Capítulo XI: era uma vez dois príncipes

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— Já vi de quase tudo em minha vida, mas isso é inédito.

Namjoon caminhava de um lado para outro em sua cabine. Seokjin tentava, de forma fracassada, esconder seu divertimento com toda aquela situação. Já Jungkook e Taehyung temiam que seus corações escapassem pela garganta.

— Tem explicações, Alteza? — o capitão perguntou com ironia e Taehyung empalideceu.

— E-eu... — Taehyung olhou mais uma vez para Jungkook e quase o beliscou para ver se era real, mas não estava em posição de tal coisa. — Hum... O achei... Muito parecido comigo.

Namjoon riu alto, jogando a cabeça para trás. Taehyung se encolheu na cadeira.

— O achou tão parecido com você que o chamou por seu nome? — o pirata perguntou em tom risonho e Seokjin ria baixinho atrás de si. — Sou um homem muito paciente, mas não me testem.

— Eu sou Jungkook.

— Não, eu sou Jungkook! — Taehyung praticamente gritou e lançou um olhar desesperado em direção ao príncipe. — Esse aqui do meu lado é Taehyung, um padre de Joseon que se mudou comigo para Xangai afim de me ensinar a catequese.

— Mesmo? — Namjoon cruzou os braços e olhou de um para o outro. — Então imagino que não tenha problema em rezar para nós o Credo, certo, Taehyung? — perguntou para Jungkook que assentiu incerto.

Ele sabia o Credo. Ficou grato por Taehyung ter insistido tanto para memorizar todas aquelas orações.

— Em latim, é claro.

Taehyung soltou um resmungo alto e jogou as mãos para o alto deixando-as cair em um tapa estalado em suas coxas. Se levantou irritado e logo se arrependeu ao sentir a maldita náusea o pegar mais uma vez. Apoiou as mãos na cintura fina e lançou um olhar de desafio para Namjoon, que o encarou surpreso.

— Olha aqui, Senhor Capitão Namjoon Kim De-não-sei-lá-o-quê — começou em um tom tão atrevido que surpreendeu até a si mesmo. — Você entrou em nossa casa, matou os homens que nos protegia, balançou uma algema em meu rosto, me arrastou para o seu maldito navio que... — cambaleou e Namjoon o segurou no lugar pelos ombros. Taehyung suspirou e o encarou firme, ignorando a humilhação. — Me arrastou para o seu maldito navio que balança como o inferno e agora quer zombar de nós?

— Padre... O senhor falou inferno? — Jungkook perguntou chocado e Taehyung desistiu de sua resistência e se afastou de Namjoon se jogando de novo na cadeira com um resmungo. — O que foi? Ah... — o príncipe arregalou os olhos e ouviu Seokjin rir alto. — Me desculpe, hyung. Isso de você ser eu e eu ser você é confuso demais.

— Tudo bem, Kook, tudo bem — Taehyung o tranquilizou derrotado. — Pode me lançar ao mar, mas não o mate, ele não tem culpa das ações do pai — falou olhando para Namjoon que continuou com uma expressão ambígua.

— Quem é você, afinal?

— Padre Taehyung. Fui trazido até Xangai para cuidar da catequese e segurança do filho mais novo de Jeongjo.

— Para um padre você mente muito, Taehyung — foi Seokjin quem disse, com mais divertimento que irritação.

— Fiz uma promessa de que zelaria pela vida de Jungkook, minha palavra para mim vale mais do que o que você espera de um padre, senhor Kim.

Seokjin levantou o cenho surpreso e Taehyung mal se reconhecia também, sentia os olhos de Jungkook arregalados sobre si.

— Padre — Namjoon chamou sua atenção e Taehyung o olhou de forma aguda. — Não sou homem de lançar homens ao mar e não sei o que o fez pensar que queríamos tentar contra a vida de Jungkook.

Protagonistas do Caos | TaeNamJinOnde histórias criam vida. Descubra agora