Há uma rachadura no teto do meu quarto, pequena, discreta e linear mas mesmo assim é tão visível para mim que chega a incomodar, rachaduras me incomodam em geral. Havia uma rachadura no teto da minha casa no Brasil, bem na sala perto da janela, minha mãe a odiava ela era visível e nada discreta minha mãe sempre tentava arruma-la mas no final a rachadura sempre voltava, era um tormento para minha mãe, até que um dia quando o tio Nilo, pai da Lilith, estava pintando sua casa e havia tantos pincéis e tintas do lado de fora espalhados.—Eu pensei enquanto lavava os pincéis para o tio Nilo.— Se a rachadura insistente e horrível não iria sumir então eu a daria outro significado, outro que não aborrecesse tanto minha mãe. Passei a tarde toda pintando Ramos verdes e fazendo pequenas flores com detalhes tão pequenos que minha mão ficou o dia todo doendo depois, minha mãe se surpreendeu ao me ver encima de uma escada e depois de longos segundos ela olhou para o teto e sorriu, ela me disse que era a coisa mais incrível é criativa que ela já tinha visto, eu era uma artista, um dom que brilhava como o martelo da Tinker bell.
Magia, aquilo para mim soou como se eu pudesse fazer magia a melhor e mais poderosa, desde desse dia eu não parei mais de pintar cada buraca que havia em casa, as paredes que antes era brancas e alguma cor de creme ganharam vida com cores alegres. Depois de ficar muito tempo deitada observando a nova rachadura decido me arrumar, eu tinha uma consulta com a ginecologista e por mais que eu odeio ir ao médico sei a necessidade de me cuidar, infelizmente o grupo estava muito aferretoado, menos Cecília que por incrível que pareça está de folga, e pontual como sempre a mesma já esta enlouquecida batendo em minha porta.
— Uma vida para abrir, o que estava fazendo?.— Ela pergunta assim que eu abro a porta.
No seu visual de surtar Olívia, uma blusa cor de abóbora e uma saia longa sem estampa dessa vez.
Isso aqui é uma milagre.
— Bom dia pra você também.— Digo virando as costas enquanto ela fecha a porta.
— Bom dia, desculpe, minha cabeça está a mil.— Ela diz coçando a testa como se algo a incomodasse.
— Pesadelos novamente?.— Pergunto me lembrando que isso é recorrente.
Ela apenas balança a cabeça sem dizer nada, era forma dela dizer que esse assunto ainda não lhe era confortável para compartilhar.
— Já tomou café?.— Pergunto indo pra cozinha.
— Sim, trouxe para vocês.— Ela abre um pote com bolinhos pequenos.— Cadê Gael?.
— Tá aí uma boa pergunta, as vezes ele some no meio da noite.— Dou os ombros, a essa altura do campeonato eu já havia me acostumado ao seus sumiço repentino e silencioso.
Depois de devorar pelo menos uns sete bolinhos que ela trouxe.— Não é minha culpa se Cecília cozinha incrivelmente bem.— Escovo meus dentes e pego minha bolsa, o táxi já estava nos esperando, sem atrasos ou eu perdia a consulta que demorei séculos para arranjar, assim que chego sou orientada pela enfermeira para que colocasse uma espécie de roupão que não é nada confortável, eu sentia o vento batendo no meu bumbum.
— Porque nossas bundas sempre ficam de fora nesse negócio?.— Pergunto saindo do banheiro e olhando para Cecy que lia a uma revista de ciência com muita atenção.
— Para melhor manuseio, eu acredito.— Ela levanta seus olhos somente para me dar a resposta mas logo volta para sua revista.
— Bom dia sou a doutora Laís.— Uma doutora com cabelos loiros e curtos entra na sala.
— Oi doutora eu sou a Morgana Loiuse Leblanc, eu sou a amiga de Lilith e da Ana.
— Oh sim, seja bem- vinda sabia que seu rosto me era familiar.— Ela diz me guiando até a maca da humilhação.
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Segredos e Desejos.
Roman d'amourTerceiro livro da serie; SEGREDOS.✅ Para Morgana Louise poucas coisas eram importantes, ela podia listar cada coisa que deveria ter em sua vida, se apaixonar com certeza não estava em sua lista, pelo contrário, para ela isso era a maior besteira já...