Prólogo

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A cabeça de Isabelly girava, e seu corpo doía como se facas cortassem sua pele. Seus olhos estavam pesados e ela não conseguia se mexer.

Ela conseguia escutar vozes abafadas, seu cérebro achava que era seus pais, quem estavam tendo uma discussão. Com muito esforço ela melhorou sua audição tentando ao máximo escutar tudo mais claro.

-- Já tomei minha decisão, e você não vai me impedir! Não vou ficar de braços cruzados enquanto ela arruína a imagem da família, como aconteceu nessa madrugada! -- sua mãe disse com a voz irritada e grave.

A mente de Isabelly deu um estalo quando ela tentou lembrar o que tinha acontecido na noite passada.

Os flash começaram a passar em sua mente. Ela tinha saído com Noah - seu melhor amigo - naquela noite, os dois foram para alguma balada da cidade. Todas as vezes que eles saiam, se envolviam com drogas e bebidas, e naquela noite não seria diferente.

Depois da balada, quase três da manhã os dois apostaram corrida ilegal com alguns caras pelas ruas de Los Angeles, totalmente altos pelas drogas que estavam rodando em suas veias. Isabelly lembrava de ter "desmaiado" depois que a corrida acabou, tendo ela e Noah como vencedores.

Agora ela estava ali, em um lugar que ela sabia que não era a sua casa por conta da energia do lugar - pois ela ainda não conseguia abrir os olhos - e com seus pais irritados - o que não era novidade.

-- Ok, eu sei que ela passou de todos os limites, mas a Svalley Academy não é a melhor das opções! Isabelly precisa ir para um colégio militar não para um internato!

A palavra internato faz com que o corpo da morena reagisse. Ela finalmente abriu os olhos e analisou o local que se encontrava.

As paredes brancas e a agulha que estava ligando soro para seu braço à fez perceber que estava em um hospital. Ela tentou falar algo, mas sua garganta estava seca. Os dois adultos presentes no quarto puseram seus olhos na filha ao perceber seus movimentos.

-- Ela acordou, vou chamar o médico -- seu pai disse e em seguida saiu do cômodo.

A mulher de longos fios negros parou ao seu lado e lhe entregou um copo de água, mas seu rosto não demonstrava compaixão, pelo contrário, estava retorcido em raiva e desgosto. Isabelly estava acostumada com aqueles olhos castanhos lhe olharem desse modo, então não se abalou com aquilo.

-- Eu deveria ter deixado você morrer naquela vala qualquer! -- a mulher cuspiu as palavras sem nenhum remorso.

-- Você não seria tão bondosa, Gabriella -- a garota respondeu sarcástica.

O médico já conhecido por Isabelly passou pela porta, acompanhado do patriarca Ferraz, e se pôs ao lado de sua cama.

-- Isa, você sabe o porquê de estar aqui, querida? -- Isabelly negou -- Você teve outra overdose, já foram duas somente nesse ano. Você só tem dezesseis anos, princesa. Se continuar assim não vai viver até os dezoito.

-- Essa é a intenção -- ela sussurrou, mas os adultos presentes não escutaram -- Vou tentar diminuir o uso das drogas, padrinho, tem minha palavra.

-- Sua palavra não é de grande importância.

-- Gabriella, essa é uma situação delicada, então peço que mantenha o respeito com a sua filha! -- o médico disse, fazendo a mulher ficar em silêncio, mas sua cara não negava seu descontentamento -- Continuando, Isa, você não precisa diminuir o uso, precisa parar com o uso de drogas, aos poucos claro. A sua saúde está em risco.

Isabelly respirou fundo, as drogas e bebidas tinham se tornado uma fuga para os problemas de casa. Viver sem elas seria como retirar um órgão de extrema importância para si.

Um Clichê DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora