Na volta, encosta acima, parava alguns segundos para recuperar o fôlego, enquanto se distanciava na sua passada lesta para fazer o almoço.
Com a cara esforçada à chegada triunfante no portão de casa, lá estava ele regando as plantas e sorrindo dizia:
- Só agora rapaz, quem me dera ter só dez nas mãos.
Envergonhado não compreendia e escondia-me debaixo do seu braço querendo ser adulto.
O tempo foi passando, até que certa altura, quando já ombreava lado a lado, estranhei o facto de ter parado a meio caminho (ele que nunca parava) e como sempre olhou nos meus olhos, disse sorrindo:
- Estão a perder água esses velhos garrafões, deixa ver...
Para meu espanto, num movimento repentino quando os pousei no chão, dá pés ao caminho deixando ficar os seus o dobro mais pesados.
Quando cheguei com os braços cansados, disse que velhos eram os trapos, a horta estava por regar mas o comer tinha adiantado.
De casa ao fontanário...
o fontanário em casa.
Agora vem canalizadaos tempos são outros
e até já colocaram
semáforos na estrada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amanhã Acordo O Adulto
Short StoryFaço birra, quero mais, amuo e não posso adormecer. Pequenas histórias, grandes finais. Boas surpresas. Amanhã acordo o adulto. (História 1: A cor da esperança), (História 2: A Boneca de trapos), (História 3: Dragania), (História 4: A C...