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Winter sempre teve uma conexão difícil de explicar com Pandora. Desde pequena, sentia que aquele planeta pulsava dentro dela, como se seu coração batesse no mesmo ritmo que a selva densa e vibrante lá fora. Mas nunca pôde tocá-la. Nunca pôde senti-la. Sempre esteve presa na base militar, observando o mundo real através de janelas reforçadas, ouvindo os relatos frios dos cientistas e os comentários cruéis dos soldados que desprezavam tudo que fosse nativo daquele lugar.
Agora, sentir o ar úmido e quente na pele, respirar aquele oxigênio denso que exigia o suporte de uma máscara, pisar na terra de verdade e não no chão metálico da base parecia irreal. Ela respirou fundo, os olhos brilhando com uma emoção impossível de conter.
"Está gostando, Goose?"
Seu sorriso era largo enquanto olhava para o grande felino ao seu lado. Goose respondeu com um ranger baixo, seus olhos dourados analisando o ambiente, as orelhas se movendo a cada pequeno som da floresta. Ele parecia tão fascinado quanto ela.
Goose não era um animal qualquer. Era um tigre-dente-de-sabre, uma espécie que, ironicamente, já havia existido na Terra há milhares de anos e, por alguma coincidência absurda da natureza, também havia se desenvolvido em Pandora.
Anos atrás, uma ninhada desses felinos rondou a base militar. Os soldados, sempre em alerta, atiraram para o alto, assustando os animais, que fugiram de volta para a floresta. Todos menos um.
Goose era apenas um filhote na época, ferido demais para acompanhar os irmãos. Scout Farrington, seu avô e presidente da RDA, ordenou que o pegassem para estudo. Os cientistas analisariam sua fisiologia, fariam experimentos, arrancariam cada pedaço de informação possível... e depois o descartariam.
Mas Winter não deixou. Assim que viu o pequeno felino encolhido em uma das salas de contenção, o corpo frágil tremendo de medo e dor, algo dentro dela gritou. Ela implorou. E, por algum motivo que nunca entendeu, o avô cedeu. Talvez por um vislumbre de humanidade, talvez por uma fraqueza momentânea. Mas Goose sobreviveu. E desde então, ele e Winter eram inseparáveis.
Agora, pela primeira vez, ambos estavam onde deveriam estar: fora da base, sob a imensidão selvagem de Pandora. Goose ergueu a cabeça de repente, os olhos brilhando com um novo interesse. Seus músculos se retesaram.
"O que foi?" Winter franziu a testa.
Antes que pudesse reagir, Goose disparou mata adentro.
"Goose?!" O coração de Winter deu um salto. "Volte aqui!"
Mas ele não voltaria. Nunca obedecia quando algo chamava sua atenção. Winter nem pensou. Apenas correu atrás dele. Assim que seus pés tocaram a vegetação densa da floresta, ouviu os gritos dos soldados na base.
"Peguem ela!"
Eles não estavam preocupados com Goose. Goose não significava nada para eles. Era Winter que não podia se perder. Ela era um ativo valioso demais para ser deixado à mercê da selva.
Mas ela não se importava. Goose era sua família. Ela precisava encontrá-lo.
A floresta era um labirinto vivo. As árvores se erguiam como colossos, entrelaçadas por vinhas brilhantes. O chão inclinado e traiçoeiro fazia cada passo ser um desafio. Ela tropeçava, cortava os braços em galhos baixos, sentia o coração martelando no peito enquanto os gritos dos soldados ficavam mais distantes.
Ela estava indo rápido. Mais rápido do que imaginava ser capaz. Mas não rápido o suficiente. Seu pé escorregou em algo úmido. Em um instante, o mundo virou de cabeça para baixo. Ela estava caindo.

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Only You || Lo'ak
Fiksi Penggemar- Então tenta se sentir igual um furacão mais vezes. - Ele sorri, se levanta e oferece a mão para ela. - Você vai gostar, até porque tempestades podem virar furacões. -E furacões podem virar tempestades- Ela sorri e pega a mão dele. -Obrigada, Lo'ak.