A verdade

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Nós já haviamos terminado as compras, e durante todo o trajeto percebo meu Pai um tanto quando esquisito e cabisbaixo. E tive a impressão de até ter escutado um choro baixo vindo de seu quarto ontem a noite quando eu saí para surrupiar alguma coisa da cozinha.

- Pai, o senhor está bem? Tenho percebido que não. - Digo quebrando o silêncio que se instalara na hora do jantar.

- Hm? Ah sim, claro que estou. -Disse Sirius, displicente.

- O senhor realmente espera que eu acredite nisso? Ora, eu convivo com você a anos. Sei que não está bem, Pai. - Digo tentando persuadi-lo a contar.

- Tudo bem, já que faz tanta questão eu falo o que houve. - Disse suspirando - Mas não agora, depois do jantar.

E o silêncio se instala novamente, só conseguimos ouvir os xingamentos de Monstro, nosso elfo doméstico, vindo da cozinha.

- Já terminamos, pode me contar agora?  - Digo enquanto sento em uma das poltronas da sala escura da casa dos Black's.

- Sim, claro... - Disse em um suspiro pesado. - Você sabe que quando você nasceu eu fui preso, certo?

- Claro, mas o senhor foi inocentado, não foi? Mas nunca me contou o real motivo da prisão. - Disse curiosa.

-Então...A 10 anos atrás, Você-sabe-quem atacou a casa dos Potter's. Dessa história você sabe, tenho certeza.

- Sim, claro, o dia em que Você-sabe-quem foi derrotado por Harry Potter. - Digo como se fosse óbvio. E realmente era, não existia um bruxo que não conhecesse essa história.

- Sim, mas o que você não sabe é que o pai de Harry era um dos meus melhores amigos. Desde a minha época de Hogwarts. E quando estavam sendo ameaçados, pediram a minha ajuda para os proteger. Eu iria ser o fiel do segredo para a proteção deles.

- Como assim? Então como eles morreram? - Perguntei aturdida.

- De última hora, eu tive uma idéia: Trocar o fiel do segredo. Todos sabiam da minha amizade com o James e com a Lily. Era muito óbvio que seria eu.

- Então trocaram?

- Sim, colocamos outro amigo nosso, Pedro Pettigrew. - Ao falar o nome do antigo amigo, as palavras pareciam sair como ácido na boca de Sirius.

- Ele traiu vocês, certo? - Perguntei, já começando a entender o que estaria por vir.

- Sim, aquele rato traiu o James. E a mim também. Entregou a localização deles para o Lorde Das Trevas, e foi assim que eles morreram.

- Que traidor! - Exclamo com uma raiva genuína. - Mas o que isso tem a ver com sua prisão?

- Nós não tinhamos contado a ninguém da troca, nem mesmo a Dumbledore. E quando os Potter morreram, eu fui tirar satisfação com o Pedro. Mas ele armou para mim. Explodiu uma rua e matou 7 trouxas e cortou o próprio dedo, fingindo a própria morte.

- Então você foi preso por isso? Pelo o que ele fez? Mas não houveram investigações? - Eu estava indignada.

- Não, não tiveram. Na época as Trevas estavam no poder e o Ministério somente prendia os bruxos, sem investigações.

- E como o senhor foi inocentado? - Disse realmente chocada com toda a história que eu não sabia.

- Um ano depois, Dumbledore conseguiu me inocentar. Conseguiram encontraram o Rabicho em um bar na Albânia.

-Rabicho? -Perguntei confusa.

- Era o apelido que demos para ele. O de James era Pontas, o de Lupin era Aluado e o meu Almofadinhas.

-Rana Black-Onde histórias criam vida. Descubra agora