~ Dois ~

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Acordei ainda na minha sala, com minha secretária e o advogado da família por perto. Park Bo-ra chorava copiosamente, enquanto o senhor Choi andava de um lado para o outro falando ao telefone.

― Bo-ra... ― minha voz saiu baixa ― Senhorita Park.

Ela me fitou assustada e correu até mim, ajoelhando-se.

― Senhorita Oh, me desculpe. ― chorou mais ainda.

― Pelo que?

― Não estava aqui para socorrê-la.

Ri, apesar do caos.

― Não se preocupe com isso. ― me levantei devagar e ela fez o mesmo ― Acho que fiquei ansiosa demais e desmaiei.

― Eu sinto muito. ― ela fungou.

― Senhorita Oh. ― o advogado se aproximou ― Sinto muito por essa confusão.

― Senhor Choi. ― chamei-o, com firmeza, então respirei fundo tentando adquirir coragem ― As acusações são verdadeiras?

Ele e minha secretária se entreolharam, então com pesar, ele respondeu:

― Sim.

Meus olhos arderam, mas não permiti que as lágrimas rolassem, então sorri.

― Posso ver o meu pai?

― Receio que só poderá vê-lo amanhã, senhorita. Quando... ― senhor Choi suspirou ― Quando ele for transferido para o presídio.

Perdi o equilíbrio por alguns segundos.

― Como isso aconteceu tão rápido? ― franzi o cenho.

― O seu pai confessou tudo em troca de uma sentença reduzida e que não prejudicasse a imagem da senhorita. As investigações estavam se aprofundando e ele não quis piorar as coisas.

― Então pode não ser verdade, já que ele confessou só para me proteger. ― tentei ser otimista.

― Chefe. ― Bo-ra atraiu minha atenção ― O secretário dele me pediu para lhe entregar isso.

Bo-ra estendeu a mão com um envelope branco. Parecia ser uma carta.

― Vamos te dar um pouco de privacidade. ― disse o senhor Choi e então ambos saíram.

Rasguei o envelope com cuidado, desdobrei o papel que ali estava e reconheci a letra do meu pai imediatamente.

"Minha menina, não sei por onde começar. Acho que o correto é lhe pedir desculpas. Não! Perdão.

Filha, deixei o poder e a ganância falarem mais alto, quanto mais ganhávamos com a Oh Cosméticos, mais eu queria e isso virou um vício sem fim. Comecei a ser investigado pois alguém me denunciou para a promotoria, porém no começo eu não estava preocupado. Quando percebi que as coisas estavam ficando sérias, resolvi me entregar para não prejudicar você e o nome da nossa família e, quem sabe assim, ganhar alguma vantagem.

Mas não pense que não cuidei de tudo. Tenho algumas instruções para você: primeiro, saiba que guardei 50 bilhões de wons em uma conta secreta, porém só posso revelar a você quando as pistas esfriarem e desistirem do meu caso. É um dinheiro não declarado, agi sozinho para guardá-lo somente para você caso algo desse errado comigo. Digo isso para que saiba que não está desamparada e também peço que queime essa carta devido a essa informação.

Segundo, conversei com um amigo de longas datas. Ele não concorda com os meus atos, mas reconhece que a Oh Cosméticos é boa demais para afundar por causa de um escândalo e irá assumir a empresa. Ele é dono da Jung Parfum. Você sabe que empresa é essa. Mas para me ajudar, ele tem apenas uma condição: que você se case com o único filho dele até o Natal.

Arranjo de Natal - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora