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Snon
Os nove meses passaram voando, parece que eu pisquei e já estou em trabalho de parto, incrível.
Um dos meus maiores medos quando descobri a gravidez era a reação da nossa família, mas eles ficaram até bem tranquilos com a notícia. Meu pai disse algo como:
"Uma folha não caí de uma árvore sem a permissão de Deus, era pra ser assim. Vamos amar muito essa criança que você carrega."
Eu achei tão fofo da parte dele, na minha cabeça ele iria matar Alejandro e depois me mataria. A reação da minha mãe e dos meus sogros não foi muito diferente.
Nesse momento estou deitada, agarrando com tremenda força a mão do meu namorado que olhava toda a cena espantado, estou tentando relaxar ao máximo pra colocar o bebê para fora.
Por que diabos isso parece tão impossível? Na hora de fazer foi facinho. Não era justo.
Já estou a horas em trabalho de parto.
Me sinto sem forças para nada então jogo minha cabeça para trás e fecho meus joelhos ainda deixando meus pés longe um do outro.
Levanto minha cabeça no momento em que sinto uns dedos entrando mim puxando delicadamente a cabeça do meu bebê. Ótimo. Além de passar um criança ainda querem enfiar uma mão em mim. Na hora nem ligue, já estava toda arrombada mesmo.
Então o segredo era esse??? Fechar as pernas e não fazer força? Por que não tentei isso antes??
A sensação que senti ao escutar meu filho chorando não tinha preço. Finalmente acabou. Ele estava ali, comigo, com o pai dele. Minha família.
Se você me falasse a um ano atrás que dentro de 12 meses eu seria mãe e já teria minha própria casa pra cuidar eu iria rir da sua cara e provavelmente te chamaria de louco.
Olho pro lado e vejo Garnacho com os olhos brilhando de emoção. O médico pega meu bebê e me entrega, não sabia nem como segurá-lo direito, não tinha o costume de pegar bebês recém-nascidos no colo, era tudo muito novo, mas não pude ficar com ele ali por muito tempo, logo alguns enfermeiros me tiraram dali e me levaram pra um quarto quarto continha um banheiro.
Minha mãe estava já estava lá esperando que chegássemos pelo visto.
Ela me guiou até o banheiro me ajudou a tirar aquelas roupas de hospital e me deu um banho na medida que conseguiu.
Quando estava devidamente pronta meu pai entra no banheiro para me pegar e levar para cama.
Saindo de lá dou de cara com meu namorado num canto do quarto segurando nosso pequeno garotinho.
Nós havíamos tido um menino. Ravi. Ravi Soares Garnacho.
Ele se aproxima de mim sem tirar os olhos do bebê em seu colo, me encontro muito ansiosa sentada naquela cama de hospital. Eu queria muito pegá-lo de novo, dessa vez direito.
Meu namorado parece entender e me entrega Ravi com muito cuidado, meio filho estava todo empacotadinho num conjunto todo cinza que minha sogra havia me dado.
- Ele é lindo. - digo admirando.
- Ele tem seus lindos olhos. - realmente. Ravi nasceu com os olhos esverdeados como os meus, só isso que puxou de mim pelo visto, pois ele era uma cópia idêntica do pai.
Só consigo sorrir.
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