A Origem de Perseu

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Já havia vários anos que  Dânae, uma bela princesa de cabelos vermelhos, fora confinada numa alta torre de bronze.
Aconteceu que seu pai, o rei Acrísio andava preocupado por não ter nenhum filho homem, o que significaria o fim de sua linhagem. Foi então ao templo de Apolo em Delfos e conversou com Pitonisea, a sacerdotisa do lugar. Pitonisa lhe disse:
- Você nunca terá um filho homem. E morrerá pelas mãos de seu neto.
A profecia de Pitonisea deixou Acrísio paranóico. De início ele buscava manter todos os homens longe da filha, condenando a morte qualquer um que se aproximasse de Dânae com interesse. Por fim, vendo que chegaria o dia em que ela desposaria algum homem e teria um filho, que seria sua perdição, Acrísio mandou construir uma torre de bronze, afastada da civilização, e lá trancou Dânae, e apenas uma criada poderia se aproximar para a alimentar, mais ninguém.
Dânae chorou e implorou, mas nunca ninguém veio salva-la. Lembrava-se dos homens que conhecera e lamentava a castidade que lhe foi imposta. Certo dia pediu aos deuses que viessem em seu auxílio.
- Deuses do Olimpo, tão fortes e poderosos. Salvem-me por suas mãos, ou de outra forma, usem um forte herói que venha me ajudar e me livrar de minha cela e de minha castidade. Aquele que me ajudar, seja deus ou homem, entregarei minha virgindade.
O pedido de Dânae subiu até o monte Olimpo. Onde o senhor dos deuses escutou seu lamento. Compadecido pela moça e encantado por sua beleza, Zeus decidiu livra-la, tanto de sua prisão, quanto de sua castidade.
Zeus veio a torre de bronze na forma de uma chuva morna e convidativa. Dânae foi até a janela para deliciar-se com a chuva repentina, mas logo descobriu que não era uma chuva qualquer. As gotas correram por seu corpo, como se fossem as mãos de um amante. Escorregaram por suas coxas enquanto ela sentia mais prazer do que nunca sentira na vida, e assim Zeus tomou sua virgindade e colocou em curso o destino de Acrísio.
Dânae tentou de todas as formas esconder sua gravidez, mas quando sua barriga cresceu demais, a empregada acabou descobrindo. Compadecida pela princesa, a empregada nada disse ao rei. Juntas esconderam a verdade sobre a gravidez de Dânae.
Nove meses se passaram e finalmente o filho de Dânae nasceu, um menino que foi chamado de Perseu, por quem logo a princesa dedicou todo seu amor.
Mas Acrísio, que sempre andava perto da torre, à espreita, vigiando, ouviu o choro da criança. Aquele som pareceu aos seus ouvidos como a voz do próprio Tânatos, o deus da morte. Acrísio correu escadas acima, e quando descobriu o pequeno Perseu, ficou irado. Pois ali estava a criança que faria da profecia uma realidade, mesmo que ele tivesse feito tudo para evitar.
Com toda sua fúria, saltou sobre a empregada e a esganou na frente da princesa. Estava prestes a matar Dânae e Perseu, mas temeu, pois os assassinos de parentes eram malditos diante dos deuses e dos homens. Então, ele teve uma grande ideia. Encerrou a filha e o neto dentro de uma arca e os lançou ao mar para que morressem de inanição, ou contra as rochas do mar Egeu.
Eu sei que não faz muito sentido, já que ele tinha medo da punição divina contra os assassinos de parentes, mas gosto de imaginar que na mente de Acrísio se passava a seguinte justificativa:
- Eu só jogo eles no mar, quem mata é Zeus.
Com isso Acrísio acreditou ter se livrado da profecia, mas aparentemente, a morte de Dânae e seu filho não era a vontade dos deuses.
Pela sorte, pelo destino, ou pela providência divina, um pescador da Ilha de Serifo chamado Díctis encontrou a arca boiando no mar, e acreditando se tratar de algum tesouro, trouxe-o até o seu barco. Quando abriu a arca ficou surpreso, pois lá estavam Dânae e Perseu, adormecidos depois de tanto chorarem.
Díctis os levou para casa, onde junto de sua mulher, Climena, ouviram a história da jovem princesa e decidiram cuidar dela e de seu filho.
Essa foi a origem de um dos maiores heróis dos tempos antigos, e apenas o início de muitas aventuras incríveis.

Greias eram três irmãs, que desde seu nascimento tinham cabelos grisalhos. Eram irmãs mais distantes em idade das Górgonas. E assim como suas irmãs, seu destino foi cruel. Elas se chamavam Dino, o "temor", Ênio o "horror" e Pênfredo o "alarme".

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