𝐌𝐈𝐙𝐔 𝐒𝐄 preparava para pedir dinheiro ao pai, sabia que ele não negaria o dinheiro se fosse para Misa, mas ainda sentia um certo nervosismo. Misa estava pedindo por lápis-de-cor a um tempo, mas a mesada do irmão já havia acabado. Precisava de mais dinheiro, porque não iria só comprar os lápis, pretendia comprar uns taiyakis para Draken, que ainda estava no hospital.
Suspirou fundo e foi na direção do pai, que estava no sofá, fazendo sei lá o que ele estivesse fazendo.
─── Preciso de dinheiro para comprar uma caixa de lápis-de-cor para Misa.
─── Quanto?
─── Não sei
O mais velho suspirou e tirou algumas notas da carteira e entregou para o filho.
─── Eu realmente espero que seja para os lápis, caso contrário -
─── Eu sei, eu sei. Vou sair para comprar os lápis.
─── Ok
O garoto colocou o dinheiro na carteira e saiu. Pegou sua moto e deu partida, esperava que o dinheiro fosse o suficiente para os taiyakis e para os lápis. Queria visitar Draken, por mais que não parecesse, o garoto tinha ficado muito preocupado com o vice-capitão, obviamente ele sabia que Draken era forte, mas ele não era imortal.
[...]
Mizu estava completamente perdido na loja, ele sabia que tinha que comprar uma caixinha de lápis coloridos, mas qual o certo? Haviam diversas variações: um mais pigmentado, um mais fraco, um mediado, um bem mais caro e vários outros.
Ele era envergonhado o suficiente para ter vergonha de pedir ajuda a algum funcionário da loja, por mais que eles estivessem lá para auxiliar, ele não queria atrapalha-los. Então o garoto decidiu fazer o óbvio: Ligar para Mitsuya. Ele também tinha irmãs que gostam de pintar, não existe pessoa melhor. Pegou o celular e começou a procurar pelo nome do amigo, apertou em "ligar" e esperou chamar.
Mitsuya atendeu, estava com uma voz um pouco cansada, mas ele sempre ficava cansado quando dava aquelas aulas de costura.
─── Mizu? Alô?
─── Perguntinha rápida, qual o melhor lápis-de-cor para uma menina de cinco anos?
─── Ahn? O da Sakura Coupy, bom, as meninas gostam desse.
─── Certo, valeu, cara!
E antes que o platinado tivesse tempo de falar algo, o Oshiro desligou a ligação.
O garoto pegou a caixinha de lápis e foi na direção do caixa, pagou e em poucos minutos já estava fora da loja.
"Agora só falta os taiyakis do Draken" ─── Pensou.
Entrou em uma loja de doces, que ele frequentava as vezes, e foi em direção ao balcão.
─── Boa tarde! O que deseja?
─── Taiyakis
─── Certo. Qual o sabor?
─── Chocolate
A moça sorriu gentilmente e começou a colocar os taiyakis em um pequeno saquinho que tinha um peixe desenhado. O garoto sorriu ao ver o desenho e entregou o dinheiro a moça, ele agradeceu brevemente e saiu.
Mizu foi em direção a sua moto, uma GSX 400, ele amava essa moto e tratava ela como se fosse uma criança. Conseguiu comprar ela com a mesada que ganhava, não era muita, por isso passou um ano juntando e não tinha conseguido o dinheiro todo. Então, no seu aniversário, Mizu disse ao pai que essa moto ajudaria na criação de Misa, já que ele iria gastar muito menos tempo ao levá-la para escola, obviamente era uma desculpa esfarrapada, mas seu pai não debateu muito e deu mais dinheiro para ele comprar a moto. Sua moto era igual a de Takashi porque o platinado tinha feito a cabeça dele para comprar esse modelo, ela era bonita e azul, já que o moreno não gostava de coisas muito chamativas.
Amava sentir a brisa batendo em seu rosto e amava mais ainda a sensação de liberdade que sentia quando estava pilotando sua moto. As vezes Misa saia com ele para dar uns passeios de moto e ele amava isso. Voltando sua atenção ao que estava fazendo no momento, Mizu pensou se valia a pena ir em casa e entregar a caixinha de lápis a ela, mas logo pensou e desistiu dessa ideia, afinal, seu pai iria perguntar o porque dele estar com um saco de taiyaki nas mãos sendo que ele só tinha saído para comprar os lápis.
Continuou dirigindo a caminho do hospital e em poucos minutos já estava de frente ao local que tanto tentava evitar, não curtia hospitais porque sabia que a grande maioria de pessoas que entravam lá, não saiam para continuar vivendo suas vidas.
Estava descendo de sua moto quando escutar alguém gritar seu nome.
─── Mizuu!
Revirou levemente os olhos, já sabendo de quem era essa voz, e nem fez questão de virar para cumprimentar seu capitão, sabia que ele só tinha gritado por conta dos taiyakis. Sentiu algo pular em suas costas e desistiu de resistir.
─── Oi, Mikey.
─── São pra mim? ─── Disse se referindo aos doces.
─── Não, são para o Draken.
Sentiu o garoto saindo das suas costas e continuou andando para dentro do hospital. Talvez se fosse um pouco mais atencioso, teria percebido que Mikey não estava sozinho, Sanzu estava acompanhando o menor.
Parou enfrente ao balcão da recepção e viu a expressão mal humorada da recepcionista.
─── Como posso ajudá-los?
─── Viemos visitar Ken Ryuguji
─── Certo. Nomes?
─── Mizu Oshiro e Manjiro Sano
Sanzu cortou Mizu e logo acrescentou:
─── Não esqueça de mim, Oshiro. Haruchiyo Akashi.
─── Hm, certo. ─── Ela pegou uns três adesivos do hospital e entregou para os garotos. ─── Coloquem isso nas blusas de vocês, em um lugar visível. O quarto do rapaz é o quarto 325, no terceiro andar.
─── Obrigado.
Colaram os adesivos nas blusas e foram em direção ao elevador. Mikey passou todo o caminho, da recepção até o quarto onde Draken estava, tentando conseguir um doce. Entraram no quarto e logo se depararam com Emma e Draken conversando, era impossível não sorrir, Mizu achava estranho o fato deles se amarem e nunca tentarem nada, na cabeça dele era mais que óbvio que a paixão era correspondida.
─── Kencchin!
─── Oe, bom ver vocês!
─── Toma, não aguento mais o Mikey enchendo meu saco por conta disso. ─── Entregou o saquinho para Draken e o loiro sorriu gentilmente.
─── Valeu, cara. A comida daqui é pessima, tava louco para comer um doce.
Draken abriu o saquinho e Mikey avançou em direção do mesmo. O loiro entregou um taiyaki a Mikey, um a Emma, pegou um para si mesmo e quando viu que só tinha sobrado um, ele olhou na direção de Mizu e de Sanzu.
─── Dividam aí.
Ele entregou o doce e Sanzu riu levemente, ele pegou o doce e partiu ao meio, entregando um pedaço para o colega e comendo o outro pedaço.
─── Não! Vocês mataram o peixinho! ─── Mikey falou, fazendo seu típico drama.
─── Você também. Olha, seu peixe ta sem cabeça! ─── O moreno apontou para o taiyaki de Mikey e todos presentes riram um pouco com a expressão "triste" que o garoto fez.
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