Capítulo 11

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Depois de me acalmar no banheiro volto para o salão e encontro Gavi, que chega ao meu lado e diz:
- Você sumiu, tudo bem?
- Desculpa, tive que ir ao banheiro.
- O que você acha da gente dividir um champanhe? - Pergunta.
- Eu acho ótimo.

Com a minha resposta positiva pedimos uma garrafa e sentamos em umas cadeiras próxima ao bar. Quando chega, Gavira pega a garrafa em uma mão e na outra as taças.
- Vem, quero te mostrar um lugar legal. - Fala o jogador.

Levanto e sigo-o. Subimos uma escada que dava pra cobertura do lugar, onde encontramos uma mesa pequena de madeira com duas cadeiras uma do lado da outra, que sem dúvidas Pablo já sabia da existência, a vista do lugar era linda dava pra ver os prédios na noite.

- Quantas você já trouxe aqui? - Pergunto provocando.
- Se eu ser honesto você responde uma pergunta minha? Uma verdade pela outra, o que acha?
- Combinado. - Concordo enquanto sentamos nas cadeiras e ele abre a bebida, colocando um pouco em cada taça.
- Além de você eu só trouxe mais uma mulher. - Fico com raiva por ele não ter sido mais específico, talvez essa seja minha próxima pergunta, mas antes ele que pergunta:
- Por que aceitou meu convite?
- Porque eu quis.
- Essa não é uma resposta.
- É sim, igual foi a sua, curta e rasa. - Para não parecer que estou curiosa pra saber quem é a mulher resolvo devolver uma pergunta diferente:
- Por que enviou o convite?
- Eu queria que você viesse. - Damos risada e então faço uma sugestão:
- Vamos jogar direito. - Ele assinte com a cabeça e volta a falar:
- Te convidei porquê queria te ver nesse vestido e me pareceu uma boa oportunidade.
- Você está flertando comigo Gavira?
- Essa é a sua pergunta? Achei que era óbvio. - Fico meio sem saber o que fazer e dou um gole no champanhe enquanto espero ele começar a falar.
- O que você sente quando olha pra mim?
- Sinto que você fica muito bem de terno, e também que você deve ter feito uma escova no cabelo. - Respondo e damos risada juntos.
- Sua vez, seja profunda dessa vez Willians.
- Por que me convidou e me deu esse vestido mesmo sabendo que eu fiquei com Pedri?
- Porque eu acho que ele não te merece.
- E você acha que me merece?
- Eu espero que sim.

Quando Gavira termina de falar ele enche nossos copos mais uma vez e propõe um brinde:
- As nossas verdades.
- As verdades. - Batemos nossos copos e depois de virar escutamos um barulho vindo da porta. Era González, não só ele, uma garota de cabelo ruivo, uma modelo provavelmente.

Olho para ele, que me devolve um olhar de surpresa mas não pela pessoa ao meu lado, um olhar de quem não esperava que eu visse aquilo, um olhar de desconcerto. Antes dele ter oportunidade de falar algo pego minha bolsa e peço para Pablo me levar embora, o mesmo concorda com a cabeça imediatamente e me direciona para a porta com uma mão nas minhas costas.

Quando estamos descendo as escadas digo à Gavi:
- Não precisa me levar não, eu posso pegar um Uber, seria perigoso você dirigir por aqui, por conta dos paparazzi.
- Tá, mas se você quiser eu posso tentar.
- Não, você já me ajudou o bastante hoje. - Dou um sorriso leve.

Peço um Uber e espero na frente do salão junto a ele, até que não chega ficamos conversando sobre o ensaio para a Nike, decidimos marcar pra daqui dois dias. Quando o carro chega dou um abraço no jogador e me despeço, fico agradecida por ele não tentar nada além disso, não saberia como reagir. Antes de entrar ele me diz:
- A outra mulher foi minha irmã.

Entro e coloco uma música com fone no meu celular, dou um sorriso bobo com a informação que acabei de ouvir. Quando olho para o teto percebo como tudo está girando, inclusive meu estômago.

Fico cada vez mais enjoada no caminho todo, que demora mais de meia hora, chegando em casa entro o mais rápido possível, preciso vomitar. O primeiro banheiro que acho é o que é comum para a cada toda mas graças a deus parece que ninguém está acordado. Sento perto do vaso e coloco tudo pra fora, depois encosto as costas na parede e respiro fundo, sinto outro enjoo e me alivio mais uma vez, isso dura um bom tempo até que decido ver se acho um remédio no armário embaixo da pia.

Segundo tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora