Almas Gêmeas [Luffy x Nami]

Capítulo 6

  *Ilha Cream, 37 anos atrás*

- Filho, eu vou sair numa longa viagem, conto com você para cuidar dos negócios da família. – Um homem magro e bem-vestido conversava com um garotinho no cais da ilha, ele carregava uma mochila enorme e subia vagarosamente a prancha que levava a um brigue, que estava prestes a zarpar.

- Pai, por que você precisa ir, eu não quero isso. – A criança chorava abraçado com um pequeno javali.

- Hen, chega de choro! Você tem ideia do quão útil é esse poder para nossa ilha? Eu não vou permitir que os negócios da nossa família simplesmente acabem! – Ele gritou, esperou uns segundos e se acalmou novamente – Com sorte estarei de volta em dois anos, espero que você tenha terminado as aulas de finanças e economia assim que eu voltar. – Falou com tom sério, virou as costas e subiu no navio.

"Meu pai me deixou sozinho aos meus dez anos, saiu numa longa viagem à procura de uma Akuma-no-Mi que recuperaria nossas riquezas. Ele tinha passado seis meses só pesquisando formas de reconquistar a fortuna que ele mesmo perdeu, até que encontrou num livro uma fruta que fez ele pensar em um plano. "

*Ilha Cream, 32 anos atrás*

- O Conde finalmente retornou! – O garoto escutou um dos empregados gritar no salão, logo após escutar aquilo ele saiu correndo de seu quarto, desceu as escadas quase caindo e correu para fora da mansão, direto para o porto da ilha.

"Ele não ligava para mim, me abandonou, mas eu ainda o amava como pai, eu sentia saudades e fui correndo de encontro. Esperava apenas que ele me abraçasse e dissesse que aquilo fora loucura e que dali para frente estaria mais presente como pai. "

- Pai? – O garoto viu um homem tão magro que os ossos da costela apareciam, ele tinha diversos cortes pelo corpo, uma cicatriz de corte na testa, estava sujo, diversos dentes faltavam em sua boca, o cabelo e a barba estavam grandes e grisalhos, os olhos estavam fundos, as roupas todas rasgadas, mas ele trazia consigo uma bolsa de pano no qual ele abraçava parecendo estar protegendo algo.

Da tripulação que tinha zarpado cinco anos atrás, apenas o Conde era o sobrevivente. No momento em que ele colocou os olhos no garoto, foi mancando rapidamente na direção do mesmo, agarrando o braço do jovem e o arrastando em direção à mansão. A multidão que estava próxima ficou confusa com a cena, mas logo decidiram apenas voltar para seus afazeres e deixar para lá o ocorrido.

- Pai, o que você tá fazendo? Tá me machucando! – O garoto tentava soltar o aperto forte em seu braço, mas sem sucesso, era incrível um homem à beira da morte ter essa força.

- Todo mundo para fora! – O Conde gritou um pouco rouco. Se virou para o garoto e jogou a bolsa nos braços do jovem.

Ele abriu relutante a bolsa, mas dentro se deparou com uma fruta prateada, parecia muito com um cacho de duas cerejas, ela reluzia enchendo os olhos do garoto pela beleza do tesouro.

- Coma! – O conde gritou.

- Quê? A fruta não era pra você, pai?

- Olha pra mim garoto, eu não tenho salvação, peguei uma doença incurável, eu vou morrer aos poucos, você é o futuro dessa ilha, esse poder é seu! – Ele falou rouco.

O garoto engoliu em seco, a notícia da doença de seu pai pesou, mas ele sabia que um dia teria que assumir como Conde, cedo ou tarde o dia chegaria, e ele teria de ser forte. Não pensou duas vezes, colocou a fruta inteira na boca e mastigou, fez uma careta por conta do gosto ruim e logo depois olhou para as mãos, esperando o tal poder surgir.

- Eu vou te explicar seu poder, vai ajudar a tornar a ilha próspera novamente.

"A história de que almas gêmeas foram separadas em um momento e, que a pessoa só teria seu poder total lutando se estivesse com sua alma gêmea era um conto que eu tinha ouvido diversas vezes, mas o meu poder replicaria isso artificialmente, fazendo a minha cópia da pessoa ser teoricamente perfeita, sem personalidade ou sentimentos, porém, poderosa como se a alma estivesse "completa". Meu pai me explicou como eu deveria usar os poderes, e tentou me mostrar como fazer as cópias. "