Manchester, 1948.
Mesmo com um casaco, sinto frio nesta estação de trem. Eu nem deveria estar aqui, mas é como se eu precisasse. Eu não posso deixar ele ir sem ter que dizer que o amo e ele está aqui na minha frente. Eu só preciso dizer.
Estamos abraçados como se nunca mais fôssemos nos ver. E se, de fato, não vamos mais nos ver? Sinto como se fosse isso. Coro pelo frio e pela leve melancolia. Ele dissipa nosso abraço.
- Preciso ir, Mia... - Parece um drama. Se isso fosse alguma encenação, seria facilmente um romance qualquer para mulheres assistirem ao final da tarde enquanto tentam descansar um pouco.
Ele caminha suavemente para o trem como se estivesse em nuvens. Claro, ele está a caminho do sonho dele e por mais que isso seja doloroso pra nós dois, ele estará realizando o seu sonho. Mas eu ainda preciso dizer que o amo.
- Espera... Pare! - O chamo correndo atrás dele e imediatamente ele para, mas ainda não vira para trás. Eu o abraço mesmo de costas. - Eu te amo, seu idiota! Muito... Por favor...
Eu tentei. Eu tentei...
Essa foi a última vez que o abracei, que disse que o amava, que vi seus pequenos cachos e que o meu corpo pôde o sentir. Foi a última vez. Ele apenas andou para o trem em direção para fora da minha vida. Para sempre.
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RomanceDizem que almas gêmeas sempre estarão destinadas a nunca se encontrarem. Mas não tenho certeza disso. Sthefany Viana @psthfn | 2022