Sequestro

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Melissa

A festa tava tão cheia que eu não encontrava mais a Natasha em lugar nenhum. Não duvido que essa criatura tenha enchido a cara. Era quase 1 da manhã e eu tava evitando beber vinho pra ficar sóbria pra achar ela. Tava com tanto sono, precisando ir pra casa que se ela bebeu e foi dormir com algum cara, eu não vou mais procurar. Sai de lá com um monte de homem quase sem roupa me olhando e outros transando nas mesas. Nunca senti um alívio tão grande em sair de lá. Sai andando até ficar bem distante e na hora que abri o aplicativo pra chamar um Uber, atravessando a rua sem ver, só vejo um breve clarão e ficando escuro logo depois.

No dia seguinte, a tarde...

Natasha

Acordei e senti como se tivesse passado um caminhão por cima e minha cabeça doía. Me sentei tentando me situar, passei alguns minutos processando e ai foi que reparei que eu estava num quarto que não era o meu. Era bem moderno, pequeno e tinha banheiro e closet. Eu estava vestida, com as roupas ainda. Então acho que não fizeram nada ainda. Não que eu saiba. Vi que tinha uma aspirina em cima de uma bandeja com água e simplesmente bebi. Passou alguns minutos e começou a fazer efeito. Me levantei meio zonza e fui até o closet, pelas roupas eu saberia se era homem ou mulher. Homem, pelos paletós é com certeza um homem. Ouço a porta abrir e me assusto caindo no chão denovo. Sinto alguém me ajudar a levantar e quando vejo é um cara com o cabelo preto, olhos verdes, alto, forte e a única coisa que reparo mais no peitoral dele que a blusa que ele ta usando é tão fina que deixa marcado o piercing nos mamilos:

- você é uma pessoa que dá trabalho, sem dúvidas - ele falou e que voz.

- onde estou? - perguntei quase não saindo enquanto me deitava na cama novamente.

- no meu apartamento, bem vinda - ele falou.

- como vim parar aqui? - pergunto.

- você bebeu demais e tinha cara de olho em você que não era muito confiável, ele tem uns esquemas por ai e pelo seu jeito, parecia que era a sua primeira vez lá, achei prudente te tirar lá antes que o cara abusasse de você e inclusive também não achei prudente tirar suas roupas, inclusive você precisa de um banho - ele falou e fiquei sem reação - tem uma toalha e produtos de higiene pra você e água quente, meus homens estão providenciando roupas, se você se sentir bem em voltar pra sua casa, eu te levo assim que tiver melhor.

Só concordei com a cabeça e saiu sem dizer nenhuma palavra a mais. Coloquei o lençol na cara e queria surtar, mas o cheiro era de homem, acho que essa é a cama dele. Me levantei num pulo e resolvi tomar banho, era tudo tão chique que eu já queria morar lá. Quando comecei a tirar a roupa percebi que não perguntei o nome dele. Surtei mais um pouco. Respirei, liguei o chuveiro e água quente percorria em meu corpo e fechei meus olhos sentindo cada gota de água que descia pelas minhas costas:

- não é atoa que queriam você - ele falou e me virei de costas pra ele desligando o chuveiro completamente nua e com vergonha.

- como entrou aqui? - perguntei.

- a porta tava aberta - ele falou.

- isso é invasão de privacidade - falei.

- eu vou sair, tem roupa na sacola pra você, gostosa - ele falou e ouvi a porta abrir e se fechar.

- escroto - falei olhando pra trás vendo que não tava mais.

Tomei meu banho normal, coloquei o roupão e vi que tinha um vestido vermelho, uma jaqueta de couro preta e um tênis branco. Pelo menos ele tem bom gosto por coisa cara. Vesti, penteei o cabelo e voltei pra o quarto e ele estava sentado na poltrona lendo algum livro e quando me viu, fechou e me encarou:

- ficou horrível? - perguntei.

- Não, você ta linda - ele falou se levantando - você quer comer alguma coisa? Almoçar, talvez?

- vou ter sua companhia? - perguntei.

- claro - ele falou com aquele sorriso encantador.

- então vamos...

Melissa

Acordei tentando abrir os olhos, mas tava muito claro, passei uns minutos tentando ver, quando consegui abrir os olhos vi que estava numa cama de hospital. Merda. Eu deveria ter ficado em casa. A enfermeira entrou na hora e abriu um sorriso ao me ver:

- onde estou? O que aconteceu? - perguntei.

- você foi atropelada, sorte que seu namorado que tava dirigindo tava devagar e te trouxe aqui - ela falou bem direta.

- namorado? Eu não tenho namorado - falei processando somente essa parte.

- foi o que foi informado na recepção - ela falou.

- ele ta ai? - perguntei.

- sim, quer que eu o chame? - ela perguntou conferindo meu prontuário.

- quero - falei.

- ok, vou chamar - ela falou e que mulher simpática.

Ela saiu e eu aguardei. A porta se abre e ela volta acompanhada de um rapaz que não sabia se existia mesmo ele. Tinha os olhos claros, cabelos castanhos, se vestia como um cara rico:

- aqui mocinha, seu namorado - ela falou.

- nunca nem vi esse cara na minha vida - falei.

- vou deixar vocês a sós - ela falou e em seguida saiu.

- desculpa, eu... - ele falou e eu não entendia mais nada que ele falava, só conseguia fitar naqueles lábios maravilhosos - ....você ta bem? - pergunta me fazendo voltar a realidade

- acho que tô - falei me conferindo - por que mentiu dizendo que era meu namorado?

- por que futuramente eu vou ser - ele falou e ri.

- convencido, nem te conheço - falei.

- prazer, Shawn, o seu é Melissa de acordo com os documentos - ele falou.

- cadê minha amiga? - perguntei.

- você tava sozinha - ele falou.

- ah é, você me atropelou - falei e ele riu.

- você passou na frente, disseram que você bebeu - ele falou se explicando e que gatinho.

- é, eu bebi e tava indo pra casa, aliás eu quero ir pra minha casa - falei.

- vou te levar quando te derem alta, até lá você se comporte - ele falou com um sorriso fofo - de onde você tava vindo?

- não te interessa, me da meu celular - falei.

Ele pegou minha bolsa e me entregou, fui tentar ligar pra Natasha, parece até que sou mãe dela.

Amores ImperfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora