Capítulo 14 - "Aí que merda"

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Respirei fundo sentindo o ar em meus pulmões, nunca aproveitei tanto cada segundo respirando quanto agora.

Jeongyeon, a enfermeira que me ajudou, me entregou um copo de água, a peguei e bebi todo o copo, minha garganta estava seca antes disso.

- Melhor? - questionou quebrando o silêncio do cômodo, assenti, minha garganta estava fraca pelo choro anterior, além da dor que sentia nela.

- A Da-yun? Cadê minha filha? - a olhei preocupada, ela sorriu docemente.

- Podemos ir buscar ela agora mesmo - Assenti - ah, e pra você não entender nada errado, só tiramos ela de seus braços porque não queríamos que ela visse o estado de pânico que você estava - se levantou enquanto dizia.

- Obrigada - sorri - mas é melhor pegar ela logo, onde ela tá?

- Na parte infantil do hospital, vamos? - Assenti e me levantei, arrumei meus cabelos fazendo um coque e limpei minhas lagrimas mesmo que elas já estivessem secas.

- Ela chorou muito? - perguntei e comecei a sair da sala com ela, ela me olhou por cima de ombros.

- Pelo que eu sei, sim - riu sem humor - mas é porque ela tava preocupada com você - Assenti e apressei meus passos ficando ao lado dela.

- Eles ainda estão lá?

- Quem? - franziu os cenhos e me olhou novamente - seus irmãos? - Assenti - O seu irmão foi expulso por conta do escândalo e por ter ido pra cima de um dos seguranças, sua mãe tá dormindo e sua irmã tá com sua filha - Assenti.

- Minha mãe deve estar o cão comigo depois do filhinho dela ter sido expulso - ri sem humor, ela me olhou curiosa - é que tudo é minha culpa - ela soltou um "Ah" enquanto assentia.

- Mas é sua culpa? Ou ela te culpa? - dei de ombros enquanto entravamos no elevador.

Ela colocou no 3° andar e me olhou.

- Nem sei sabia, realmente não sei - suspirei - ela me odeia - ri sem humor - me odeia por ter engravidado na adolescência.

- Eu sinto muito - sorri.

- Tudo bem, não vou ver mais ela então nem vai fazer mais diferença - dei de ombros.

- Estamos tentando convencer a sua mãe a pensar na possibilidade de... De denunciar o seu pai - Neguei a olhando, ela franziu os cenhos.

- Desculpa, é que ele, o marido dela, não é meu pai - ri sem graça - desculpa te atrapalhar.

- Oh... Desculpas por não ter perguntado - o elevador abriu e começamos a andar novamente  - enfim e se internar em uma clínica para dependentes clínicos.

- Espero que consiga, mas eu tento tirar ela dessa vida com o marido dela faz anos e até hoje ela - levei meu olhar para frente - ela não sai, por causa da dependência e tals - Assenti enquanto dizia - mas espero do fundo do meu coração que vocês consigam - a olhei e sorri.

- Vamos enviar ela pra uma psicóloga, conseguimos tirar muitas mulheres que viveram nessa situação por anos - sorriu orgulhosa - só precisamos da permissão de um dos filhos, falei com sua irmã e ela vai assinar toda a papelada, é tudo por conta do hospital.

- Isso parece incrível, é o que exatamente? Algum tipo de organização?

- Sim, e é do próprio hospital mesmo, temos até abrigos para protegermos e cuidarmos das mulheres que vem e descobrimos que vivem nessa situação - sorriu largo, ela parecia orgulhosa - essa organização existe há anos, a última que apareceu aqui e que conseguimos a ajudar, conseguiu um emprego e até saiu do abrigo - sorri largo, os olhos dela brilhavam em falar do assunto, é incrível ver a animação dela - e estamos em luta na justiça com ela pra ele ser preso.

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