Capítulo 1

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O dia começou cedo, como todos os dias, eu me levantei e antes mesmo de fazer minha higiene matinal, eu conferi as câmeras da casa pelo meu notebook, não era porque o alarme não tinha tocado que a casa estava livre.

Depois disso eu verifiquei o histórico dos aeroportos e rodoviárias, as câmeras estavam programadas para reconhecer o rosto dele.

Marcus Galaretto, o homem que separou minha família e faz da minha vida um inferno.

A onze anos atrás, quando eu tinha apenas 14 anos, eu e Carol tivemos que fugir do nosso lar, minha irmã tinha apenas cinco anos e eu era uma adolescente cuidando de uma criança.

Ficamos por um período na casa de nossa tia avó Rubby, mas era fácil de mais e por isso não demorou muito para sermos obrigadas a ir para outro país.

Além da Itália e Rússia já estivemos no Canadá,na China, na Alemanha, no Equador e agora no Brasil, que é onde estamos mais tempo, tivemos que fugir algumas vezes para o Chile, mas sempre retornamos.

Em todo esse tempo eu vi ele pessoalmente duas vezes, uma quando eu era pequena e outra na Alemanha, o que fez eu e Carol fugir só com duas mochilinhas, precisando recomeçar do zero.

O que ocorreu foi que a 18 anos atrás, eu tinha 7 anos e meu avô era viciado em jogos, apostou tudo no cassino da família Galaretto.

Marcus tinha 17 anos e tomava conta do cassino, desde aquela época ele já demonstrava pulso de ferro para ps negócios.

Então, temeroso, o meu avô se comprometeu, para pagar a dívida, ele negociou a vida da próxima filha da família.

Não tenho tios e meus pais não queriam mais filhos, no entanto após alguns anos, mamãe ficou grávida e foi então que todo o plano espertinho do vovô foi revelado e ele foi odiado por toda a família.

Marcus deu até o sexto aniversário de Carol e por isso, quando ela fez cinco anos meus pais me enviaram com ela para longe, para evitar que ele a levasse.

Está sendo assim desde então, tenho esperanças que um dia isso acabe e possamos viver em paz, mas enquanto ele nos persegue, preciso ficar atenta a todo estante.

Mal durmo e só como por causa de Carolina, ela está naquele porcaria da fase dos 16 anos.

Respirei fundo indo pro banheiro e me despindo para o banho.

É um saco todas as vezes que lembro do meu passado e percebo o quanto perdi minha vida.

Parei de estudar e tive que fazer tudo em casa, desde cursos a trabalhos, não podia expor demais a nós duas, fora que Carol já estuda fora, isso já é o suficiente para nós.

Tenho sorte de poder tomar antidepressivos ou acredito que já teria morrido, meus fantasmas acabam comigo e as vezes fica difícil levantar da cama e recomeçar o dia.

Vai ser tudo igual!

Saí do banheiro, me arrumei e então desci para preparar o café da manhã, antes bati na porta de Carolina e a acordei.

-Desço em dez minutos!-gritou com a voz grogue de sono.

Ri e segui meu caminho, todos os dias ela dá trabalho para acordar cedo.

Preparei o café de nós duas e logo ela desceu arrumada.

Observar minha irmã me lembra de meus pais, ela era loira e tinha cachos nos fios, seus olhos eram verdes e brilhavam com a luz do sol, sua pele era bronzeada e ela tinha um sorriso lindo.

-Bom dia! Melhor irmã do mundo!-me deu um beijo.

Usava a blusa padrão da escola e uma saia jeans justa.

Grace - Obsessão Além do tempo [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora