II Capítulo

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Depois de uma noite torturante com Evan, deparo-me com o seu lado da cama vazia, sinto um certo alívio.

Já estou habituada, apenas sirvo de objecto sexual que o satisfaz a hora que quiser, o tempo que fiquei naquela cela só me faz ter certeza.

Fiquei sentada na penteadeira encarando os chupões em meu pescoço com a marca da mão de Evan, levantei e vi a minha bunda toda vermelha pelos tapas.

Passei uma pomada na região por conta da ardência e vesti um moletom cinza do Evan que ficou que nem um vestido em mim.

Minha barriga roncava bastante, decide descer para comer alguma coisa, como já é madrugada Nancy está a descansar terei que me virar sozinha, na verdade não tenho disposição para cozinhar então reviro a cozinha a procura de alguma coisa.

- Precisa de ajuda? - dou um grito agudo segurando o peito pelo susto com o homem alto, magro e moreno na minha frente.

- Quem é você? - pergunto desconfiada.

- Liam Petrov - diz estendendo a mão, correspondo e o mesmo beija as costas da minha mão.

- Lia Salazar... - engano-me - Lia Petrov, desculpa, é a força do hábito - digo envergonhada pelo vacilo - então você é irmão do Evan? - deduzo.

- Sim, eu sou o irmão mestiço - diz com um certo desconforto - está a procura de alguma coisa? - pergunta, mudando de assunto.

- Sim, estou a procura de alguma coisa pra comer - ele simplesmente abriu o armário superior e tirou duas barras de cereais e entregou-me - obrigado.

- Não precisa agradecer, já deu pra perceber que a noite foi longa - diz apontando para o meu pescoço, minhas bochechas esquentaram pelo desconforto desse assunto.

Evan aparece recebendo a nossa atenção, o mesmo lança um olhar mortal ao irmão que não deu importância.

- Já deveria ter ido embora - Evan diz ao irmão, que está encostado a parede me encarando.

- Agora entendo o porquê da nossa família não ter sido convidada ao casamento - Liam fala sem parar de me encarar - sua esposa é muito atraente - provoca.

- Atraente será a minha arma na sua cabeça se continuar aqui - diz irritado.

Porra! parece um encontro de titãs e eu sou a única anã.

- Sabia que é fetiche meu? Van van - ri discretamente pelo apelido que ele deu ao Evan.

- quer? - perguntei erguendo as barrinhas para Liam, causando um desconforto ao Evan.

- Lia vá para o quarto - Evan ordena, com sua maior delicadeza de macho alfa.

- Tchau Liam - despeço-me e Evan me encara furioso, faço cara de desentendida e obedeço.

Como as barrinhas e me perco pensando que Evan não me apresentou a sua família, não é que eu esteja tão interessada em conhecê-los porém não entendo o facto dele me esconder deles. acabo por adormecer.

Acordei dolorida pelo ocorrido, reparei a ausência de Evan e levantei logo indo em direção ao banheiro fazer a minha higiene, fiquei me encarando no espelho, o rosto cansado, as marcas no corpo, é deprimente.

Já não sou a mesma, forte, determinada, corajosa, engraçada e feliz, minha sanidade está destruída tal como o meu ser.

Tomo um banho, em seguida vou para o closet e visto um conjunto moletom, faço um coque e saio do quarto. Vou para cozinha comer alguma coisa, para minha surpresa e felicidade encontro Nanda com a Nancy e vou correndo em sua direção, dando um abraço na mesma.

- Nanda - afago em seus braços gordinhos.

- Minha menina linda - diz massageando as minhas costas - Quanta saudade meu bem - suas mãos suaves deslizam as minhas bochechas transmitindo uma calmaria.

- Eu também senti imensas saudades suas - disse sentindo já as lágrimas descerem.

- Não chora minha menina, eu já estou aqui - massageou as minhas bochechas tentando me acalmar - venha - me puxou para a mesa de jantar, o cheiro gostoso pairava sobre o ar fazendo a minha barriga roncar - Nancy e eu preparamos um pequeno-almoço especial pra você - disse me fazendo sentar.

- Vocês bem que poderiam comer comigo, não gosto de comer sozinha Nanda - disse fazendo bico.

- Que golpe baixo menina - referiu-se ao bico me fazendo rir - a menina sabe das regras aqui e nós não podemos passar por cima das ordens do capo.

- E se passarmos por baixo? - brinquei e ela riu - eu entendo Nanda, mas eu me sinto sozinha nessa casa, passo mais tempo no quarto e quando quero companhia Nancy está sempre ocupada, não tenho permissão nem pra ir ao jardim, Evan só vem pra usar, os seguranças afastam-se de mim, única pessoa que tentou uma conversa comigo foi Liam - disse.

- Isso é temporário meu bem, depois de um tempo você estará atarefada com as coisas da máfia, que irão ocupar muito do seu tempo - disse acariciando o meu ombro - se conheceu o menino Liam é bom, porém tenha cuidado, por ele ser o irmão mestiço tem certas complicações com a família e principalmente com o irmão.

- Espero que preencha o meu vazio - murmurei - eu terei cuidado Nanda.

- Isso nunca irá preencher um vazio, só manterá a sua mente ocupada - falou - é melhor, para o seu bem. Eu tenho que ir ajudar Nancy com os afazeres, nos vemos daqui à pouco, bom apetite minha menina.

- Obrigada - dei um beijo em sua mão.

Fiquei sozinha, refletindo as palavras de Nanda, talvez isso ocupe a minha mente mesmo e me ajude a encontrar Alanna, só não entendo o problema de Liam com Evan e no momento nem quero.

Comi de tudo e mais um pouco, saio da mesa e levo a loiça que usei pra lavar, esbarro com Evan todo arrumado com o seu terninho preto e o cabelo desalinhado, se não fosse um ser tão desumano acharia atraente.

O ignorei totalmente e fui levar a loiça pra lavar, sou interrompida por Evan, que me encarava malicioso.

- O que pensa que está fazendo? - indagou arqueando a sobrancelha bem desenhada.

- Você é cego ou tem problemas de percepção? - indaguei sem paciência para os seus joguinhos.

- Essa sua insolência merece castigo, não acha? - disse apertando a minha cintura.

- Você só pode ser burro se pensa que eu vou achar que aceito um castigo - declarei.

- Eu estou tentando ser paciente mas você não facilita - suas íris que momentos atrás estavam claras tornaram-se escuras, sem cerimónias ele me carregou em seu ombro como um saco de batata, indo em direção ao quarto.

- Porra Evan! - exclamei - eu estou enjoada, me põe no chão - disse e o mesmo não deu importância.

Logo que entramos sou jogada na cama, ele me encarava como um predador prestes a atacar a sua presa, o vejo tirar o cinto vindo em minha direção, me encolho por medo de uma surra e ele simplesmente prende os meus pulsos.

- Evan para, por favor - implorei.

- Devia ter pensado nisso antes de querer rebater comigo - respondeu ríspido, fui arrastada para o closet onde amarrou o cinto no suporte do guarda-roupa - as consequências podem ser prazerosas - fala empinando a minha bunda.

- Com você? só se for no inferno - declarei, sentindo o tapa pesar na minha nádega direita.

- Caralho! Você não consegue ficar sem rebater? - gritou.

- Se você me soltar eu paro - falei e o seu celular tocou.

- Não, você será punida para aprender a respeitar o seu marido - rosnou , desligando o celular, só que o mesmo não parou de tocar até que ele saíu para atender.

Evan entra no closet furioso.

- Não pense que acabou por aqui - ele foi, me deixando presa no closet.

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