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Estar em Pandora pode ser assustador para um humano. Banshees, Direhorses e Tukunuhs podem ser perigosos, mas se são tão letais, por que também são tão encantadores?
Winter observa a flora e a fauna pela janela em sua frente. Queria poder tocar em tudo.
"Srta.Farrington."
"Oi." Winter desvia o olhar para a mulher em sua frente, "Tudo bem?"
"Tudo. Seu avô quer conversar com você."
"Diz para ele que eu já vou."
Ela sorri levemente, "Vai mesmo ou vai me enganar igual da última vez?"
"Eu não-" Ela desvia o olhar pra janela, "Desculpa, Poppy. Te meti em encrenca, não é?"
"Não mas poderia."
"Certo."
Poppy se aproxima da garota e coloca a mão no ombro dela, "Ele só quer o que é melhor para você, meu amor."
"Ele quer me levar de volta para terra e eu não quero voltar. Não quero."
"Só...fale com ele, certo?"
"Tá bom." Ela sorri para Poppy, "Só porque você pediu."
Winter olha a janela mais uma vez. Nunca conseguiu ir lá fora e desejava isso imensamente. Seu avô, Scout Farrington, presidente e dono da RDA, construiu uma base invisível no planeta Pandora.
Depois que o coronel Miles Quaritch perdeu a luta contra Jake Sully, a base teve que ser destruída. Bem, não totalmente. Alguns sobraram para manter as operações no planeta e com o passar dos anos, Scout deu um jeito de trazer sua neta, recém-nascida, de forma quase invisível para o planeta que até então habitava.
Winter cresceu por trás daquelas janelas de vidro, nunca deixou a base e por isso, seu sonho seria deixar aquele lugar pelo menos por 5 minutos.
A garota anda até o escritório de seu avô, bate na porta e espera ser atendida. Ele fala para ela entrar, e então, ela entra.
"Oi. Queria me ver?" Pergunta Winter.
"Sim." Ele responde, "Venha me dar um abraço."
Ela o abraça enquanto ele permanece sentado em sua cadeira.
"Me diga." Começa ele, "Consequentemente ou perpendicularmente?"
"Perpendicularmente soa mais acadêmico." Ela responde.
"Então será perpendicularmente." Ele anota a palavra em um caderno, "Estou quase terminando o livro sobre a fauna desse lugar."
Ela ri alto sem querer.
"Por que a risada?" Indaga Scout.
"Bem, seus soldados ainda nem entraram no coração da floresta, aposto que nem metade da fauna desse lugar esteja nesse livro."
"E o que quer que eu faça em relação à isso? Sabe que não podemos ir mais a fundo."
"Pois deveriam. Qual o ponto de vir para um outro planeta se vocês tem medo dos nativos?"
"Eles são monstros, já te disse."
"Eu não acredito no senhor."
Um silêncio endurecedor se espalha pelo escritório, Winter se arrepende mas não tem tempo de pedir desculpas, seu avô contorna o assunto.
"Você vai para terra amanhã."
"Amanhã? Por que?"
"Porque você precisa ter uma vida normal."
"Eu tenho uma vida normal."
"Não. Não tem. Temos parentes lá e já conversei com eles, você irá ficar com sua tia."
"Tia? Eu nem conheço essa mulher!"
"Existe uma primeira vez para tudo, certo?"
"Não. Por que está me mandando de volta? Vivi a vida toda aqui, por que agora?"
"Porque amanhã começa uma nova operação."
"Como assim?"
"Iremos finalmente dar o ponta pé inicial para Pandora ser nossa."
"Nossa?"
"O povo da terra."
"Mas...não podemos só dividir o planeta com os nativos?"
Ele sorri, "Você é engraçada, Winter."
"Não estava fazendo piada."
"Sei que não. Sabe qual o seu problema? Você é muito fraca. Eu já disse, querida, o povo lá de fora são cruéis, eles merecem a morte e não a sua empatia."
"Acho que ninguém merece."
"Pare de me fazer rir." Ele levanta da cadeira, "Faça suas malas. Você vai embora na aeronave que chegará amanhã."
"Mas eu não quero ir, e Goose? Não posso deixá-lo."
"Mas precisa."
"Por que?"
"Não quero te ver morta. Coronel Miles volta amanhã e vai ser um banho de sangue, você não está pronta para ver isso."
"E fará diferença se o senhor me deixa trancada nesse lugar não importa o que aconteça?"
"Já te disse, Winter, é para sua proteção."
"Mentira!" Ela grita.
"Verdade!" Ele rebate, "E não grite mais comigo."
Ela o encara irritada. Sua irritação se transforma em tristeza. Tudo que mais queria é poder ver Pandora como ela realmente é, não na visão de humanos colonizadores.
"Desculpa, vovô." Diz Winter, "Posso...posso te pedir uma coisa antes de voltar para terra?"
"Fale." Responde Scout.
"Você sabe que eu amo aqui, esse mundo, os animais, as plantas, tudo que existe aqui." Ela se aproxima da janela do escritório de seu avô, "E eu queria, pelo menos uma vez, vê-lo pessoalmente antes de ir embora para sempre."
"Como assim?"
"Eu quero saber como é estar lá fora. Sentir a brisa do vento, o chiar das árvores." Ela olha para seu avô, "Me dê a chance de sentir isso, uma vez."
A coisa sobre colonizadores, e o que os enfraquece, é que no fundo, bem no fundo mesmo, eles ainda são humanos.
Lá nos primórdios da antiga terra era a humanidade que prevalecia. A esperança, a gratidão, o amor.
Amor sentido de avô por neta. Scout é um homem mal e sua fraqueza sempre será Winter, a netinha do vovô.
A garota de olhos de cores diferentes, de sorriso singelo e de alma pura. Scout não perdeu totalmente sua humanidade e Winter é a prova disso, ela faz com que ele sinta o mínimo de sentimentos humanos e isso já é o suficiente para matá-lo.
"Tudo bem. Amanhã de manhã, você terá 5 minutos lá fora. Nada mais que isso porque você sabe que é perigoso." Fala Scout.
"Obrigada." Ela o abraça, "Obrigada, obrigada, obrigada."
Scout a beija singelamente na testa, "Vai tomar cuidado, né?"
"Claro." Ela se desvencilha do abraço, "Mais uma coisa. Goose pode vir também? Ele adoraria sentir a atmosfera de onde nasceu."
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Only You || Lo'ak
Fanfiction- Então tenta se sentir igual um furacão mais vezes. - Ele sorri, se levanta e oferece a mão para ela. - Você vai gostar, até porque tempestades podem virar furacões. -E furacões podem virar tempestades- Ela sorri e pega a mão dele. -Obrigada, Lo'ak.