Ele sempre esteve lá por você.

6 0 0
                                    

Já fazem algumas semanas desde a conversa que eu tive com o Harry Potter, e nenhuma resposta vindo dele.

Mandei uma carta para meu pai logo depois de contar a verdade para ele, mas agora, me arrependo de ter feito isso.

A cada dois dias meu pai me manda cartas, e sempre pergunta se o Harry disse alguma coisa.

Eu sei que é importante para ele ter uma relação com o Harry, mas me machuca muito ver meu pai se magoando tanto. Ele é meu pai e é uma pessoa incrível! Não posso permitir que ninguém o machuque.

- Harry! -Eu o chamo em voz alta chegando onde ele e seus amigos estão sentados juntos no lado de fora do castelo, aproveitando o fim de semana.

- O que você faz aqui?! - Simas Finnigan pergunta surpreso, não se agradando muito da minha presença.

Os outros amigos de Harry também não pareciam nada felizes, pude ver nos olhos de Simas Finnigan a vontade de sair correndo.

- Perdão Finnigan, mas não vim falar com você. - Digo sem tirar os olhos de Harry. - E então, Potter? O que me diz? Venho esperando a semanas, preciso de uma resposta.

- Achei que você tomaria meu silêncio como resposta. - Harry fala levantando-se.

- Não, Potter, não vou tomar nenhum silêncio como resposta, muito menos uma resposta negativa. - Puxo o Harry pelo braço e o afasto dos grifinórios que prestavam atenção na conversa. - Eu tenho um pai muito ansioso e magoado em casa esperando uma resposta sua, e enquanto meu pai não estiver feliz, não irei te deixar em paz, está me ouvindo?

Harry deixa transparecer uma surpresa em sua feição, o que me faz crer que o que eu estava falando estava funcionando.

- Você não faz idéia o que meu pai sente por você, Harry. - Digo soltando seu braço. - Ele foi melhor amigo do seu pai desde o vagão do trem no primeiro dia de aula até o dia que seus pais morreram. Ele te carregou no colo. Ele sempre esteve lá por você.

Harry me interrompe.

-Sempre esteve lá por mim? Onde ele estava todos esses anos que passei sem saber da existência dele? Sem saber a verdade sobre o que tinha acontecido com meus pais? Sem nem sequer saber quem eles eram?

- Isso não estava no controle dele, mas agora vocês podem se encontrar. É tudo tão complicado, Harry. - Meus olhos enchem de lágrimas. - Eu sei que você não tem como entender sem conversar com ele, eu não sou a pessoa que tem que te explicar isso. Mas por favor, tenta conversar com ele.

Coloco minha mão no bolso dentro da capa, tiro de dentro dele um papel e prontamente o entrego.

- Aqui. Esse é o endereço da nossa casa. Mande uma carta.

Harry pega o papel. Me olha nos olhos e o guarda. Eu respiro fundo e me viro e saio de lá. Posso apenas ouvir os colegas de Harry perguntando o que havia acontecido, e então chego dentro do castelo novamente.

- Conversando com o Potter, Black? - Draco Malfoy me recebe com um olhar de nojo, acompanhado de Crabbe e Goyle.

- Ne espionando, Malfoy? Não tem nada melhor para fazer da sua vida? O professor Snape ficou decepcionado com sua nota na avaliação de poções essa semana, que tal ir estudar e parar de cuidar da minha vida? - Disse enquanto secava o resto das lágrimas que ainda insistiam em cair.

- Olha só, ela está chorando. - Crabbe diz com uma voz de pena.

- Claro, conversando com gente como aquela só poderia ficar triste mesmo. - E então Draco sai com seus seguranças particulares me olhando com cara feia.

Esse nunca melhora.

Eu sigo meu caminho para a biblioteca.

O Draco não foi o único que tirou uma nota baixa no teste.

                                 ◇

É desumano o tanto de livros que o Professor Snape passa para nós lermos.

Agora me encontro tentando equilibrar 12 livros extremamente grossos sobre as propriedades das poções curativas mais famosas para fazer uma redação de 4 folhas completas.

É impossível.

Até que sou parada por alguém, que pega alguns dos livros, assim desbloqueando a muralha que tinha entre nós, me permitindo ver quem era o ser de luz que havia me ajudado.

Ser de luz. Pettigrew? Acho que não.

Antes que ele pudesse abrir a boca para falar alguma coisa, eu apenas segui meu caminho, abandonando uns 7 livros para trás.

Mas não contei com a insistência do garoto, que veio atrás de mim. Quando cheguei na minha mesa, coloquei os livros nela e me sentei, abrindo o primeiro.

Quase pude começar a ler, porém ele chegou e derrubou todos os livros na mesa, fazendo um barulho alto.

- XIIIIIIIIIII!

Pude escutar vindo de um lugar afastado. Aquela bibliotecária me irritava um pouco.

- Não aguento mais. Você precisa me ouvir. Eu não sou meu pai. Nem o conheço. Nunca o vi, minha mãe apenas me contou histórias dele. Todas. As piores e mais horríveis possíveis. O odeio tanto quando você e todo mundo. Não aguento mais ser olhado como uma aberração por causa daquele verme. Nunca fiz maldade nenhuma e me tratam como se eu fosse ele. Principalmente você, mas não me surpreende. Mas por favor, Black. Você sabe como é ser julgada por ser filha de quem você é filha. Não faz comigo o que todos fazem com você também. Se você deixasse eu me aproximar, veria que eu não sou tão ruim quanto imagina. Desculpa se passei uma impressão errada quando nos conhecemos, mas fiquei com medo. Quem não ficaria? Meu pai estragou a vida de muita gente. Mas eu não sou ele. Não sou. Nunca vou ser como ele. Pode ter certeza. - Ele diz em um fôlego só.

E então, silêncio. Acho que a bibliotecária até estranhou tamanho silêncio.

Pareciam horas.

Ele me olhando esperando uma resposta.

- Você tem um fôlego e tanto. Já pensou em ser nadador?

- É isso? Vai ignorar tudo que eu acabei de falar? - Ele pergunta incrédulo.

- Não ignorei nada, nenhuma palavra sequer. Escutei e absorvi tudo. O que mais você quer? - Pergunto fechando o livro.

- Quero que você fale alguma coisa sobre isso. - Ele diz batendo o pé no chão.

- Você tirou uma nota baixa na avaliação semanal do Snape, não? - Pergunto ignorando seu pedido.

- O que isso tem haver com o nosso assunto? - Ele diz ficando irritado.

- Absolutamente nada. Se você tirou nota baixa, senta aqui por que tenho varios livros sobre o assunto. Se não tirou, senta aqui por que tenho varios livros sobre o assunto. - Digo voltando a minha concentração para o livro na mesa.

- Como é que é? Você quer que... Eu me sente com você? - Ele fica atônito.

- Não era uma resposta que você queria? - Pergunto sem tirar os olhos do livro.

Ele respira fundo, então se senta.

- Ótimo, agora temos muito o que estudar.

_________________________________________

Olha só quem apareceu.
Finalmente tomei vergonha na cara e dei continuidade para essa história, e o mais importante, eu arrumei alguns errinhos!!!!!!!!!!!!
Mas se alguém ver algum que eu deixei passar, pode deixar nos comentários, vai ajudat bastante!
É isso, voltei.

-Rana Black-Onde histórias criam vida. Descubra agora