001. 𝗧𝗼𝗱𝗮 𝗦𝘂𝗮

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Maria Luísa, 19 anos
📍Salvador, Bahia.

"... As almas se reconhecem pela
energia não pela aparência."

Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, minha vida tomou um rumo inesperado quando o meu pai ficou atolado em dívidas. Assim, deixamos a cidade maravilhosa para trás e viemos parar na Bahia. Eu sempre ouvi falar sobre como salvador era linda, cheia de cultura e histórias, mas a verdade é que eu só queria voltar para casa, para o lugar onde tudo era familiar e confortável.

Hoje, eu e minha amiga Letícia estávamos explorando os pontos turísticos da cidade. O sol brilhava intensamente, refletindo nas coloridas fachadas do Pelourinho, e o cheiro de acarajé flutuava pelo ar. A energia vibrante da cidade me deixava animada, estávamos tirando várias fotos e rindo alto, tentando capturar cada momento.

Enquanto estávamos em frente à famosa Igreja de São Francisco, meu celular vibrou no bolso. Olhei rapidamente e vi que era o meu pai. O coração disparou quando li: "Malu, preciso que você volte para a casa urgente. Temos que conversar." Aquela frase me deixou inquieta. O que poderia ser tão urgente? Eu sabia que as coisas não andavam bem em casa, mas sempre tentei não pensar muito nisso.

— O que foi? – perguntou Letícia, percebendo minha expressão preocupada.

— É meu pai... Ele disse que preciso voltar pra casa – respondi tentando esconder a ansiedade na voz.

Letícia franziu a testa.

— Mas agora? Estamos nos divertindo tanto aqui!

Eu sabia que ela tinha razão. Estávamos nos divertindo tanto explorando a cidade e aproveitando cada segundo juntos. Mas a preocupação com meu pai pesava mais do que a diversão momentânea.

— Ele não disse o porquê... só falou que é urgente – eu suspirei, olhando para o chão.

Letícia colocou a mão no meu ombro.

— Você precisa ir, Malu. Família é família. Mas vamos fazer algo antes? Um último passeio?

Olhei ao redor e vi os artistas de rua dançando e tocando suas músicas ao vivo. Era difícil não se deixar levar pela alegria da Bahia. Decidi que poderia fazer mais um passeio antes de ir embora.

— Vamos até a Praça da Sé – sugeri com um sorriso forçado.

Ao chegarmos lá, tudo parecia mágico. As pessoas dançavam ao som do berimbau e as crianças brincavam sob o olhar atento dos pais. Eu tentava observar cada detalhe, mas logo a realidade começou a pesar novamente em minha mente. O que poderia ser tão importante assim? Tentei pensar positivo: talvez fosse apenas uma conversa sobre as finanças da família ou algo relacionado à faculdade. Meu pai sempre foi muito protetor em relação ao meu futuro.

Depois de alguns minutos apreciando a praça, finalmente decidi enviar uma mensagem de volta para meu pai:

"Estou indo pra casa agora... O que aconteceu?"

O tempo parecia se arrastar enquanto esperava por uma resposta. Olhei para Letícia, que estava distraída olhando os artistas pintarem quadros coloridos na calçada.

— Eu só espero que não seja nada grave – murmurei para mim mesma.

Finalmente, meu celular apitou novamente:

Toda suaOnde histórias criam vida. Descubra agora