onde tudo começou

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"Memories"

"México, 22 de fevereiro."

Lá estava eu, perdida nas ruas do México. Não sabia o que fazer e nem para onde ir. Em minha mente só soava uma coisa: "agora é você por você, Juliette!". Uma coisa que nunca pensei que seria difícil. Prometi para mim mesma que não voltaria para aquele lugar sem um emprego, mas aquilo seria impossível. Praticamente todos os lugares que eu fui à procura de um emprego me recusaram, e naquela altura do campeonato eu já tinha perdido as esperanças. Talvez amanhã tenha sucesso..

O último lugar que resolvi passar foi em uma cafeteria para tentar de alguma forma um emprego naquele lugar, assim que cheguei perguntei para alguns funcionários se o dono do estabelecimento se encontrava e se eu podia conversar com ele. E depois de muito esforço consegui uma vaga para o mesmo dia, passou alguns minutos e fui chamada por ele, chegando no local ele fez algumas perguntas e eu a respondi, e no final deu a mesma coisa, "lamento, não estamos contratando". O que eu poderia fazer?

Na mesma cafeteria eu decidi gastar meu único dinheiro restante. Sentei em uma mesa vazia e logo pedi um café, eu estava morrendo de fome e eu só precisava daquilo naquele momento. Eu estava aflita com tudo, e ficava mais ainda quando alguém sentia isso.

Havia uma mulher sentada na mesa à frente que às vezes não parava de me olhar, ela era jovem, com pele clara, cabelos morenos e olhos castanhos escuros. Era bonita. E mesmo com aquela multidão ao redor eu não aguentei mais e chorei, chorei por ter me decepcionado. Chorei por lembrar de tudo que estou passando, eu só me permitia chorar.

Com a cabeça baixa pensando mil coisas, escutei alguém se aproximar de mim e sentar em uma cadeira na minha frente.

– Desculpa incomodar mas..porque está chorando? -Ainda com a cabeça baixa respondia mentalmente "Por que eu responderia isso para você? E porque está tão interessada em saber?"

– Não é nada. -Falei erguendo a cabeça e limpando algumas lágrimas que ainda caiam.

– Ninguém chora por "nada". -Disse, fazendo umas aspas no ar com as mãos -Vamos, me conte o que aconteceu.

– É uma longa história, e acho que você não gostaria de saber.

Ah! Vamos lá. Uma longa história significa que é boa. É muito bom escutar histórias em uma cafeteria tomando um belo café, não? - Falou com um sorriso no rosto.

– Meu nome é Kerline, prazer.- Falou estendendo uma das mãos para um aperto de mão. Respirei fundo um pouco receosa com aquilo e depois de pensar um pouco eu a cumprimentei.

– Prazer, Juliette. -Falei e ela deu um sorriso esperançosa.

Respirei fundo e comecei a contar tudo que havia acontecido comigo hoje e minha história de vida. Uma história que me fez chorar horrores na frente da moça, e por que eu estaria contando minha história para uma estranha? Meu Deus..isso poderia ser tão arriscado e errado. Mas já naquela altura eu não poderia fazer mais nada. Naquele meio tempo meu café chegou e eu tomei continuando a contar minha história. E por incrível que pareça ela parecia interessada nela, "por que uma estranha estaria interessada em minha história?" Pensei.

E agora estou aqui- Falei puxando um pouco de ar

– Uau! você é muito forte sabia? -Falou surpresa

– Muitas pessoas dizem isso para mim -Falei sorridente limpando algumas lágrimas que ainda caiam.

– Bom..eu acho que eu sei como te ajudar. -Falou a mais alta

meu coração é teu - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora