Kabrinha, 26 anos
📍Rocinha" Abra a sua mente para depois abrir a sua boca."
Com o baseado preso entre os meus dedos, dei um trago sentindo a onda e fiquei observando o baile que rolava lá em baixo. Sentei em uma cadeira que tinha ali e joguei minhas costas no encosto e encarei a Milena.
A mão apoiada na grade de segurança e com a outra estava segurando uma taça de gin, abri um pouco das minhas pernas na maior intensidade, porém ela não fez nem questão de vim falar comigo.
Só virou as costas jogando teu cabelo ruivo para trás.
Respirei fundo e passei a mão na barba, esperando ela sumir da minha vista.
Girei o meu polegar no isqueiro acionando o gás, e acendi outro baseado já bolado, dei um trago longo jogando a cabeça para trás, assoprando a fumaça pra cima e vendo a neblina se dissipando com o vento. Desde a adolescência, eu cruzava o olhar com Milena, que para mim era como uma amiga que aos poucos foram se tornando mais do que isso.
As brigas e os ciúmes surgiram como faíscas em meio a nossa relação que compartilhávamos. Os desentendimentos eram inevitáveis, afinal, ambos possuíam personalidades fortes e opiniões firmes. Ai numa dessas discussões nós descobrimos dos sentimentos que tínhamos um pelo outro, apesar de agirmos como um casal, nunca pedi Milena em namoro e com o tempo isso começou incomodar ela.
As vezes até eu me pergunto o do por que eu não pedi a mesma eu namoro ainda. Milena foi a primeira mulher de tudo na minha vida, primeiro amor, primeiro beijo, meu primeiro "eu te amo", e primeiro sexo, e a primeira dama disso tudo, só que não oficial.
Eu a observava atentamente Milena subir as escadas do camarote, com uma expressão emburrada no rosto. Enquanto eu via ela se mover com determinação, não pude deixar de admirar sua beleza única, mesmo quando ela estava brava.
Ela usava um vestido vermelho de manga longa, que contrastava com a suavidade de sua pele e realçava seus traços delicados. Uma abertura nas costas revelava sutilmente a tatuagem que adornava sua pele, acrescentando um toque de sensualidade ao seu visual. As joias douradas que ela usava reluziam à luz ambiente, destacando sua beleza.
Cada passo que Milena dava evidenciava a graça de seus movimentos, enquanto o salto preto com sola vermelha ressaltava ainda mais sua postura confiante e sofisticada. Seus cabelos ruivos caíam em ondas suaves sobre os ombros, emoldurando seu rosto angelical com uma aura de mistério e beleza incomparáveis.
— Kabrinha eu quero ir embora! – Milena diz sem ao menos me olhar.
Mandona, por isso eu me amarro nela cada dia que passa.
Levantei da cadeira sem tirar os olhos dela, fiz o toque com os outros vapores que se encontravam fazendo a contenção do camarote e sai logo em seguida atrás da Milena que estava me esperando do lado de fora do baile com o bico do tamanho do mundo.
Botei meu boné branco da Lacoste na cabeça e ajeitei minha corrente de ouro puro, junto com o Rolex. Entrei no meu Jaguar preto bonitão, que não largo por nada. Acendi o baseado que estava bolado e joguei a fumaça para o lado, enquanto dirigia com uma mão só.
O silêncio nesse carro era inexplicável, tava até me estressando. Milena abriu um pouco o vidro do carro, com um gesto suave, ela abaixou o vidro permitindo que a brisa noturna adentrasse o veículo e acariciasse sua pela.
O ar frio da noite trouxe consigo o cheiro de maconha, Milena fechou os olhos por um instante, deixando-se envolver pela sensação revigorante do vento em seus cabelos.
— Pô, essa situação tá foda já – disse após eu parar o carro na frente de casa – Não gosto de ficar nesse clima ruim contigo – brinquei com uma mecha de seu cabelo ruivo – Vem aqui – bati na minha perna.
— Não quero! – encarou as unhas cheias de marra.
— Olha aqui pra mim Milena – segurei seu rosto e fiz ela me olhar – Desculpa se eu não sei demonstrar meus sentimentos, mas quero que saiba que você é tudo pra mim. Eu admiro você, admiro toda essa força que você carrega contigo em todas as tuas batalhas, admiro a sua coragem de seguir em frente mesmo estando exausta. Você é incrível! Somos um casal, não temos que ficar criando intriga pra ficar brigando toda vez em que chegamos em casa!
— Somos um casal ? – ela arqueou a sobrancelha confusa – Você ao menos me pediu em namoro para nos referir como um "casal" – fez aspas com os dedos – Acabou no mesmo instante em que percebi que não existe mais amor entre nós – bufou – Eu me sinto muito idiota por ter te mandado todas aquelas mensagens – olhou nos meus olhos – Eu estou muito desgastada por todos os dias demonstrar o quanto eu te amo, e você não demonstrar nem metade disso! – suspirou – Você já me perdeu.... mas prefiro não te alertar sobre isso, prefiro que você perceba com seus próprios olhos.
Abaixei a cabeça passando a mão na barba.
— Você deixou partir a mulher que mais te amou nesse mundo! Estava doendo muito ver você me tratando como um tanto faz.... e mostrar mais ainda que não se importa comigo e nem com a gente! – riu sem graça – Eu chorei e chorei com a esperança de que você ia me falar dizendo que não conseguia viver sem mim... que me amava e que nunca, por hipótese alguma, me trocaria por nada nesse mundo. Dizendo que eu sou o amor da sua vida, a mulher com quem você queira se casar.... mas eu acho que dizer essas coisas, sempre foi meu papel! Espero que um dia eu possa receber uma mensagem sua ou até mesmo escutar de você um "desculpa Milena."
Olhei para a ruiva em minha frente que pertencia com a cabeça baixa.
—Mile....– sou interrompido quando ela começou a falar novamente.
— Você é aquela pessoa que tem luz no meio de um monte de gente que tem escuridão, você é bom, e você sabe disso, eu sei disso. – segurou minha mão – Vejo coisas em você que as pessoas que te vem não fazem ideia... – puxou o lóbulo da orelha.
Aproximei meu rosto do dela que fechou os olhos e depois abriu com eles exalando sensualidade. Levei meus dedos até sua nuca e puxei seu cabelo do jeitinho que ela gostava, em seguida encostei meus lábios no seu e iniciamos um beijo. Mordi teu lábio inferior durante o beijo e nossas línguas começaram a brincar uma com a outra.
— Desculpa Milena – disse após separar nosso beijo – Eu posso tentar outra vez, pra ver se assim dá certo!
—Eu não te entendo, você não me deixa tentar entender, você me deixa no escuro, diz que vai tentar mas na primeira oportunidade você se fecha de novo – coçou o nariz – Eu quero a minha liberdade, e espero que você não venha atrás de mim igual da outra vez – saiu de dentro do carro e fechou a porta com força me deixando sozinho.
[...]
Kabrinha, 26 anos
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Toda sua
Romance+16 | Quando eu transo com ela, o teto vira chão E a lei do retorno vira lei da atração Então me diz, por que não hablas comigo? Morena caliente, a sua buceta é um perigo. capa feita pela: sterxps