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POV Camila

— Onde diabos você estava na noite passada? — meu pai estava esperando dentro do meu apartamento quando fui pegar meu material escolar na manhã seguinte.

No. Meu. Apartamento.

A última vez que ele esteve aqui foi... NUNCA.

— Fora. — eu disse, passando por ele para recuperar minha bolsa. Meu coração trovejava no meu peito, o pânico crescendo em minha garganta. — Eu estava fora.

— Eu fiquei aqui a noite toda. — sua voz estava perigosamente baixa. — Eu esperei por você. Você não atendeu ao celular.

— Eu não sabia que estava de plantão na noite passada. — provavelmente não era a melhor coisa a dizer, mas eu estava muito perto de começar um ataque de pânico. Ele estar aqui não poderia ser bom.

— Você deveria estar em casa, Camila. No apartamento que eu pago.

— O que você precisa?

Ele olhou para mim por um instante em silêncio, depois disse: 

— Você vai romper com tudo.

— O que? — eu balancei a cabeça, sem saber se eu tinha ouvido corretamente, com todo o sangue pulsando nos meus ouvidos.

Ele não poderia ter descoberto. De jeito nenhum.

— Você me ouviu. Eu não ia fazer isso até depois do evento, mas tem de ser resolvido. Você vai terminar com aquela meliante.

Dei um passo para trás, ainda balançando a cabeça. 

— Você nem sequer a conhece. Ela é uma artista incrível e uma pessoa maravilhosa.

— Eu sei mais sobre ela do que você. — um silêncio mortal arrastou suas palavras.

Caralho. Seus investigadores.

Meu pulso acelerou, alimentado pela raiva. Lauren não era problema dele.

— Você anda me seguindo? Tenho 19 anos de idade. Eu posso namorar quem eu quiser.

Ele balançou a cabeça friamente. 

— Eu não terei uma filha lésbica. O que você vai fazer é ficar o mais longe possível dessa Lauren Jauregui. Imediatamente. Fim da discussão.

Abri a boca, totalmente preparada para dizer exatamente por que eu não faria isso, mas o uso do nome completo de Lauren me parou. 

— O que você disse?

— Você está ciente de que esta Lauren Jauregui tem uma ficha criminal?

Cruzei os braços sobre o peito. 

— Ela me disse. No reformatório quando era criança. Seu pai a colocou. Os arquivos não são todos confidenciais?

O sorriso do meu pai era tão frio e duro como gelo. 

— Nada é confidencial quando você é candidato a um cargo oficial, Camila. A nossa família tem que ter muito cuidado quando se trata das pessoas com quem nos relacionamos. Minha filha não pode ficar pendurada em uma vagabundazinha tatuada. Filha de um assassino condenado por tráfico de drogas. Você sabia que o pai de Lauren está cumprindo pena em Rikers?

— SIM. Eu sei. Ela me contou tudo, porra. — meu pulso batia em meus ouvidos. Eu nunca tinha xingado na frente dele antes. — E ela não tem nada a ver com quem o pai dela é.

Nem eu tinha.

— Você está certa, Camila. Ainda bem que o seu pai pode se certificar que você nunca seja colocada em uma situação em que esses tipos de pessoas possam trazer prejuízos para o seu nome e reputação.

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