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Isabelly arrumou as malas com o que pode, deixou o básico na mansão. Somente depois de arrumar tudo ela respondeu o tio, o homem a avisou que iria deixá-la no internato, já que tinha chegado de viagem a noite.

Gary Summer não arriscaria deixar sua amada sobrinha ser levada por Henrique ou Gabriella, sua irmã era a principal. Ele sabia como a irmã era, cresceu com ela sempre sendo esnobe, mesquinha, agressiva e amarga. Mesmo ele sendo cerca de quatro anos mais velho e uma das cabeças da máfia que comandava Los Angeles, Gabriella o assustava, e assustava mais ainda deixar sua sobrinha perto dela.

Oliver e ele tentaram muitas vezes conseguir a guarda da garota, mas nunca conseguiram. Então faziam o possível para ser o apoio que Isabelly precisava, mesmo que nem sempre conseguissem impedir as agressões ou não pudessem ser cem por cento presentes na vida dela, eles faziam o que estava ao seu alcance.

Quando Gabriella foi ao quarto da filha para avisar que o irmão tinha chegado, Isabelly estava quase no final de seu cigarro diário.

-- Gary veio buscá-la. Apague a merda desse cigarro antes que eu o apague em seu rosto! -- disse a encarando.

Isabelly não desviou o olhar de sua progenitora, apenas caminhou com sua mala até a porta do quarto, soprando a fumaça do cigarro em direção a sua mãe quando passou por ela. Gabriella se esforçou para não fazer nada com a garota, pois seu irmão estava lá embaixo e ela sabia como Gary era esquentadinho quando ela fazia algo com a menina.

Isabelly desceu as escada devagar. Quando chegou lá embaixo ficou nas pontas dos pés para dar um pequeno abraço no tio.

-- Oi Gary! -- exclamou a menina. Ela quase não o chamava de tio, e ele não se importava com isso.

-- Como vai, minha guerreira? -- perguntou quando ela o soltou.

-- Bem, na medida do possível!

Assim que respondeu, Isabelly lembrou de algo e subiu para seu quarto novamente, ela trancou o quarto e colocou a chave em seu bolso. A ideia de deixar seu quarto aberto enquanto ela não estava ali à assustava. Entrava em seu quarto somente a faxineira que sabia onde encontrar a chave para fazer a limpeza uma vez na semana.

Ela voltou para a sala e pegou suas malas, saindo de casa sendo acompanhada pelo tio, ambos não se despediram, e nem tinham intenção de fazê-lo. Os dois seguiram para o carro do mais velho. Gary abriu a porta para a sobrinha e seguiu para colocar as malas da mesma no porta malas.

-- Belly, você vai se dar bem no internato, tenho certeza!

-- Espero que esteja certo, pelo menos não vou ficar nessa casa maldita.

Gary sorriu para ela e bagunçou seus fios descoloridos. Os dois seguiram a estrada para o colégio, com a garota sendo obrigada a escutar as músicas do tio em volume alto.

-- Ah, tenho uma coisa para te contar, duas na verdade, uma boa e uma ruim dependendo do seu ponto de vista -- disse olhando para a sobrinha, que lhe deu total atenção -- A polícia voltou a investigar o Falcão, então provavelmente vou precisar fazer outra viagem para despistalos.

-- Eles não sabem que você é ele, para eles o senhor é somente um milionário qualquer -- ponderou a menina.

-- Todo cuidado é pouco, princesa. Não posso arriscar ser pego e deixa você sozinha com o Oliver, ele não tem tanta lábia com sua mãe -- ditou sorrindo para ela -- E a boa notícia é que, nessa viagem descobri que tenho um filho da sua idade. Parabéns, você foi promovida a prima do ano.

Isabelly olhou para o tio com os olhos arregalados. Como assim Gary tinha um filho, e ela não sabia?

Ela sabia que o tio não era flor que se cheire, que ele nunca ficava com a mesma mulher duas vezes, mas que ele era burro o suficiente para engravidar uma das mulheres que aqueceram sua cama, não.

Um Clichê DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora