Chapter 1. - All those flashbacks

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— Puta que pariu! – Saltei da cama logo após verificar as horas no despertador. — Puta merda, puta merda, puta merda!

Corri até o banheiro o mais rápido que consegui, pensando somente em como faria pra chegar na escola se o ônibus já tivesse ido embora. Lavei meu rosto na pressa, meu pai já gritava por mim das escadas.

— Vamos, Craig! O ônibus já chegou! – dizia Thomas. — Calma aí, pai! Tô procurando a porra da minha touca! – Respondi em tom de arrogância, meu pai me enche o saco.

Desci as escadas correndo, peguei minha mochila perto da porta e saí em direção ao ônibus. — Tchau, filho! Tenha um bom dia! – Thomas disse, interrompendo minha subida ao ônibus e parecendo estar empolgado. Como de costume, levantei o dedo do meio pra ele e subi no ônibus, procurando sentar nos bancos ao fundo.

— Aí, viadão! – Ouvi uma voz em minha direção. Quando me virei, vi algo que não dava pra não ter visto. Eric Cartman. Incrível como esse balofo não emagreceu nem um pouco desde a quarta série. — Que foi, Cartman? – Respondi seco.

Cartman parecia estar interessado em alguma coisa... engraçado, não trouxe barras de chocolate pra comer no intervalo hoje. — Viu que o Tweek vai voltar? – me puxou para o assento ao lado do dele, que estava sendo quase que parcialmente coberto pelo bundão gordo daquele idiota. Finalmente me toquei do assunto. — O Tweek? – respondi surpreso. — Como assim? Ele não tinha ido para o Canadá? – disse confuso.

— Sim, bundão. Ele foi! Mas ele vai voltar essa semana! – o gordo folgado roubou minha mochila, procurando algum vestígio de comida hipercalórica que fosse o saciar até a próxima parada do ônibus, onde subia Kyle. — Porra! – atingi minha testa com a minha própria mão.

Estava angustiado, afinal, Tweek era meu namorado desde o primeiro fundamental e eu já não o vejo há uns cinco anos, nós terminamos meio mal, tivemos uma briga feia sobre a mudança dele e ele não falou comigo desde então.

— Quer dizer... foda-se, Cartman. O quê você tem a ver com isso? – fingi indiferença. "Que gordo chato do caralho." – eu pensava.

Eric riu da minha cara e finalmente achou uma barra de cereal coberta com chocolate, que já devia estar na minha mochila desde o mês retrasado. Mas eu faço qualquer coisa pra encher a boca dessa bola de pilates com pernas. — Graças a Deus, cara! – disse ele, devorando a barrinha como se fosse sua última refeição.

O ônibus parou e Kyle subiu junto de Stan. Os dois se acomodaram nos bancos em frente aos nossos e logo se ajoelharam de costas pra janela do motorista, apenas para falar comigo e com Eric. "Como eu odeio socializar, especialmente de manhã, puta merda." – pensei. — Oi, Cartman! Oi, Craig! – cumprimentou Kyle. Não quis responder, levantei o dedo do meio e cruzei os braços olhando pra janela oposta a minha. — Esse viado tá de tpm, não liguem, galera. – o gordão disse e eu não dei a mínima.

— O que houve, Craig? – Stan pareceu se preocupar. — Nada, eu tô normal. – olhei para os dois e virei meu olhar pra janela de novo. — Esse não é seu normal, cara. – Token se intrometeu. — Ninguém te chamou na conversa, Zé Gotinha de petróleo! – Cartman respondeu apontando o dedo para Token. — Cartman também tá de tpm, caras? – Stan zoou. Eu ri. — Cala a boca, Stan! Eu tô em abstinência, seu merda! – Cartman respondeu de forma agressiva, lambendo os restinhos de chocolate que sobraram na embalagem. — Ainda tá morando com o Kenny? – perguntou Kyle. — Hmm, hm... hmm! Hmmh. – Kenny respondeu. — É, porra! Tô morando com esse pobre e ele não tem comida em casa! – Cartman completou e eu, mais uma vez, ri da situação.

O ônibus parou em frente a escola e nós cinco; Craig, Cartman, Kenny, Kyle e Stan, saímos juntos com nossas mochilas, em direção à sala de nosso questionável professor; Sr. Garrison.

— Cartman, por que sua mãe ainda não voltou? – Stan perguntou. Ele parecia preocupado, o quê era esquisito, visto que era do Cartman que estávamos falando. — Ela já voltou, bundão. Só não foi me pegar na casa do Kenny ainda. Aquela vagabunda prefere o namorado novo dela do que eu! – disse Cartman transtornado. — Mimado. – resmunguei alto, todos concordaram em silêncio. — Rebecca! – O tão confortável silêncio foi quebrado, graças ao idiota do Kyle e seu relacionamento saudável e duradouro. — Amorzinho! – Rebecca respondeu, correndo aos braços de Kyle. — Meu Deus, cara! Esses dois ainda estão juntos? – Stan perguntou, olhando incrédulo para a demonstração pública de afeto dos dois pombinhos. — Hmm hum, hMm? – Kenny respondeu com outra pergunta. — Quê? Ciúmes? Sai dessa, cara! Kyle é meu irmão! – Stan respondeu revoltado. — Sweet Home Alabama... – Disse eu, como se alguém fosse entender. Pra minha surpresa, Cartman riu. — Muito boa, Tucker! – Cartman? Elogiando algo que fiz ou disse? O que tinha naquela barra de cereal?!

Todos entramos na sala de aula. Ninguém entendia como aquele esquisitão do Garrison ainda dava aulas pra nós. Tá na cara que ele tem algum problema, o melhor amigo dele é um fantoche chamado Sr. Chapéu! Além de ele já ter participado daquele grupo de caras velhos que gostam de se relacionar com garotos, isso é meio... bizarro pra caralho.

— Bom dia, crianças. Podem se sentar, hoje teremos uma surpresa muito interessante! – eu nem imaginava o quê poderia ser.

Quando nos sentamos nas carteiras, Garrison anunciou que teríamos um "aluno novo". Olhei pros meus companheiros da Gang do Craig, já bolando quais seriam os insultos que faríamos ao aluno novo.

— Oi, pessoal. – uma voz trêmula e um tanto quanto baixa me chamou a atenção, todos responderam com coisas como "Tweek, não acredito que voltou!" ou "Pensei que nunca mais te veríamos!" mas eu não consegui dizer uma palavra sequer.

Não pude acreditar naquilo. O Cartman não estava mentindo! O Tweek realmente tinha voltado. Quando meu olhar se fixou nos olhos vermelhos dele, e o dele no meu, foi como se só estivéssemos nós dois, sozinhos, só eu e o meu loirinho. — Craig... – ele murmurou meu nome, mas logo fomos tirados do transe pelo Sr. Garrison. — Bem vindo de volta, Tweak! Pode se sentar ao lado de Cartman. – ele obedeceu.

Cartman sentava ao meu lado, aquele gordo fodido não me deixaria olhar pro Tweek, não seria possível, esse bundão tampa toda a minha visão!

» POV: Tweek Tweak.

Depois de uma noite conturbada em claro, pensando no que faria quando visse Craig de novo, fui para a escola. South Park é uma cidade pequena, todo mundo se conhece e se vê toda hora, mas Craig não tem o costume de sair de casa, então eu sabia que não o encontraria facilmente.

— Ai, droga! – vi Craig e seus amigos descendo juntos do ônibus. Me lembro dos tempos em que tínhamos passeios escolares juntos e nós dois íamos de mãos dadas no ônibus. Eu sempre passava mal, mas ele me acalmava e me ajudava sempre. Eu senti falta disso morando no Canadá, desde que fui pra lá, minha ansiedade só aumentou.

Caminhei até o banheiro, me olhei no espelho e lavei meu rosto, esperando que pudesse me acalmar um pouco, ou talvez me acordar. "Vai ver isso tudo é só um pesadelo muito realista!" – tentava ser otimista sobre a situação, obviamente sem sucesso.
Vi os meninos entrando na sala e meu olhar se fixou no garoto moreno com a touca azul. Eu sabia que ele ainda usava! Um dia, quando estávamos juntos, ele me prometeu que não iria deixar de usá-la, espero que ele ainda use por minha causa.

Paranóias passavam pela minha cabeça durante os passos que dava até a sala do Sr. Garrison. Será que ele ainda se lembra de mim? Será que ainda se importa o suficiente para continuar comigo depois de anos sem nos vermos? Eu tremia mais que o normal, só o Craig conseguiria me acalmar agora.
Entrei na sala e imediatamente a varri com os olhos procurando por ele. Quando o achei, ele já estava olhando pra mim.

— Oi, pessoal. – falei baixo. Eu nem sabia o quê dizer. Depois de anos sem ver ele, ele finalmente estava ali. Meu Craig, meu primeiro amor, meu eterno namorado.

Craig...

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⏰ Última atualização: Jan 07, 2023 ⏰

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Hopelessly Devoted. | Craig + Tweek - CREEK Onde histórias criam vida. Descubra agora