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05. MENSAGENS

O SOL BRILHANTE ornamentava o céu azul bebê da cidade de Anchieta e esquentando o asfalto litorâneo. Ainda que a enorme maioria dos estabelecimentos estivessem fechados, afinal não eram nem sete da manhã de uma sexta-feira, o Centro Mar&Sea já se encontrava com os portões abertos, exibindo com todas as letras garrafais brancas boas vindas a todos os seus visitantes.

Duas aroeiras se localizavam na entrada, uma em cada lateral. Não havia muitas semanas desde que Sarah e Richarlison estavam sob a sombra de uma delas, quando tiraram uma foto espontânea deles — foto esta que se encontrava circulando em todos os meios digitais de comunição. Na hora, a bióloga não pensou quea simples ação de se recostar em uma árvore e conversar com o jogador renderia tanto assunto sobre a sua vida.

Durante os últimos dezessete meses de sua vida às exatas sete e doze da manhã, Sarah se deitava ao lado do recinto de Crash e fechava os olhos se deliciando com o calor dos raios solares em sua face e ficava ali por treze minutos; no entanto nessa sexta-feira tudo o que a bióloga gostaria de fazer era se enfiar embaixo das suas cobertas até o seu crânio parar de latejar e a luz natural deixasse de queimar seus olhos — ela com certeza não deveria ter bebido tanto.

— Tá tudo bem? — questionou, sentindo-se incomodada com o fato de Cadu estar lhe encarando excessivamente, analisando cada um de seus míseros movimentos — Tá com medo da fama me subir a cabeça e eu te abandonar?

O homem revirou os olhos, evitando retrucar a mulher a sua frente e a deixar mais mal-humorada.

— Você não viu as notícias? — mexendo o dedo indicado em um sinal de não, Sarah bebericou o café reservado em sua garrafinha térmica temática de Star Wars — Certo, isso é bom...

— Desembucha ai, vai!

— Cê tá de ressaca? — Carlos Eduardo murmurou um xingamento ao levar um tapinha fraco em uma das mãos ao tentar retirar os óculos escuros do rosto da mulher a sua frente — Tá parecendo uma figurante daquela série famosa de zombies.

Sarah soltou um murmúrio inteligível em concordância.

— Bem, cê deve se lembrar do seu tweet de ontem e todos estão falando da resposta do Richarlison... — explicou receioso, mostrando a tela do próprio celular com uma manchete em específico — Foi uma ideia de girico ele ter te respondido assim, parece que só quer dar mais força a fofoca — disse baixinho, enquanto Sarah deixava seus olhos passearem incrédulos pela tela do celular,  captando todas as palavras ali escritas. Na notícia, se é que aquilo podia ser chamado assim, teorizava sobre o relacionamento da bióloga com Richarlison.

— Eu tô me sentindo em um episódio da Caverna do Dragão — confessou em meio a um suspiro exausto —  Eu tento sair dessa merda, mas parece não ter fim!

Sarah Martins nunca havia achado homicídio uma ideia tão atraente; mas ela tinha certeza que se assassinasse Richarlison, Ana Laura com certeza recorreria a magia negra, se necessário, para ressucitar o jogador e então, a mataria de uma forma muito discreta e com poucas evidências. Afinal, Laura era médica — ou quase isso — devia ter uma certa habilidade em simular mortes naturais; além do mais, era quase certo que Richarlison seria convocado para o Qatar e ninguém gostaria de arriscar o hexa.

OCEANA | RICHARLISON ANDRADE Onde histórias criam vida. Descubra agora