Nunca um fim

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Londres, 1965.

Ainda ontem, vim para Londres para o encontrar. Eu li todas as suas cartas, mas não tive coragem nenhuma para o responder. Acontece que agora, nos últimos 30 minutos da minha vida, vim atrás dele para dizer tudo o que nunca pude dizê-lo de volta por todos esses anos. Nunca o esqueci.

Sim, eu estou morrendo. Claro que não me restam apenas 30 minutos de vida, estava brincando. Descobri um câncer de último estágio e nessas condições não tenho mais como tratar nem lutar contra, basta esperar para morrer. Não tenho mais forças, sinto que nem consigo me levantar da poltrona deste hotel. Pelo menos, ela é macia, se for pra morrer que seja neste conforto. Eu, pelo menos, quero morrer sabendo que fiz o que pude, então decido escrever para ele.

Josh, você é tão idiota que eu vim para Londres e você foi para Manchester ao mesmo tempo. Você poderia ter me avisado, né? Eu estou quase morrendo, então se você não voltar a tempo, saiba que fiz o que pude, nunca te esqueci e sempre te amei.

Mas agora quero responder um pouco de suas cartas... Também penso na nossa vida como um filme. O que poderia ter acontecido nas cenas que poderíamos estar juntos? Às vezes penso em vários cenários possíveis de ter acontecido.
Penso em nós numa praia, curtindo as ondas e a brisa leve e refrescante do mar.
Mas também penso em nós embaixo do cobertor, assistindo um filme agarradinhos como se fossemos em um segundo desaparecer um pro outro.
Sempre estarei revivendo nosso antigo, mas tão atual, amor. Também sempre estarei revivendo essas possíveis cenas e recriando novas em minha mente.
Nosso filme é eterno e estou indo para o eterno.
Isso não quer dizer que nunca mais no reencontraremos.
Estarei em Casa esperando você chegar.
Para sempre amarei você.

Com amor, sua eterna Mia.

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