Grace - Obsessão Além do tempo [Degustação]

Capítulo 5

Meus olhos pesavam e meu corpo estava parcialmente dolorido, não conseguia acreditar no que estava acontecendo.

Eu estou viva?! Mas como?!

Abri os olhos lentamente dando de cara com o autor de muitos de meus pesadelos.

-Bem vinda de volta, Grace.-sua voz forte me tirou do estorpor do sono.

Abri os olhos completamente, encarando aquele homem.

Meu coração acelerou tanto que achei que fosse sair do peito.

Quando ele vai me matar?

Melhor, por que ainda não me matou?

-Vejo que está bem acordada.-desviei o olhar para o ambiente, observando os elementos, a janela fechada, o som, as poltronas... estávamos em um avião.

Preciso disfarçar, parece confortável e menos assustada.

Mostrar a ele que não vai me ganhar, mesmo que no fim eu morra.

-Para onde está me levando?-perguntei sem me importar de ser educada.-Pretende me torturar antes de me matar?-perguntei com um sorriso travesso.-Já aviso, não vou contar nada.-ele sorriu de lado.

Marcus não tinha mudado nada, tinha cabelos castanhos escuros e olhos cor de mel, seu rosto era bem desenhado e ele tinha uma barba feita, seus olhos eram profundos, por isso dava agonia encará-lo por muito tempo.

É como se ele pudesse me decifrar.

-Eu já sei onde está sua irmã, não preciso torturá-la para isso.-pisquei perplexa. Isso é impossível, eu tomei todos os cuidados possíveis.

Meus olhos devem ter arregalado e eu talvez tenha ficado mais branca que o normal.

Minhas mãos suaram e eu achei que teria um infarto.

Meu maior pesadelo não podia estar se realizando.

-Está blefando.-tentei manter o controle. Se ele soubesse onde ela está mesmo, quem estaria aqui seria ela e não eu, eu estaria em alguma vala abandonada.

-Não estou.

-E por que não foi atrás dela?-perguntei encarando ele com coragem, em desafio.

Tranquila, Grace.

-Porque quero que faça algo pra mim.-pisquei os olhos perplexa novamente, eu? Trabalhar pra ele?

Como assim? Não há nada que eu possa fazer por ele.

-Não entendo.-confessei me sentindo nervosa subitamente, eu estava hiperventilando.

Ele está saindo do papel que criei na minha cabeça, da cena que imaginei quando nos encontraríamos assim frente a frente, da luta épica e de todo o sofrimento da morte de um de nós dois.

Por que ele não está seguindo o roteiro?!

Eu vou ter uma crise caso continue assim.

-Você está disposta a fazer tudo pela sua irmã?-perguntou ele com os olhos apertados, vidrados no meu rosto.

Assenti sem hesitar, mesmo sabendo que aquilo possivelmente seria o meu fim, seja o que for esse tal trabalho, não achava que sairia viva disso.

Não me importo, eu cumpriria meu papel de guardiã e manteria minha irmã a salvo, mesmo que isso signifique a minha morte.

-Sim.-minha resposta pareceu o pegar desprevenido.

-Então case-se comigo.-recuei no assento. Suas palavras foram um baita choque pra mim.