável criminoso.

Passou as mãos pela nuca ainda em choque com tudo o que havia acabado de ler, se esgueirou para perto da janela dirigindo o olhar para o outro lado da rua, o carro estava ali, Suna estava em casa.

Como que por impulso, você trocou de roupa o mais rápido possível quase correndo em direção à sua porta da frente, a abrindo e atravessando a rua sem sequer olhar e sem nem perceber, estava tocando na campainha do moreno.

— Precisando de alguma coisa?- disse seco, recostado contra a batente da porta de madeira.

Paralisou. Foi tudo repentino demais e você não havia preparado nada.

Os olhos dourados fixos no seu rosto aguardavam por uma resposta.

— Eu sou escritora!- disse rapidamente.

— Ok... Legal.

— É que eu estou com um bloqueio criativo e queria saber se, por acaso, você não poderia me ajudar com algumas ideias.- os seus olhos ansiavam por uma resposta positiva enquanto tinha as mãos juntas perto do peito.

— S/N, eu não sou escritor, foi mal...- ele disse meio sem graça.

— Não, você não é, mas é uma pessoa vivida, com várias experiências... diferentes... e talvez pudesse me dar umas ideias baseado nisso.

— "Experiência diferentes"? S/N eu não quero que você escreva um livro sobre mim ou sobre a minha vida, apenas esqueça o que viu no outro dia.

A porta se aproximava cada vez mais de você à medida que o homem a fechava na sua frente.

— Eu recebi um vídeo!- disse por fim colocando agilmente o pé entre a porta.

— Quê?- perguntou com uma expressão confusa abrindo a porta novamente.

— Eu recebi um vídeo seu brigando com o Terushima.- baixou o olhar levemente envergonhada. Mas que raio estava fazendo? Nem era suposto ele saber da existência desse vídeo, pelo menos não tão cedo.

A expressão de Suna passou de confusa para irritada à medida que ele ia entendendo a situação.

— Entra.


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— Você não tem esse contacto salvo?- você perguntou.

Estavam agora sentados no sofá da sala do moreno, ele ainda segurava o seu celular em suas mãos após ver o vídeo que uns dias mais cedo você havia visto, uma expressão stressada dominava o seu rosto encarando o aparelho.

— Não, tenho tão poucos contactos salvos que sei eles de cor.- ele se levantou, começando a andar em círculos no meio da sala de estar.

— Porque o enviaram para mim? Nem conheço essa gente.

— Para me ameaçar a mim, S/N. Querem me pressionar porque eu tenho o que eles querem.

— Que seria?- perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Força.- disse olhando para você com uma expressão séria.

— Poder?- você riu.- Suna, como escritora devo dizer, isso não é nenhum livro, ou filme, isso é a vida real.- disse enquanto se aproximava do mais alto. Ele te olhava bem nos olhos.

— Não fale como se fosse algo simples, isso é a vida real, é a minha vida real. Você pensa que com esse vídeo sabe de tudo? Pensa que por ter pesquisado na internet uns nomes sabe o que realmente acontece?- ele se aproximou mais fazendo você arrepiar ao sentir a sua respiração quente.- Esse vídeo, o que você acha na internet, é só a ponta do iceberg, S/N, e acredite quando eu te digo que você não está pronta para ver o que está no fundo, ninguém está, nem eu estou ás vezes, por isso por favor, não se mete mais nisso e me deixa resolver as coisas, quando mais fundo você vai, pior vai ficando, e se você já ficou em choque com a ponta do iceberg, não queira ser arrastada para o fundo.- disse sério olhando nos seus olhos, o seu olhar era tão intenso que tinha medo de que ele conseguisse ver através de você.

— Suna Rintarou.

— Hm?

— Eu não sou o Titanic.- deu um leve passo em frente.

Os olhos do homem penetravam, o seu olhar foi lentamente se desviando para seus lábios, que você humedeceu quase que involuntariamente. A mão grande de Suna se deslocou até a sua nuca, lhe puxando para um beijo lento mas cheio de segundas intenções, a tensão sexual entre vocês estava tão presente que qualquer um notaria. Suna levou a mão disponível até à sua cintura apertando ali enquanto você passava as mão desde o peitoral até a nuca do mais alto, arranhando e puxando levemente os fios escuros o escutando arfar.

Naquele momento, Suna sabia que você mergulharia até as profundezas para achar o fim do iceberg, tendo o mesmo fim que o Titanic ou não.

"Consume" (Suna x Leitora) - pt/brOnde histórias criam vida. Descubra agora