Destino - Sariette

Coragem

Será que temos coragem para admitir algo?
Algo que nos mágoa no fundo do nosso coração. Será possível curar?

Pov:Juliette

A cada percurso da volta, sinto a brisa da natureza invadir. Hoje foi um dos dias que posso dizer que foi longo e inacreditável.
Nunca achei que viria aquela mulher novamente e muito menos sua filha, que loucura.

Chego no hospital e estaciono minha moto, olho de relance e sorrio para estrela. Lembro da lua também e da irritadinha da mamãe dela.

Entro e antes de abrir meu armário já sinto minha thaizinha chegar.

- A sorte que seu irmão não sabe- a olho- Juliette você estar apaixonadinha, sua bobona.

Thaís só pode ter se drogado e não me contou.

- Thaís, não estou apaixonada- ela me olha debochada- estou falando sério. Sobre meu irmão, não ligo.

- Juliette seu irmão é dono daqui também, você sabe como é ele. Então porque a deixou em casa com a filha dela?

- Do mesmo jeito que ele é dono, eu também sou- a olho séria- desculpe, preciso voltar ao trabalho. - abro meu armário e quando vou ao banheiro paro e a olho- deixei ela em casa por causa da lua e porque vi que o babaca do pai dela não veio pra se preocupar com a própria filha!- fecho a porta do banheiro.

Respiro profundo com as costas na porta. Eu não estou pronta pra me apaixonar, não depois do que aconteceu na minha vida nos últimos anos. Incluindo perde a mulher da minha vida, minha noiva.
Tento todos os dias seguir e mesmo fazendo 5 anos, tem dias que eu lembro e dias que me culpo por não lembrar, eu a prometi que seguiria em frente e que lutaria para ficar bem. Não sei se estarei pronta para amar novamente.

- Estou tentando Débora- suspiro baixinho e longo me inclino para me trocar.

Me ajeito e coloco meu vestido e tênis no armário. Vou em direção a porta quando olho do lado estar Thaís sentada no banco perto do vestiário.

- Não precisa falar nada, eu peço desculpas- ela fala- Juliette é a primeira vez em anos que vejo você sorrir natural, posso estar errada, mas sinto que você pode ser apaixonada novamente.

Ficamos em silêncio depois disso, me viro lentamente para encara-la.

- Thaís- ela me olha nervosa- eu não estou apaixonada por Sarah, sim pela a filha dela- sinto meu estômago nervoso e já corto- não sei se o amor é para mim depois do aconteceu e não tenho tempo para outro relacionamento.

- A Débora ia querer você feliz- ela me olha bem séria- tenho certeza que você será muito feliz só basta você se permitir. Você merece ser amada!- ela sai

Fico sem acreditar nas palavras, foi como um soco. Talvez ela esteja certa, quem sabe.
Me ajeito e vou direto pra visão que é de luta e felicidade ao mesmo tempo.

Pov:Sarah

Abro a porta e lua corre pela casa, essa garotinha as vezes esquece que estar engessada no braço é ferimentos na perna. Sinto um som de carro atrás e sei qual já é; minha mãe.

- Sarah- ela não diz mais nada, nem eu.

Ela me abraça forte e chora, um choro de alívio e por mais durona que eu seja, sinto uma lágrima me invadir.