Estou farta da bipolaridade de Evan, já se passou uma semana desde que ele me castigou pela minha rebeldia, eu realmente preciso sair desse lugar e levar a minha irmã.Aproveito a ausência do mesmo e decido bisbilhotar o seu escritório, quando adentro o local não me surpreendo com o tom enegrecedor. Vasculho a sua escrivaninha e não encontro nada, tento usar o seu laptop mas estava bloqueado, continuo a procurar por alguma coisa que me leve até minha irmã, oiço um barulho na maçaneta e levanto rapidamente fechando a gaveta.
Era Evan com a sua expressão carrancuda.
- O que veio fazer em meu escritório?
- Quis fazer-te uma surpresa - menti.
O mesmo me encarava desconfiado, com receio que ele perguntasse demais o beijei, sua mão deslizou até a minha cintura colando nossos corpos, minha respiração estava descompassada pela adrenalina, por fim nos separamos e o mesmo me encarava da cabeça aos pés como se quisesse me comer viva, ele foi pra sua mesa e sentou-se.
- Venha - estava rezando mentalmente pra não ser usada como objecto sexual, receosa fui até ele. Esse homem é tão imprevisível que eu não consigo saber o seu próximo passo, pra ele é uma carta na manga mas para sua presa um alerta - não tenha medo ragazza.
Meus olhos arregalaram quando ele apertou o meu pescoço.
- Está me machucando Evan - falei sentindo o ar escasso, o seu sorriso sombrio foi o que me deixou mais aterrorizada.
- Sabe que essa desculpa de surpresa não me convenceu, porque primeiro, essa semana vc me ignorou, segundo, você nunca gostou de mim e nunca fingiu gostar, então não me venha com essa - tentei segurar a sua mão para aliviar o aperto mas era difícil, me sentia encurralada, ele havia me descoberto.
- Por...fa...vor, me solte - seus olhos estavam carregados de raiva e eu estava prestes a desavar aí mesmo.
- Seja lá o que estiver tentando, não vai conseguir. Eu afirmo isso - diz me soltando, tenho uma crise de tosse tentando recuperar o fôlego, enquanto ele ajeitava o paletó - já agora se prepare porque mais tarde temos um evento para comparecer, não se preocupe que a Nancy vai ajudar a preparar você.
Apenas saí do seu campo de vista, não queria chorar na frente dele, foram tantas humilhações, traumas e feridas do passado que até hoje carrego.
Me sinto quebrada.Flashback on
- Liaa! desça! Enzo está aqui - meu pai gritava.
Desci apressadamente antes que fosse arrastada, Enzo estava sentado ao lado do meu pai assistindo jogo, os dois nem notaram a minha presença.
- Como está linda filha! - disse minha mãe saindo da cozinha.
- obrigada mãe - sorri.
- Vamos o jantar já está servido - disse a minha mãe, foi quando eles notaram a minha presença.
Enzo levantou junto com o meu pai e fomos para a mesa, Enzo é o filho querido que o meu pai tanto queria mas na verdade filho do seu falecido melhor amigo. Ele queria tanto criar uma união entre nós que chegava a ser tóxico, mas ele dizia que só queria o nosso bem.
Durante o jantar conversavam sobre futilidades, às vezes Enzo e eu trocavamos olhares, depois de um tempo só se ouvia o barulho dos talheres, nesse momento sinto falta da minha irmã, felizmente ela conseguiu viajar para concluir o seu doutoramento, algo que deixava os meus pais e eu orgulhosos.
Depois de comermos a deliciosa sobremesa da minha mãe ajudei-a a tirar a mesa enquanto o meu pai e o Enzo conversavam.
- Enzo parece bom pra você, ele é educado e vem de boa família - disse a minha mãe arrumando os pratos.
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Cagna
Actiontudo tem um fim, mas sempre haverá um recomeço, seja ele bom ou mau. Cabe a nós escolhermos? Ela não teve opção a não ser aceitar o que lhe foi atribuído.