Sozinha.
Era assim que eu me sentia enquanto estava sentada na grama, sozinha e tola, não por culpa de alguém, ao contrário, ninguém fez isso.
Eu fiz isso.
Eu estava sozinha, desde que fiquei na grama até quando entrei no carro do senhor Morelli, a caminhonete com cheiro de mato fresco mas reconfortante o bastante para me levar longe dali, a senhorita Morelli não precisou dizer nenhuma palavra acho que pela minha cara inchada e os olhos vermelhos foi o suficiente para que ela soubesse o que havia acontecido, afinal, foi ela mesma que ajudou a preparar tudo. O senhor Morelli foi muito gentil ao não mencionar o motivo do meu choro excessivo ou dos meus soluços altos e indelicados.
Não sei em qual momento até chegar na cidade eu dormir, acordo com o senhor Morelli me cutucando e me chamando, pisco algumas vezes até me situar, me sento no banco endireitando as costas e passo a mão no cabelo para arrumar a franja, meus olhos estão ardendo.
— Menina, chegamos.— Ele aponta para janela.— Onde você quer que eu te deixe, já é tarde.
Pego meu celular vendo que era um pouco tarde da noite, eu sinceramente não queria ir para meu apartamento.
— Eu não sei.— Assumo, perdida outra vez.
Era o que eu mais estava me sentindo essa noite, perdida e idiota.
— Não tem nenhum lugar?.— Ele pergunta coçando a cabeça e eu pisco tentando lembrar para onde mais eu poderia ir a essa hora.
— Tem um lugar.— Digo passando o endereço para ele que logo liga a caminhonete novamente e começa a dirigir pelas ruas.
Depois de alguns minutos mas ou menos uns 20 minutos o senhor Morelli me deixa na porta e se despende de mim com um aceno de mão breve, tento lhe dar um sorriso, fracasso, nenhuma expressão. A dentro a enorme porta me agacho pegando a chave escondida debaixo do potinho, eles nunca aprende a esconder direito, coloco a chave na porta e a destranco adentrando.
— AAAAAAA.
Ouço um grito e uma pessoa vindo em minha direção com algum objeto na mão.
— AAAAA.— Grito de volta quando sinto algo se chocar contra minha testa.
— Morgana?.— Cecília chama meu nome enquanto eu gemo de dor com a mão na cabeça.
— Que caralho, Cecy.— Solto um palavrão abrindo somente um olho para vê-la.
— Me desculpe, achamos que era um ladrão ou sei lá.— Ela explica.
— Você ia assustar um ladrao com uma....
Procuro o objeto que me acertou no chão e o encontro caído debaixo de uma mesinha de vidro.
— Uma colher de pau? Porra.— Xingo de novo incrédula.
— Você se surpreenderia com que posso fazer com o que tenho nas mão.— Ela pisca e eu faço uma careta.
Mostro o dedo do meio a ela.
— Minha testa.— Faço um beicinho.
Poxa, estava doendo de verdade, Cecília tem uma mira de se invejar.
— Cecília!.— Senhor Mateo aparece logo atrás ofegante.
Ele se apoia em seu joelho recuperando o fôlego, ele levanta o olhar me notando.
— Louise!.— Ele me chama pelo meu segundo novo.
— Senhor Mateo.— Aceno rapidamente ainda com a mão na testa.
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Segredos e Desejos.
RomansaTerceiro livro da serie; SEGREDOS.✅ Para Morgana Louise poucas coisas eram importantes, ela podia listar cada coisa que deveria ter em sua vida, se apaixonar com certeza não estava em sua lista, pelo contrário, para ela isso era a maior besteira já...